© Ubisoft Montreal

eSports | Rato e Teclado ou Comando?

Será um comando mais poderoso que um rato e teclado? Neste artigo tentamos desmistificar o que poderá levar um periférico a tornar-se mais competitivo que o seu rival. 

Semelhante à guerra de plataformas, também parece ser ancestral a guerra existente  nesta suposta inerente competitividade entre utilizar um rato e teclado (que iremos passar a referir como ReT) e um comando. Afinal de contas, o que é que torna a utilização de um periférico mais vantajoso que o seu rival?

Portanto, primeiro é necessário perceber de que estamos a falar. Quando se fala num comando, estamos a referir-nos a um equipamento com (normalmente) dois analógicos, e um conjunto de botões colocados da forma mais ergonómica possível. É nos analógicos que, tanto a movimentação, como a visão serão controlados. Já no ReT, está à nossa disposição um conjunto muito mais diverso de teclas, bem como um equipamento completamente separado, o rato, que vai tratar de, no mínimo, olhar, apontar e disparar.

Para já, não parece haver qualquer problema ou impedimento óbvio em nenhum dos dois tipos de periféricos, então, de onde vem esta guerra? Ao utilizar um comando, o jogador está limitado a uma superfície mínima de movimentação do analógico, fazendo com que a movimentação in-game terá que ser multiplicada, para compensar a falta de espaço. É aqui que começam as desvantagens, a falta de versatilidade de um analógico, face a um mouse, limita bastante as possibilidades de movimentação. Um rato, desde que tenhas espaço para isso, tem muito mais facilidade em replicar o teu movimento real no jogo. Para além disso, o sistema das consolas está limitado quanto às possibilidades de customização. Por exemplo, a sensibilidade máxima que se pode alcançar em “Destiny 2”, é muito mais baixa que a sensibilidade máxima que “Rainbow Six: Siege” consegue. O que faz com que um jogador de consola tenha que alterar as suas definições em todos os jogos, sendo que, se acompanhado de um ReT e de conhecimentos técnicos, a sensibilidade entre jogos poderá ser praticamente a mesma em qualquer título que se jogue.

PlayStation 5 Comando
© Sony Interactive Entertainment

De seguida, vem a própria fidelidade e precisão dos movimentos que são realizados. Aqui existem dois fatores principais, o humano e o mecânico. Em primeiro lugar, independentemente da plataforma em que se jogue, é necessário que se estabeleça uma certa memória muscular, para que se consiga estar em controlo completo dos movimentos. Esta memória muscular não fica guardada a 100%, sendo necessário um aquecimento antes de ir para uma partida competitiva. O “estar frio” num comando, é completamente diferente do “estar frio” num ReT. Não retirando mérito a nenhum tipo de utilizador, num rato, devido a um maior número de elementos corporais utilizados para realizar os movimentos (braço, pulso e dedos), a utilização deste tipo de periférico torna muito mais fácil a recuperação da memória muscular face ao seu periférico adversário, que depende apenas de um polegar para causar a precisão do movimento desejado em causa. É muito mais fácil controlar o recoil de uma arma num rato, que num analógico, tudo devido à fiabilidade que é oferecida por um comando.

Counter Strike: Global Offensive
© Valve Corporation

Não há dúvida de que nada bate um comando quando o assunto é conforto e casualidade. No entanto, para tornar este periférico mais competitivo, existem várias variáveis, cada um com os seus benefícios. Existem comandos, como o “Razer Raiju Tournament Edition“, que tentam esconder um pouco esta superioridade inerente ao possuírem   analógicos assimétricos, teclas mecânicas, e a adição de mais quatro botões em posições bastante confortáveis, eliminando assim a necessidade de se retirar os polegares dos analógicos. Apesar de tudo isto, um teclado continuará sempre a dispor de uma maior quantidade de teclas. Existem também alguns jogos que simplesmente não estão disponíveis para as consolas, simplesmente pelo facto de não ser possível implementar a totalidade das mecânicas necessárias para o bom decorrer do jogo.

Mas então, que maneiras mais existem de fazer com que a utilização de um ReT não seja tão desequilibrada face a um comando? A verdade é que existem várias maneiras de o fazer. Uma delas é o tão conhecido “aim-assist“, um sistema que melhora em muito a precisão dos analógicos, mantendo a mira do jogador em cima do oponente. Uma maneira é a existência de equipamentos que permitem a utilização clandestina de um ReT numa consola, unindo os benefícios de um rato, com as ajudas que um comando recebe, uma vez que os inputs destes dispositivos vão mascarados como sendo os de um comando completamente comum.

razer blackwidow elite
© Razer

Resumindo, a utilização de um rato e teclado acaba por trazer benefícios inegáveis para quem o usa. Desde uma maior quantidade de teclas, até à maior precisão mecânica, quem for detentor de um periférico deste género estará certamente a competir com as melhores condições possíveis. Em contrapartida, e apesar de existirem jogos que beneficiam mais de um comando, a versatilidade patente nestes periféricos com analógicos tem vindo a evoluir, sendo possível assistir a partidas bastante interessantes e competitivas, tanto na plataforma da Microsoft, como na da Sony.

E tu, que periférico preferes? Gostas mais de utilizar um rato, acompanhado de um teclado, ou preferes um comando?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *