Tony Mordente, Tucker Smith, e Russ Tamblyn em "West Side Story" (1961) © Warner Bros.

Cinemateca Portuguesa | O que ver em Março 2020

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Conhece os destaques da programação da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema para março de 2020, com o apoio da Magazine.HD.

A Magazine.HD apresenta-te a tão renovada rubrica sobre o que ver na Cinemateca Portuguesa. O objetivo é fazer com que as escolhas dos programadores da instituição pública portuguesa mais dedicada à Sétima Arte cheguem a ti da forma mais rápida. Afinal, vale a pena rever os melhores filmes da História e conhecer os novos projetos do cinema mundial.

Em março na Cinemateca Portuguesa, conheceremos aquele que tem sido assíduo “espectador de cinema desde novinho”, mais precisamente Jorge Silva Melo. Nome inconfundível da arte portuguesa, este artista tem acumulado funções no panorama cinematográfico enquanto crítico, autor, ator, argumentista, realizador, diretor artístico, etc.

Em destaque estão duas rubricas, “Jorge Silva Melo – Viver Amanhã Como Hoje” e “Carta Branca 2020 a Jorge Silva Melo”, onde se exibiram os seus filmes como cineasta e outros por ele contemplados. As análises aos filmes da Carta Branca darão origem a um catálogo da Cinemateca Portuguesa, a publicar em breve.

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O Raio Verde
Marie Rivière em “Le rayon vert” (1986), um dos filmes da rubrica Carta Branca a Jorge Silva Melo © Les Films du Losange

Outra das rubricas da Cinemateca Portuguesa para março, comum em todos os meses na instituição, é o “Double Bill”, em que todos os sábados são apresentados dois filmes de cineastas distintos, que partilham temáticas e que tendem a abordar as mesmas questões. O enfoque, neste mês, recaiu sobre os contos das quatro estações de Eric Rohmer e, por sua vez, os autores que se aproveitaram da linguagem do cineasta francês para dar voz (e cor) às suas narrativas.

Terminamos com o destaque para o primeiro festival universitário em Portugal: o CineNova, que acontece na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e na Cinemateca  Portuguesa e ainda para a reposição de “West Side Story”, vencedor de 10 Óscares da Academia e que no final deste ano terá direito a remake de Steven Spielberg.

Conhece as rubricas da programação da Cinemateca Portuguesa abaixo:

Programação Cinemateca Portuguesa em Março 2020

  • Jorge Silva Melo – Viver Amanhã Como Hoje
  • Carta Branca 2020 a Jorge Silva Melo
  • José Celestino Campusano – Cineasta da Pele Dur
  • Saul Bass, Arte do Genérico
  • Double Bill
  • A Monstra na Cinemateca
  • Ante-estreias
  • Guiões
  • Festival de Cinema CineNova da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH – NOVA)
  • Mostra UBI
  • In Memoriam José Lopes
  • Com a Linha de Sombra
  • Cinemateca Júnior

Conhece o horário dos principais filmes da Cinemateca em março, bem como a respetiva sala de exibição. Todos as sinopses são da autoria da Cinemateca. 




“North By Northwest”, 2 de março às 15h30

Cinemateca Portuguesa
Cary Grant em “Intriga Internacional” (1959) © Warner Bros.

NORTH BY NORTHWEST, um dos filmes mais célebres de Hitchcock, é um prodígio de construção de suspense, com algumas das cenas mais famosas do mestre (a perseguição do avião, a corrida no monte Rushmore). O filme é também um autêntico repositório de todos os seus temas e obsessões, de todos os seus “jogos” e alusões eróticas e da exploração do tema do “falso culpado”, que está no cerne da sua obra. Os créditos de abertura concebidos por Saul Bass, que tiram proveito da estrutura geométrica da fachada de um grande edifício de “estilo internacional”, foram pioneiros do uso da chamada tipografia cinética, técnica que combina texto e movimento para transmitir uma sensação de dinamismo na imagem, aqui brilhantemente potenciada pela música de Bernard Herrmann.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“The Age of Innocence”, 3 de março às 19h

