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A democratização do contactless

“BdP quer que todos os cartões sejam emitidos com contactless”. À semelhança da música “E Depois do Adeus” cantada por Paulo de Carvalho que deu o mote para a revolução de 25 de abril de 74, a afirmação do Banco de Portugal é a senha para que a democratização total dos pagamentos contactless chegue a Portugal.

Neste momento, cerca de 50% dos cartões dispõe já desta tecnologia, mas o BdP quer mais e pretende que, dentro de três anos, todos os cartões em circulação no nosso país já tenham esta tecnologia de pagamentos “sem contacto” instalada.

A primeira medida nesse sentido já está tomada e implicará que, até final de dezembro deste ano, as entidades que emitem os cartões devam incorporar a tecnologia contactless nos novos cartões de pagamento emitidos e promover a sua ativação pelos utilizadores.

As indicações presentes na denominada “Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho | Horizonte 2022” não se ficam apenas pelos cartões. Para que os pagamentos contactless se possam realizar, é essencial que o terminal de pagamento automático onde passamos o cartão também esteja equipado com contactless.

O regulador irá promover, a partir de 2021, a incorporação desta tecnologia nos novos terminais ou garantir a sua ativação, no caso de um TPA físico que já disponha da opção de pagamentos contactless. À semelhança dos cartões, os dados indicam que, atualmente, metade dos TPA existentes em território nacional estejam equipados com tecnologia contactless.

Entre esta metade, e muito antes do BdP ter desenvolvido esta estratégia, estão marcas especializadas em meios de pagamento como a REDUNIQ que há uma série de anos antecipou este cenário e ofereceu aos clientes diferenciadas soluções de pagamentos com a tecnologia contactless.

Essa oferta conheceu recentemente um novo capítulo com a inovadora solução TPA REDUNIQ Smart, um terminal de pagamento automático de última geração que aceita pagamentos por cartão por contactless, chip ou MB Way e dá ao comerciante a possibilidade de desenvolver apps para a gestão do seu negócio a partir do próprio terminal.

Novas exigências de consumo justificam a aposta no contactless

Este desejo de “democratização do contactless” do Banco de Portugal plasmado no documento “Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho | Horizonte 2022” não é um ato nascido do nada. Não, este manifesto de intenções liga-se profundamente a uma verdadeira revolução que está a ser conduzida pelos consumidores.

O “novo consumidor” procura comodidade, rapidez e, sobretudo, segurança na altura de efetuar o pagamento de uma compra e é aqui que entra a tecnologia contactless.

Ao permitir pagar um bem ou serviço em poucos segundos com a simples aproximação do seu cartão, smartphone ou wearable a um terminal de pagamento sem que o consumidor tenha a necessidade de inserir o PIN ou entrar em contacto com o TPA, a tecnologia contactless está a tomar, paulatinamente, conta do mercado de meios de pagamento.

Atente-se nos mais recentes números revelados pela Visa

Entre agosto e outubro de 2020, a operadora processou mais 500 milhões de pagamentos contactless em toda a Europa do que em anos anteriores. Segundo a Visa, a possibilidade de efetuar pagamentos digitais em loja, independentemente do valor, já não é apenas uma conveniência, mas uma necessidade para os consumidores e comerciantes, ajudando-os a evitar o contato físico com os terminais de pagamento.

Esta procura por meios de pagamento sem contacto estendeu-se a Portugal onde, recorde-se, o BdP decidiu aumentar o limite máximo por transação através de um cartão contactless de 20€ para 50€ sem que para isso seja necessário inserir o PIN (até um valor global de 150€ diários ou um máximo de 5 transações por dia).

No nosso país, o peso dos pagamentos contactless na faturação dos negócios portugueses (dados REDUNIQ Insights) passou de 10,55% no início de março, para os 34% em novembro, uma trajetória de crescimento que se estendeu (talvez em conexão com o aumento do limite máximo para os 50€) de igual modo ao valor médio gasto pelo consumidor em cada transação que passou de 14,69€ em março para mais de 20 euros em novembro.

Segundo um estudo da Ipsos, esta tendência irá continuar a fazer-se sentir e até intensificar-se dado que 62% dos portugueses inquiridos revelam a sua preferência por métodos de pagamento contactless (cartão, smartphone, wearables, etc.) e esperam que a oferta desta tecnologia de pagamentos em loja física seja mais abrangente no futuro.

Apesar de Portugal ainda estar longe dos 75% de pagamentos contactless em loja, os números não enganam, e deixam antever um futuro onde as transações serão maioritariamente realizadas por meios de pagamento sem contacto.