© Universal Pictures

Tubarão regressa aos cinemas e estes são, para mim, os cinco melhores filmes de Steven Spielberg no streaming

O clássico “Tubarão” (1975, Steven Spielberg) celebra este ano 50 anos sobre a sua estreia. Como tal, a Cinemundo decidiu relançar o filme em sala de cinema já na próxima quinta-feira 28 de agosto. Assim, esta é a melhor altura para voltarmos à filmografia de Steven Spielberg e relembrar alguns dos seus melhores filmes.

Em primeiro lugar, devo dizer que vou fazer uma lista bastante pessoal e, muito certamente, irão ficar de fora alguns títulos que provavelmente mais gostas. Confesso que não vi (ainda) a integralidade da obra de Steven Spielberg, ou seja, posso excluir alguns que, se calhar, ao ver ainda irei gostar mais. Mas é assim…

Neste sentido, fiz esta lista com dois pontos de partida: 1) o filme está disponível no streaming em Portugal; 2) além de serem os “melhores”, também os escolhi por serem diferentes entre si.

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Tubarão, Steven Spielberg no mar

Tubarão, de Steven Spielberg
O Tubarão, de Steven Spielberg

É verdade que, estando neste momento a comemorar 50 anos e de regresso às salas de cinema, “Tubarão” não deveria fazer parte desta lista. Mas é inevitável.

Esta obra de Steven Spielberg é, sem sombra de dúvidas, uma das suas primeiras obras-primas. Antes disso, houve “Asfalto Quente” (1974), também ele magnífico; contudo, fora de qualquer plataforma de streaming em Portugal – exceto em regime de compra e aluguer -, não o incluo nesta lista. Da mesma situação sofre o filme televisivo “Um Assassino pelas Costas” (1971).

Como já disse noutro artigo, “Tubarão” pode ser visto como companheiro de “Um Assassino pelas Costas”. Se num o vilão é um camião, noutro é um tubarão. Steven Spielberg ora nos fez ter medo de andar na estrada, ora nos fez medo de andar no mar.

“Tubarão”, inspirado no livro homónimo de Peter Benchley, é um clássico autêntico do cinema de suspense e terror. Se Alfred Hitchcock tiver visto o filme certamente que sentiu que tinha um sucessor à altura.

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Nesta obra, os banhistas de uma praia são aterrorizados por um tubarão assassino. Cabe a Brody (Roy Scheider), Quint (Robert Shaw) e Hooper (Richard Dreyfuss) livrarem-se da ameaça.

Com mais de metade do filme a decorrer em alto mar, o clima que Steven Spielberg cria quer na realização, montagem e música é o suficiente para nos integrarmos por completo nesta história.

O sucesso deste filme foi tão grande que deu ainda origem a três sequelas, já sem a intervenção de Spielberg. A primeira sequela, contudo, ainda contou com Roy Scheider como ator e John Williams a fazer a música.

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A minha sugestão principal passa por (re)veres o filme em sala de cinema, enquanto se mantiver em cartaz. No entanto, caso não consigas, o filme está atualmente disponível na Netflix.

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E.T., o filme mais ternurento de Steven Spielberg

E.T. | © Universal
E.T. | © Universal Pictures

Continuando a nossa caminhada, chegamos até 1982 com “E.T. – O Extra-Terrestre”. É mais um filme onde Steven Spielberg utiliza a fantasia para criar uma história cheia de significado. Mas, neste caso, também tem algo de pessoal. A verdade é que o realizador também teve pais divorciados, tal como Elliot (Henry Thomas). Essa situação levou-o a querer ter um amigo como refúgio. Assim nasceu a personagem do E.T. com o qual faz este filme.

“E.T. – O Extra-Terrestre” pode ser um filme protagonizado por crianças e ter algum caráter infantil mas não é, de todo, um filme infantil. Dito de outra forma, as crianças terão uma leitura do filme que, em adultos, terá muitos outros significados.

Neste filme, um ser extraterrestre fica esquecido na Terra e é adotado por Elliott. Entre eles cria-se uma amizade profunda que os irá unir para sempre. Esta é uma obra cheia de sentimentos, desde o amor, amizade ou perda e ficará para sempre nas nossas lembranças desde a primeira vez que o virmos. E, claro, mais uma vez, há uma magnífica composição sonora de John Williams – desta vez, com mais de três notas – que pontua de forma certeira cada momento do filme.

Podes ver “E.T. – O Extra-Terrestre” em duas plataformas de streaming em Portugal: Netflix e Amazon Prime Video. O filme existe em Portugal em versão original legendada e dobrado em português. Contudo, no streaming, apenas está disponível a versão original.

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Indiana Jones e o Tempo Perdido

Indiana Jones, Steven Spielberg
© 1984 – Lucasfilm, Ltd.

Numa lista com os melhores filmes de Steven Spielberg não podia faltar, claro, um Indiana Jones. Mas, “Indiana Jones e o Templo Perdido” (1984)? Pois é, eu sou daquelas pessoas que gosta muito mais da sequela do que do primeiro filme, “Os Salteadores da Arca Perdida” (1981).

Contudo, neste caso, diria que se trata mesmo muito mais de um gosto pessoal do que uma razão de qualidade superior ou inferior. Aliás, considero que toda a trilogia é excelente e é muito difícil dizer que um é inferior a outro. No primeiro, temos o início de uma aventura com um romance mítico. No segundo, temos uma história bastante mais sombria mas muito mística. Por fim, no terceiro, temos uma incrível e divertida relação pai / filho. Quanto ao quarto e quinto filmes, gosto deles mas não podem, de facto, ser considerados obras-primas ao lado da trilogia original…

“Indiana Jones e o Templo Perdido” acontece um ano antes do filme original, em 1935. Nele, o nosso protagonista viaja até à Índia com uma cantora, Willie (Kate Capshaw, esposa de Spielberg desde 1991), e uma criança, Baixote (Ke Huy Quan) à procura de uma pedra mágica desaparecida.

