Diário de um Banana © Disney

Diário de um Banana | Entrevista a Jeff Kinney e Brady Noon

Uma das sagas juvenis mais famosas, “Diário de um Banana” é agora um filme animado da Disney. E a MHD teve oportunidade de falar com o autor da história!

O título original é “Diary of a Wimpy Kid” mas por cá, com certeza que já devem ter ouvido falar na saga pelo icónico título “Diário de um Banana”. Uma série de livros juvenis da autoria de Jeff Kinney, esta tem conquistado leitores por todo o mundo e coloca na ribalta Greg Heffley, um rapaz magricela e com muitos sonhos (actualmente já existem 16 livros lançados).

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Greg Heffley, a personagem principal das histórias de Jeff Kinney © Disney

A história, que teve direito a uma adaptação cinematográfica como um filme de animação original da Disney+, estreou na plataforma de streaming no passado dia 3 de dezembro. Realizado por Swinton Scott (“Futurama”) e escrito e produzido por Jeff Kinney, é apenas o primeiro projecto anunciado pelos estúdios – anunciado no Disney+, está já em desenvolvimento “Rodrick Rules”, também inspirado nos filmes.

E, a propósito desta sua passagem para os pequenos (grandes) ecrãs, a Magazine.HD aceitou de bom grado o convite da Disney para conhecer um pouco melhor o projecto, através de Jeff Kinney, o autor de “Diário de um Banana”, e Brady Noon (“A Hora dos Campeões“), o jovem actor que dá voz a Greg Heffley (na versão original).

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Por isso, se és fã dos livros, ou sabes que há pessoal aí em casa que também adora a personagem, descobre connosco um pouco mais sobre este novo original Disney+.

[para Jeff Kinney] Sabemos que foi um percurso e tanto desde o primeiro livro até ao lançamento deste filme. Como é que foi o início da jornada desta saga? Pelo que sabemos o primeiro livro de “Diário de um Banana” começou quase como um desafio. É verdade?

JK: Sim. O que eu queria mesmo era ser cartoonista num jornal. Esse era o meu objectivo, ser como Charles Schultz, Bill Watterson ou Gary Larson. Mas ninguém gostava do meu material por isso passei três anos a tentar juntar-me a um sindicato. Como ninguém aceitou, precisei de arranjar uma forma de publicar os meus cartoons – e daí surgiu a ideia de um long-form cartoon. Como uma novela. Trabalhei na ideia durante muito tempo, oito anos. E depois mostrei a alguém que gostou e foi o que me fez publicar o primeiro livro.

[para Jeff Kinney] Como é que foi trabalhar numa adaptação cinematográfica animada do primeiro livro de “Diário de um Banana”?

JK: Oh, foi muito entusiasmante. Ver estas personagens a saltar da página para o ecrã, num ambiente totalmente CGI, foi muito fixe de ver, principalmente com a Disney. E o Brady [Noon] também fez um óptimo trabalho em trazer a personagem de Greg Heffley ‘à vida’ no ecrã pela primeira vez. Muito fixe.

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O novo original Disney+ tem argumento de Jeff Kinney, o próprio autor dos livros juvenis | © Disney

[para Jeff Kinney] E como é que foi ver as tuas ilustrações, que originalmente são a preto e branco, a ganharem vida e cores na Disney+?

JK: Na verdade eu estava um pouco assustado, por causa daquele primeiro impacto que temos sempre quando vemos uma nova versão de algo que já nos é familiar. Parece sempre estranho sabem? E no início demorou um bocado a acertar com o look certo das personagens, definindo que aquele era o Greg ou o Rowley. Demorou mesmo um bocado. E depois é a diferença dos livros e do ecrã, já que nos livros não vemos as personagens em todas as dimensões, e no filme vamos vê-lo por todos os ângulos.

E estava nervoso porque no primeiro teste a animação era muito ‘dura’, quase como uma má animação dos anos 90, e comecei a pensar se aquele seria o resultado final. Mas depois colocaram as luzes e as texturas e os meus olhos simplesmente iluminaram-se, e percebi que aquilo afinal ia ser bom [rindo-se]. Foi realmente um alívio na altura, foi “ohh wow, isto é produção de qualidade”.

[para Brady Noon] “Diário de um Banana” é obviamente um livro muito popular. Estavas familiarizado com a saga?

BN: Sim sim, já conhecia bem a saga de “Diário de um Banana” desde pequeno. Lembro-me até de uma altura quando era mais novo, na escola primária, e de como andava sempre à ‘bulha’ com os meus irmãos no dia da biblioteca para ficar com uma cópia do ilvro de “Diário de um Banana”. Eles eram o prémio que todos queriam no dia da biblioteca. Lembro-me de começar a ler um, e de saber que tinha de ler o volume seguinte na semana seguinte e por aí fora. Era um vício louco que todos tínhamos, simplesmente incrível e uma memória que ainda guardo.

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[para Brady Noon] E quando soubeste sobre este papel, como é que foi ficar mesmo com o papel de Greg Heffley?

BN: Eu fiquei super entusiasmado quando soube da audição – a primeira vez que ouvi sobre o papel. E fui logo buscar os livros. Re-li rapidamente o primeiro livro, fiz trabalho de casa e muita pesquisa nos live-actions já feitos sobre a história e li mais sobre os outros livros. Reuni o máximo de informação que consegui, e estava super excitado em fazer a audição mas também em saber que ia sair outro filme da saga. Isso talvez tenha sido a parte mais entusiasmante para mim.

E  há algo que penses que te relacionas directamente com Greg Heffley?

BN: Acho que me consigo relacionar com o Greg a nível de amizade. Como pessoa sinto que tento ser bom para todos. Mas às vezes, pelo caminho, faço algumas asneiras, como o GRe e todas as pessoas. No final no entanto tento sempre fazer o que é correcto e emendar o que tiver de emendar com as pessoas à minha volta [como o Greg]. Sinto que é uma mensagem muito e algo que aprendi do Greg e que levo comigo durante a vida.

JK: Eu também era muito como o Greg quando era criança. Fazia muitas asneiras, coisas que não queria que ninguém soubesse. E talvez por isso também tenha reflectido isso na personagem e tenha-me insirado em membros da minha própria família para retratar os Heffleys. O me irmão por exemplo vivia mesmo na cave, tal como o Rodrick, e tocava numa banda muito má – que ele certamente diria que era uma boa banda. E os pais [de Greg] são como os meus de certo modo. Mas todas as personagens são este misto de ficção e realidade; apesar de todos na minha família saberem de quem falo quando escrevo.

Diário de um Banana
Já existe um spin-off em desenvolvimento, mas para Jeff Kinney ainda há muito para explorar na vida de Greg © Disney

[para Jeff Kinney] Sim, pegando nisso, todas as personagens são boas…. Mas Jeff, qual é que seria a tua personagem favorita de “Diário de um Banana” e porquê?

JF: Bem, eu vou sempre adorar o Greg, porque é ele e está realmente muito próximo do meu coração. Mas eu também adoro o Rowley. O Rowley é uma personagem que simplesmente adora ser uma criança, que é filho único e que não tem um irmão mais velo, ao contrário de Greg. E o facto de simplesmente gostar viver neste mundo de crianças, tornando-o até incorruptível, é algo que gosto bastante nele.

E quanto a ti Brady? Para além de Greg Heffley, que outra personagem está no teu leque das favoritas, e de que forma pensas que te relacionas com ela?

BN: Hmm… acho que me consigo relacionar de algum modo ao Fregley. Também me vejo um pouco como nerd em relação a algumas coisas, sendo por exemplo um apaixonado por livros. E gosto de banda desenhada e Star Wars, e penso que é esse meu lado mais geek que vejo no Fregley. Mas apenas nesse lado dele.

[para Jeff Kinney] “Diário de um Banana” tem muitas personagens adoradas pelos fãs. O que é estas personagens que as fazem ligar-se tantos aos leitores de todo o mundo?

JK: Ohh essa pergunta é óptima e acho que descobri a resposta enquanto viajava pelo mundo. Acho que as pessoas de todo o mundo, China, Brasil, Israel, Nova Zelândia… todos vêem o Greg como um deles, e não como um miúdo americano que vive longe deles. E se pensarmos nele como a personagem que é escrita nos livros… ele é tão simples quanto possível, e penso que é isso que permite aos leitores projectarem-se nele. O que é bom e faz com que as histórias sejam fáceis de relacionar. E espero que o humor também!

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[para Jeff Kinney] Jeff, com o filme já na plataforma de streaming da Disney+, o que é que ele tem que o faz ser tão especial para ti?

JK: Hmm, as interpretações sem dúvida. Para mim é muito interessante que quando escrevi o argumento o estivesse a fazer para actores de carne e osso, porque também não o sabia fazer de outro modo. Eu não estava a escrever para personagens de cartoon. E quando o Brady apareceu para Greg Heffley, e Ethan para Rowley, as personagens pareceram-me um todo, e alguém com que nos preocupássemos realmente. E isso é muito importante mesmo.

E com este filme animado, a última pergunta que temos claro que é… há interesse em fazer toda uma série animada sobre a saga?

JK: Oh sim, eu adorava fazer tantos filmes quanto possível. Já estamos de facto a produzir “Rodrick Rules”, que é extremamente entusiasmante estarmos a pegar no projecto quando “Diário de um Banana” ainda está a ser apresentado. Mas sim, sem dúvida que temos essa ideia – até porque o Greg pode crescer muito ao longo dos filmes, como um miúdo da primária até chegar ao secundário, por isso há muitas histórias possíveis de se contar.

TRAILER | DIÁRIO DE UM BANANA JÁ ESTÁ NA DISNEY+

Obrigada pela oportunidade Disney, mal podemos esperar por continuar a ver mais histórias de Diário de um Banana!



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