Cinemateca Portuguesa
Daniel Day-Lewis e Michelle Pfeiffer © Columbia Pictures

Scorsese adapta o clássico de Edith Wharton e filma mais uma vez Nova Iorque. Desta vez a ação situa‐se no fim do século XIX, quando a sociedade nova‐iorquina vivia espartilhada pelos costumes e substituía as paixões pelas convenções sociais. Michelle Pfeiffer é a mulher que regressou da Europa e cuja atitude se confronta com esse rigor social. Sobre a sequência de abertura desenhada por Saul Bass, com uma sensualíssima série de fundidos‐encadeados de flores a desabrochar, Scorsese confidenciou: “Tudo estava ali. Era a essência do filme que queria fazer: o desejo, o sentimento de uma paixão escondida.” A apresentar em cópia digital.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




Festival CineNova: “Fordlândia Malaise” + “Um Ramadão em Lisboa”, 4 de março às 18h30

Cinemateca Portuguesa
CineNova na Cinemateca Portuguesa © Cinenova / FCSH

Uma experiência multimédia de Susana de Sousa Dias sobre uma cidade do futuro, mas sem futuro, fundada em 1929 por Henry Fonda em plena floresta amazónica – é este o décor “impossível” de FORDLÂNDIA MALAISE, obra que, de modo surpreendente, mistura imagens de arquivo com extraordinários planos filmados recorrendo a drones. Esta curta‐metragem marca a entrada de Susana de Sousa Dias numa nova fase da sua obra: libertada do tema do Estado Novo em Portugal, mas ainda assombrada pelo estudo das formas de poder e submissão ao longo da história, que, no caso, remetem para o passado colonial tal como vertido na paisagem brasileira. UM RAMADÃO EM LISBOA é uma obra coletiva que documenta como um grupo de muçulmanos vivendo em Lisboa enfrenta o mês de jejum, do frenesim dos primeiros dias ao desgaste final. Uma equipa de realização predominantemente feminina “sai à rua” cruzando e dando rostos vários a uma realidade não tão distante ou exótica quanto possamos pensar.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Il Sospetto”, 5 de março às 21h30

Cinemateca Portuguesa
“Il Sospetto” © Cinericerca

Há quem o refira como um drama político ambientado na Itália fascista. O argumento é coassinado por Maselli e Franco Solinas, mais conhecido como argumentista de Gillo Pontecorvo (KAPÒ, LA BATTAGLIA DI ALGERI). A história segue a personagem de Emilio, um comunista italiano radicado em Paris por confrontos políticos com camaradas do Partido uns anos antes. E que é enviado numa missão a Turim quando a detenção de militantes por denúncia começa a dizimar as fileiras da resistência. O título de trabalho era “Missione nell’Italia Fascista”, tendo a produção que haver‐se com a RKO, ciosa da exclusividade do título do filme de 1941 de Hitchcock, SUSPICION. É uma das escolhas italianas de Jorge Silva Melo nesta sua carta‐branca. Primeira exibição na Cinemateca.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Le Rayon Vert”, 6 de março às 21h30

O Raio Verde
Marie Rivière em “Le rayon vert” (1986) © Les Films du Losange
Sexto e último filme da série “Comédias e Provérbios”, sob a epígrafe de um verso de Rimbaud: “Ah, que venha o tempo/ em que os corações se apaixonam!”. Uma jovem secretária não sabe o que fazer durante as férias de verão e depois de muitas hesitações vai para Biarritz, onde terá uma súbita revelação. Filmado em 16mm, como outras “Comédias e Provérbios”, porque “em 35 mm, pode‐se cair facilmente no bilhete‐postal” (Rohmer), o filme tem uma deliberada estratégia de cinema “amador”. Mal compreendido quando estreou, é um filme radical, denso, luminoso.
Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Ainda Não Acabámos, Como se Fosse Uma Carta”, 10 de março às 21h30