Alguns momentos míticos do filme: toda a abertura com Willie a cantar, o teto espicaçado onde Indy e Baixote ficam encurralados, o carro improvisado no túnel, a ponte de madeira e, claro, todo o comportamento de Willie ao longo do filme. Apesar de ter sido bem sucedido em bilheteira, esta sequela teve um acolhimento algo misto e, por vezes, negativo. O facto de ser um filme negro e diferente terá sido o principal motivo.

Podes ver “Indiana Jones e o Templo Perdido” na Netflix e na SkyShowtime.

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Lincoln, inspirado numa história verídica

Daniel Day Lewis
Lincoln | © Twentieth Century Fox

Avançando quase três décadas, recomendo-te agora “Lincoln” (2012). Esta é a única exceção de um filme que não está incluído de forma direta numa plataforma em Portugal, ou seja, no catálogo que pagas mensalmente. Contudo, podes ver o filme em regime de aluguer ou compra na Apple TV, Rakuten TV e Amazon Prime Video.

Porque é que fiz esta exceção na minha lista? Porque, de facto, este é um filme bastante cuidado de Steven Spielberg. Não é um filme para todos, é certo. É um filme lento e pesado. Mas isso também se relaciona bem com a personagem retratada, o Presidente Abraham Lincoln (Daniel Day-Lewis), e com a época que viveu onde conseguiu abolir a escravatura contra os negros.

Assim, neste filme biográfico, são focados os últimos meses de vida de Abraham Lincoln antes de ele ser assassinado no Teatro Ford. Assistimos, portanto, aos esforços do Presidente em abolir a escravatura apesar de uma forte contestação política à sua volta.

Um filme que reconstrói de forma verosímil o século XIX, numa direção artística detalhada. Os atores são exímios destacando-se Daniel Day-Lewis (que venceu o Oscar de melhor ator com este filme), Sally Field e Tommy Lee Jones.

A obra de Steven Spielberg é inspirada no livro “Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln” (2005, Doris Kearns Goodwin).

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Ready Player One: Jogador 1, para pensar o futuro

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Ready Player One: Jogador 1 | ©Warner Bros

Por fim, fecho a minha lista com o antepenúltimo filme lançado por Steven Spielberg até ao momento, “Ready Player One: Jogador 1” (2018). É certo que, depois deste, vieram dois importantes filmes, o remake “West Side Story” (2021) e o filme “biográfico” de Spielberg  “Os Fabelmans” (2022). No entanto, ainda não vi nenhum dos dois. Como tal, não os posso considerar.

Já sobre “Ready Player One: Jogador 1”, é uma tentativa do realizador de cruzar o mundo dos videojogos com o cinema. Pode não resultar a 100%, é verdade. Contudo, apesar de toda a fantasia que esta obra acarreta (talvez o filme com mais fantasia do realizador?), a verdade é que este é um filme com um significado humano muito próprio.

Nesta longa-metragem, inspirada no livro homónimo de Ernest Cline, acompanhamos Wade / Parzival (Tye Sheridan) numa jornada para conseguir chegar ao final do jogo OASIS. No mundo real, estamos numa era pós-apocalíptica onde a sobrevivência dos humanos é difícil. Já no mundo virtual, além do escape, tudo parece um mar de rosas, um mundo idílico.

Esta é a história de como a bondade humana ainda pode prevalecer num mundo de ganância. Reflete ainda, de forma brutal, sobre a prevalência do mundo virtual sobre o mundo real.

Podes ver “Ready Player One: Jogador 1” na Amazon Prime Video e HBO Max. Além disso, o filme foi exibido no Canal Hollywood no passado domingo 24 e terá repetição no próximo sábado 30 às 14h20.

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Outros importantes filmes de Steven Spielberg

Steven Spielberg
© taniavolobueva Photo Agency via Shutterstock ID: 420302722

Com uma filmografia invejável de mais de 30 longas-metragens realizadas e ainda algumas curtas e episódios de séries de televisão, não seria justo não mencionar mais algumas importantes obras de Steven Spielberg onde, infelizmente, muitas delas não estão disponíveis de forma direta no streaming:

  • Começo pelo documentário “Spielberg” (2017, Susan Lacy) – ao longo de 2h30, aborda toda a filmografia do realizador até “O Amigo Gigante” (2016) e está disponível na HBO Max;
  • “Um Assassino pelas Costas” (1971) – embora sendo um filme para televisão, denota-se bem já a qualidade que Spielberg tinha para fazer uma obra cinematográfica – está apenas disponível em regime de aluguer e compra na Apple TV e Amazon Prime Video;
  • “1941 – Ano Louco em Hollywood” (1979) – uma comédia histérica ambientada em Hollywood – não está atualmente disponível em Portugal em nenhuma plataforma;
  • “Império do Sol” (1987) – mais que não seja, a ver pela brilhante interpretação de Christian Bale, uma das suas primeiras, ainda em criança – disponível na HBO Max;
  • “Amistad” (1997) – a primeira obra onde Spielberg fala de forma mais aberta e controversa sobre escravatura sobre negros – apenas disponível em regime de aluguer e compra na Apple TV;
  • “Apanha-me se puderes” (2002) – uma história verídica sobre um engenhoso mentiroso – disponível na SkyShowtime;
  • “As Aventuras de Tintin – O Segredo do Licorne” (2011) – o primeiro “grande” filme de Tintin e a primeira animação realizada por Steven Spielberg – apenas disponível em regime de aluguer e compra na Apple TV e Amazon Prime Video.

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