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Evangelion:3.0+1.01 Três de uma Vez, em análise

Finalmente a tão aguardada conclusão, desta épica jornada que é “Rebuild of Evangelion” chega aos ecrãs, através da Amazon Prime Video. “Evangelion:3.0+1.01 Três de uma Vez” prometeu e cumpriu, num final emocionante que podes assistir a partir de dia 13 de agosto.

O tão aguardado final da saga, que começou quase que inocentemente a ganhar expressão nos anos 90 e que, para muitos, ainda é um dos melhores animes de sempre, finalmente chegou, após vários adiamentos sucessivos. Não só devido à pandemia mas também por incapacidade de agenda de Hideaki Anno, a verdade é que aquele que um dia seria a segunda parte do 3º filme, como anunciado inicialmente, acabou em 2012 por se tornar num título independente e ainda bem, já que as mais de duas horas de filme são exatamente aquilo que precisávamos, para no trazer algumas respostas e até uma certa profundidade a alguns dos personagens, mas já lá vamos. Não é por acaso que esta saga é das mais relembradas de sempre, sendo que a narrativa continua a ser, na minha opinião, o lado mais forte de “Evangelion”. Não estamos só perante uma luta do bem contra o mal entre robots e aliens, mas sim numa constante procura de esperança, daquela luz ao fundo do túnel num mundo sombrio e negro.

EVANGELION 3.0+1.01 Três de uma Vez
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Com realização e argumento de Hideaki Anno, que conta também com uma equipa de excelência com Kazuya Tsurumaki (“A Navegante da Lua”), Katsuichi Nakayama (Full Metal Panic! Invisible Victory) e Mahiro Maeda (“Mad Max: Estrada da Fúria”) em parceria com Studio Khara, nesta conclusão da reconstrução da história original (tal como o nome indica “Rebuild of Evangelion”) vemos mais dessa esperança, numa primeira parte mais intimista, focada nos sentimentos das personagens e no seu amadurecimento. Apesar dos 10 minutos iniciais serem completamente explosivos, com Mari (Maaya Sakamoto) no seu Eva Unit-08 a ter todo o protagonismo, a verdade é a primeira hora está completa de momentos onde a angústia e o desespero tomam conta de Shinji (Megumi Ogata), onde Asuka (Yûko Miyamura), bem… continua a ser a Asuka e a Rei (Megumi Hayashibara) se torna no foco principal, assimilando tudo o que os seus olhos avistam, na pequena Village 3, onde todos os sobreviventes se juntaram após o N3I. A sua evolução é notória à medida que conhece novas sensações e está sedenta de mais: “I’m alive, even without orders” é a frase que define este momento, quando começa a descobrir o livre-arbítrio e a integrar-se numa sociedade que nunca conheceu.  Os cenários e a banda sonora encaixam que nem uma luva, nesta que é a reconstrução da humanidade, que mesmo temendo o pior, reergue-se das cinzas e faz aquilo que o ser humano faz de melhor: adapta-se. Quem continua a não se adaptar e a ficar preso aos demónios do passado é mesmo o nosso protagonista, que só mesmo quando é (quase) obrigado a tomar ação, começa a mostrar um pouco da fibra que é feito.

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Rei Evangelion Três de uma Vez
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Mas ainda quando nos estávamos a acostumar a este estilo de vida mais humilde, eis que a ação começa e aqui sim, estamos perante tudo aquilo que esperávamos e mais, de “Evangelion:3.0+1.01 Três de uma Vez”. Como sempre as lutas, sejam elas corpo-a-corpo, ou neste caso, robot-a-robot, são visualmente espetaculares, um dos pontos mais fortes desta saga e que mais uma vez é retratada em todo o seu esplendor neste filme. Vemos muito de Mari neste campo, aliás, mais do que era esperado e ainda bem, sendo a personagem que mais se destacou e que mais me surpreendeu. Sozinha ou acompanhada da Asuka, Mari é completamente louca e destemida e como se costuma dizer, uma pequena dose de insanidade nunca fez mal a ninguém. Apesar de não ser muito óbvio, existem algumas partes em animação 3D que achei um pouco exageradas ou fora de contexto, nada que choque à vista mas que quebra um pouco a viagem visual que é “Evangelion”. Mais uma vez, a animação original foi respeitada e isso continua a ter o devido mérito. Algumas melhorias e fatos novos foram adicionados, mas sempre dentro da estética que estamos habituados. O lado mais humano de Misato (Kotono Mitsuishi) ou a profundidade que nos é dada a conhecer de Ikari Gendo (Fumihiko Tachiki) são também dois pontos fulcrais nesta última parte, que termina com um sabor agridoce. Por um lado, temos o derradeiro ponto final, por outro queremos mais e provavelmente iremos ter, de alguma forma, já que Anno disse recentemente que poderá existir mais história para contar dentro deste universo.

Asuka e Shinji Evangelion Três de uma Vez
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Mas rumores à parte, vamos focar-nos na realidade: “Evangelion:3.0+1.01 Três de uma Vez” dá-nos uma poderosa conclusão, mostrando que até o amor em exagero, pode tornar-se no mote para a destruição da humanidade. Não é por acaso que este foi um dos maiores sucessos de bilheteira no Japão, ultrapassando a marca de 10 bilhões de ienes. O filme que os fãs esperavam há 25 anos finalmente chegou e o equilíbrio perfeito existe, culminando nesta produção, que podes assistir na Amazon Prime Video, juntamente com os três filmes anteriores na sua versão original ou dobrado em 10 idiomas incluindo o Português.

TRAILER | ASSISTE À TETRALOGIA “REBUILD OF EVANGELION”, EM EXCLUSIVO NA AMAZON PRIME VIDEO

“Evangelion:3.0+1.01 Três de uma Vez” estreia em exclusivo, na Amazon Prime Video dia 13 de agosto. 

Evangelion:3.0+1.01 Três de uma Vez, em análise
EVANGELION 3.0+1.01 Três de uma Vez

Movie title: Evangelion:3.0+1.01 Três de uma Vez

Movie description: Na quarta e última parte da Reconstrução de Evangelion, Misato e o seu grupo anti-Nerv, Wille, chegam a Paris, uma cidade agora coberta de vermelho pela nuclearização. A tripulação da AAA Wunder aterra numa torre de contenção. Têm apenas 720 segundos para restaurar a cidade. Quando uma horda de Evas Nerv aparece, a melhorada unidade Eva 8 tem que intervir. Enquanto isso, Shinji, Asuka, e Rei vagueiam pelo Japão.

  • Filipa Carvalho - 88
88

Conclusão:

O final épico desta jornada de mais de 25 anos, culmina num espetacular filme que nos mostra que de facto, pode mesmo existir esperança nas piores das situações. Uma viagem imergente que não deixará os fãs da saga indiferentes e faz jus à sua narrativa.

Pros

Os cenários e a banda sonora mais uma vez merecedoras de destaque, bem como o foco mais intimista em alguns dos personagens, que nos leva a compreender e criar maior empatia com os seus sentimentos e realidades. As lutas continuam também a ser um dos pontos mais fortes, deixando-nos quase sem ar nos momentos finais.

Cons

Algumas das animações em 3D pareceram algo exageradas ou fora de contexto.

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