Cinemateca Portuguesa
“Ainda Não Acabámos: Como Se Fosse Uma Carta” © Artistas Unidos

É como se fosse Jorge Silva Melo por Jorge Silva Melo. O filme esteve para se intitular assim numa piscadela de olhos a JLG. JSM descreve‐o como uma carta aos que contra todas as adversidades se tornam atores. Compô‐lo com imagens lisboetas, parisienses, romanas, filmando e repescando imagens já filmadas, encenando a sua própria narrativa. Convocou um sério elenco de cúmplices, amigos e atores – “os que vieram antes”, os de gerações mais novas que a sua. “É um auto‐retrato (auto‐filme? auto‐golo) comigo de costas: para que quem veja, veja o que eu vejo. Aquilo que vejo (vi, verei) será aquilo que sou? Mas é uma carta, é a ti que quero contar, a ti, rapaz que quiseste ser ator.” Primeira exibição na Cinemateca.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Two Weeks in Another Town”, 11 de março às 15h30

Kirk Douglas
Kirk Douglas e Cyd Charisse em “Duas Semanas Noutra Cidade” (1962) © MGM

Um americano em Roma, uma angústia, uma confusão, uma perdição neste melodrama sobre o cinema e vida do pós‐guerra, gente à deriva. A sequência do automóvel com Kirk Douglas subindo o Muro Torto é um dos momentos mais extraordinários do mais elegante dos cineastas, e aquele em que podemos ver o que mudou na compreensão do ser humano, no conturbado início dos anos 1960.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Namay-E Nazdik / Close-Up”, 13 de março às 15h30

Close-Up
Mohsen Makhmalbaf e Hossain Sabzian em “Close-Up” © Kanun parvaresh fekri

Reflexão sobre as relações de classe e de poder no seio do teatro inglês shakespereano durante a Segunda Guerra Mundial, a obra de Peter Yates baseia-se em grande medida na interação de dois atores em perfeito estado de graça: Albert Finney como o veterano ator em rápida decadência que o fiel camareiro encarnado por Tom Courtenay procura amparar para que o espetáculo continue e a recente encenação de King Lear chegue a bom porto. Albert Finney venceu o prémio de Melhor Interpretação Masculina no Festival de Berlim e Tom Courtenay foi galardoado com o Globo de Ouro na categoria de melhor ator dramático. Primeira exibição na Cinemateca.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Conte D’Été” + “Una Domenica D’Agosto”, 14 de março às 15:30

Eric Rohmer
Amanda Langlet e Melvil Poupaud em “Conto de Verão” (1996) © Canal+

Nos dez anos que vão de O RAIO VERDE a CON‐ TO DE VERÃO, Rohmer interessou‐se por personagens cada vez mais jovens e, por conseguinte, indefinidas. O contexto narrativo de CONTE D’ÉTÉ, um dos “Contos das Quatro Estações”, é próximo do de PAULINE À LA PLAGE: as personagens não recapitulam o que se passou, como nos “Contos Morais”, nem têm teorias literárias sobre a vida, como nas “Comédias e Provérbios”. Não dominam os acontecimentos, deixam‐se levar. Neste caso, trata‐se de um rapaz em férias, em permanente hesitação entre três raparigas, com quem marca encontros simultâneos. Filme do calor e da juventude, CONTO DE VERÃO guarda a ligeireza da estação e o rasto da comédia burlesca. Obrigatório em qualquer ciclo de filmes sobre o verão, UNA DOMENICA D’AGOSTO é porventura um dos mais extraordinários filmes de Luciano Emmer, que assinava aqui apenas a sua primeira longa‐metragem. Tudo se passa num único dia e praticamente só num local, um domingo de agosto na praia de Ostia, onde parecem acorrer todos os habitantes de Roma – velhos e novos, ricos, pobres e assim assim –, num panorama social diversificado que é uma reveladora miniatura da sociedade italiana do pós‐guerra e dos seus sonhos. Uma comédia de costumes de uma enorme inventividade e agilidade (desde o notável trabalho de câmara a um conjunto muito alargado de atores, incluindo estreantes, tocados pela graça ) com cenas da luta de classes à beira‐mar em tom mais terno do que o neo‐realismo nos habituou (Cesare Zavattini é um dos autores do argumento). Primeira exibição na Cinemateca.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Fango”, 20 de março às 19h

