68ª Berlinale | Dia 1: Selecção de Portugal

Há uma excelente selecção de Portugal nos júris, na Berlinale Shorts, na Focus On Docs e na secção paralela do Fórum, do Festival de Berlim que decorre de 15 a 25 de Fevereiro.

Nas cerca de vinte e quatro filmes curta-metragens a concurso, três são portuguesas: “Russa” de João Salaviza e Ricardo Alves Jr., “Onde o Verão Vai (episódios da juventude)” de David Pinheiro Vicente e “Madness” de João Viana. João Salaviza regressa à secção, onde em 2012 ganhou o Urso de Ouro com “Rafa” e em 2017 apresentou a curta-metragem “Altas Cidades de Ossadas”. Agora com a curta-metragem “Russa”, realizada em parceria com Ricardo Alves Jr., um convite da Câmara do Porto,  para o encerramento do programa Cultura em Expansão, realizado em dezembro de 2017.

Selecção Nacional
A curta-metragem “Russa” de João Salaviza e Ricardo Alves Jr..

“Onde o Verão Vai (episódios da juventude)”, é um filme dirigido por David Pinheiro Vicente, mas realizado num contexto escolar por uma equipa composta por alunos da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa (ESTC). Curiosamente é a primeira vez que a ESTC tem um filme candidato a um Urso de Ouro para a curta-metragem. “Onde o Verão Vai (episódios da juventude) é um pequeno e delicado filme sobre “a frescura da juventude, o desejo de se descobrir a si próprio no meio dos outros, o poder e a magia da Natureza e sobre os que caminham sem rumo. Para quase todos os membros da equipa artística e equipa técnica, este é o seu primeiro filme; um encontro entre estudantes de cinema recém-formados, ansiando partilhar a sua visão jovem e paixão pelo cinema numa última parte da sua própria viagem.” A curta-metragem “Madness” marca também o um regresso de João Viana à Berlinale, cinco anos depois de ter apresentado “A Batalha de Tabatô” (2013), filme distinguido com uma menção honrosa em 2012. O realizador português Diogo Costa Amarante, que venceu em 2017 o Urso de Ouro da Berlinale Shorts, com “Cidade Pequena”, integra o júri desta secção das curtas-metragens, juntamente com Jyoti Mistry (África do Sul) e Mark Toscano (EUA).

Selecção de Portugal
Isabel Abreu na longa “Mariphasa”, de Sandro Aguilar no Fórum.

Igualmente três filmes de João Viana, Sandro Aguilar e André Gil Mata foram selecionados para o Fórum, um secção paralela da Berlinde considerada sempre a mais experimental e ousada.  Este ano conta com cerca de 44 filmes, numa linha avant garde, experimentais, ensaios ou reflexão política. João Viana, terá curiosamente uma dupla participação nesta 68ª Berlinale, uma vez que além da curta-metragem “Madness”, integrada na competição mais importante, terá nesta secção Fórum, uma espécie de desdobramento mais ampliado e sobre a mesma temática da sua curta, com uma longa-metragem intitulada “Our Madness”. O filme (ou os filmes) mostra a atual realidade em Moçambique — também num regresso do realizador nascido em Angola à antiga ex-colonia portuguesa di Índico — e conta a história de uma criança que é retirada a mãe internada num hospital psiquiátrico, em Maputo, para a levarem ao encontro do pai, que está a viver numa zona de confrontações militares, devido à crise política no país. Nesta secção Fórum estão ainda selecionados “A Árvore”, a terceira longa-metragem de André Gil Mata, filme rodado no inverno passado na Bósnia-Herzegovina, onde o realizador português já tinha feito “How I fall in love with Eva Ras”; e “Mariphasa”, de Sandro Aguilar um filme enigma ‘com pistas narrativas sobre um tempo de ruínas’, e um triângulo amoroso  de adultério consumado e reconhecido, que caminha de uma forma noturna para uma inevitável tragédia. Por último Cintia Gil, uma das directoras do Doc Lisboa é jurada da Focus On Docs, uma competição que pretende premiar e escolher, os melhores documentários apresentados nas diversas secções.

JVM

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