Beck: Morning Phase. O Regresso ao Folk Psicadélico

Beck regressou em 2014 com “Morning Phase”, o seu 12º álbum e um dos melhores de toda a sua carreira. O que quer dizer muito, atendendo a que estamos a falar de um dos músicos alternativos americanos mais importantes e criativos dos últimos vinte anos. De facto, todos os discos de Beck têm um je ne sais quoi de genial, cruzando o rock alternativo mais inteligente com empréstimos variados que vão da música contemporânea ao folk, passando pelo hip-hop e o country.

Em “Morning Phase” Beck mantém vivo o espirito de fusão e reaproxima-se musical e esteticamente do folk psicadélico do seu álbum de 2002,“Sea Change”, na minha opinião, um dos melhores, senão o melhor, disco de toda a sua discografia. Aliás, a intenção parece ter sido mesmo essa, uma vez que grande parte dos músicos de “Morning Phase” participou também em “Sea Change”. Para que não haja dúvidas sobre o assunto, o próprio press release oficial da Capitol Records confirma de forma bastante clara que “Morning Phase” pretende mesmo ser uma  companion piece de “Sea Change”.

Beck-Morning-Phase

O álbum é produzido pelo próprio Beck, e transmite-nos uma atmosfera poética e melancólica, onde não faltam as referências aos grandes mestres do psicadelismo, dos Love a Syd Barrett. As letras mantêm a qualidade habitual dos trabalhos de Beck, preservando uma linguagem simples e clara onde os segundos sentidos se impõem de forma subtil, mas incisiva. Destaque para temas como “Morning”, “Phase”,“Blue Moon”(o 1º single), “Wave”, “Don’t Let It Go”, “Turn Away” e “Waking Light” (o 2º single), embora todos os temas do álbum sejam de enorme beleza musical e poética.

Fontes próximas de Beck anunciaram já a intenção do músico editar, ainda durante o ano de 2014, um novo álbum para a Capitol Records, devendo este explorar outras sonoridades e ser portanto menos acústico que “Morning Phase”. Enquanto esperamos ansiosamente por ele, resta-nos ouvir até à exaustão “Morning Phase”, que já é, sem dúvida, um dos grandes discos de 2014.

 

João Peste Guerreiro


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