Fango
Fango (2012) © Cinebruto

Nas poeirentas ruas dos inacessíveis bairros da zona sul da grande Buenos Aires, transitam dois músicos veteranos – El Brujo e El Indio – dispostos a levar o ritmo do tango ao extremo, fundindo‐o com acordes de rock trash. Beatriz, companheira de El Brujo, mantém uma relação com Rubén, um homem casado. É a partir deste triângulo amoroso que se gera uma vingança entre mulheres.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Battle Cry”, 25 de março às 15h30

Cinemateca Portuguesa
Tab Hunter e Dorothy Malone em “Battle Cry” (1955) © Warner Bros.

Com argumento de Leon Uris a partir do seu best-seller homónimo, BATTLE CRY é o filme em que Raoul Walsh volta aos palcos da Segunda Guerra Mundial, com uma visão mais distanciada e crítica sobre o conflito e os homens. Singularmente, este notável filme de guerra destaca‐se menos pelas características épicas das acções dos Marines, bastante reduzidas, do que pelos retratos individuais dos militares e das mulheres que os acompanham. Na Cinemateca, não é apresentado desde 2001.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“Man Of The West”, 26 de março às 19h

Cinemateca
Gary Cooper e Julie London em “O Homem do Oeste” (1958) © MGM

O último grande western de Anthony Mann e, talvez, o mais pessimista dos seus filmes, onde deixa perceber a sensação de fim de um ‘’mundo’’ e de uma forma de viver. Admirável desempenho de Gary Cooper na figura de um antigo bandoleiro regenerado e que procura auxiliar uma comunidade (o mesmo tema de BEND OF THE RIVER) acabando por reencontrar‐se com o passado e ajustar contas definitivas com ele.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.

Oficina “Se Eu Fosse… Cineasta”, 28 de março às 10h30

Um conjunto de quatro tábuas pintadas, do século XVI, exposto no Museu de São Roque, serve de base para um guião de um pequeno filme de animação. Esta atividade decorre em dois momentos distintos. Num primeiro momento, no Museu de São Roque, as crianças entram em contacto com a obra de arte, desvendando as suas histórias e os seus significados, para depois construírem uma nova história para as suas personagens. No segundo momento, na Cinemateca Júnior, as personagens e histórias imaginadas ganham vida, por meio de técnicas de animação em stop motion. Para crianças dos 6 aos 12 anos | Duração: 2 horas cada sessão Preço: 2,65€ por criança(Esta atividade é exclusivamente para crianças. No final será possível assistir ao resultado final dos trabalhos desenvolvidos.)

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.




“West Side Story”, 30 de março às 21h30

Cinemateca Portuguesa
West Side Story © Metro-Goldwyn-Mayer Studios

Uma superprodução que teve imenso êxito internacional e apontou para uma renovação do musical americano. Conta Robert Wise que Jerome Robbins, o coreógrafo, “ficou intrigado com a ideia de filmar os números de dança nas ruas de Nova Iorque, mas percebeu que se tratava de um grande desafio, porque se iriam contrastar as suas mais estilizadas coreografias com os ambientes mais realistas do filme”. A esta aposta formal junta‐se a da revisitação de Romeu e Julieta no confronto entre bandos juvenis de Manhattan. A música é de Leonard Bernstein e o fabuloso genérico de abertura, com os nomes da equipa de produção marcados a giz numa parede ou nos sinais da cidade, é da autoria de Saul Bass.

Texto incluído no jornal da programação da Cinemateca para março de 2020.

Mais informações sobre a programação da Cinemateca em março podem ser consultadas aqui. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira da Cinemateca Portuguesa ou em bol

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Lê Também:   Calendário dos Festivais Nacionais e Internacionais de Cinema 2020

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