©Big Picture 2 Films and ©Alcon (Editado por Vitor Carvalho, © MHD)

Produtores de Blade Runner 2049 processam Elon Musk (Tesla) | As causas da polémica

A disputa legal que ninguém previu envolve carros autónomos, IA, Elon Musk e um dos filmes mais icónicos da ficção científica moderna.

Sumário:

  • A Alcon Entertainment processou Elon Musk, Tesla e Warner Bros. Discovery por uso indevido de imagens geradas por IA de Blade Runner 2049 no lançamento do novo robotáxi da Tesla;
  • A produtora recusou previamente um pedido para usar imagens do filme, alegando não querer ligação com Musk, mas ele utilizou imagens semelhantes criadas por IA;
  • Este processo pode prejudicar futuras negociações da Alcon para a série Blade Runner 2099, levantando questões sobre direitos de autor e o uso da IA na recriação de obras.
Lê Também:   Remake de American Psycho a caminho, pelas mãos do realizador de Challengers

A Alcon Entertainment, produtora de “Blade Runner 2049” (Netflix), avançou com um processo contra Elon Musk, Tesla e Warner Bros. Discovery por alegada violação de direitos de autor. No centro da polémica está o uso de imagens geradas por IA que recriam cenas icónicas do filme durante o lançamento do novo robotáxi da Tesla, após um pedido de utilização ter sido expressamente negado pela produtora.

A tempestade perfeita de Musk

Elon Musk neuralink
Crédito editorial: Frederic Legrand – COMEO / Shutterstock.com

Imaginem: estamos no lote da Warner Bros. Discovery em Burbank, Califórnia. É 10 de outubro de 2024, e Elon Musk prepara-se para revelar ao mundo o seu mais recente projeto – o robotáxi totalmente autónomo da Tesla. Até aqui, tudo normal no mundo da tecnologia. Mas o que se seguiu foi digno de um filme de Hollywood.

Segundo a Variety, no dia anterior ao evento, a Warner Bros. Discovery contactou a Alcon com um pedido aparentemente simples: utilizar algumas imagens de “Blade Runner 2049” na apresentação. A resposta? Um “não” rotundo dos CEO’s Andrew Kosove e Broderick Johnson. O motivo? Não queriam qualquer associação com “o comportamento caprichoso e arbitrário de Musk, que por vezes descamba em discurso de ódio”.

Mas a história não termina aqui. Durante a apresentação, Musk decidiu utilizar imagens geradas por IA que, segundo a Alcon, são praticamente indistinguíveis de cenas icónicas do filme – incluindo uma que apresenta um “sósia de Ryan Gosling” e outra com o icónico veículo futurista ao estilo Peugeot do filme. “A magnitude financeira desta apropriação indevida foi substancial”, alega o processo judicial. “A Alcon gastou décadas e centenas de milhões de dólares a construir a marca de “Blade Runner 2049″.” A produtora revela ainda que contratos anteriores a ligar marcas automóveis ao filme tiveram valores na casa dos oito dígitos.

Um futuro em risco

Blade Runner 2049
Ryan Gosling em “Blade Runner 2049” (2017) ©Warner Bros. Entertainment

O timing não podia ser pior. A Alcon está atualmente em negociações com outras marcas automóveis para parcerias na série “Blade Runner 2099”, que está a ser filmada na Europa para a Amazon Prime. Esta situação pode potencialmente comprometer estas negociações. Ironicamente, durante o evento, Musk mencionou que adora a franquia Blade Runner, mas que “não sabe se queremos esse futuro”. Bem, o futuro chegou mais depressa do que esperava – só que numa sala de tribunal.

A Alcon procura uma providência cautelar para impedir Musk, Tesla, WBD e qualquer pessoa associada de utilizar elementos de “Blade Runner 2049”, além de indemnizações monetárias não especificadas. Os representantes da Tesla, Musk e Warner Bros. Discovery ainda não responderam aos pedidos de comentário.

O caso levanta questões fascinantes sobre os limites da IA na geração de imagens e os direitos de autor na era digital. Afinal, quando é que uma imagem gerada por IA é “inspirada por” versus “cópia de”? E quanto vale realmente a propriedade intelectual num mundo onde qualquer pessoa pode recriar cenas icónicas com alguns prompts? Estamos curiosos para ver como esta batalha legal se vai desenvolver. Uma coisa é certa: o futuro distópico de “Blade Runner” pode estar mais próximo do que pensávamos – só que em vez de replicantes a questionar a sua humanidade, temos IA a questionar os limites da criatividade e da propriedade intelectual.

O que achas desta polémica? Acreditas que a Alcon tem razão em proteger a sua propriedade intelectual, ou será que a IA está a mudar as regras do jogo? Partilha a tua opinião nos comentários!



Também do teu Interesse:


About The Author


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *