"A Mulher" | © Cinemundo

História dos Óscares | A desgraça de Glenn Close

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Depois de perder para Olivia Colman, Glenn Close tornou-se oficialmente na atriz com mais nomeações a nunca ter ganho um Óscar na História da Academia de Hollywood.

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Em tempos, quando a cerimónia dos Óscares não era submissa à histeria tirânica do canal ABC e o seu medo por baixas audiências, os Óscares Honorários eram dados durante a grande noite dos maiores prémios de Hollywood. Em 1994, uma das pessoas honradas com tal galardão foi Deborah Kerr. A atriz inglesa tinha então 73 anos e uma filmografia áurea com mais de 40 títulos, incluindo clássicos como “O Rei e Eu” e o vencedor do Óscar de Melhor Filme “Até à Eternidade”. Uma das razões que levou a Academia a dar este prémio a Kerr foi certamente o facto de que, apesar desse currículo, a atriz nunca tinha ganho um Óscar competitivo. De facto, com seis nomeações, Kerr era então detentora do record de atriz mais nomeada sem nunca ter ganho.

Num gesto tragicamente profético, a pessoa que os produtores da cerimónia de 94 escolheram para dar o prémio a Deborah Kerr foi Glenn Close. Na altura, ela tinha já cinco nomeações e zero vitórias e viria a empatar o record de Kerr em 2012, quando foi nomeada para Melhor Atriz por “Albert Nobbs” e perdeu para Meryl Streep em “A Dama de Ferro”. Este ano, quando Close voltou a perder o Óscar, desta vez para Olivia Colman em “A Favorita”, a atriz tornou-se na sucessora de Kerr, batendo o record e assumindo-se assim como a maior perdedora na História dos Óscares. É difícil criticar a vitória de Colman, mas é igualmente difícil não encarar o repetido fracasso de Glenn Close como uma injustiça.

Com 71 anos, Close tem quase a mesma idade que Kerr tinha quando ganhou o Óscar Honorário, mas, felizmente, continua a trabalhar regularmente. Em finais do ano, ela começará a filmar uma adaptação cinematográfica de “Sunset Blvd.”, o musical que, quando estreou originalmente na Broadway, lhe valeu um Tony. Talvez seja esse o projeto que finalmente a levará ao palco do Dolby Theatre, mas com o azar desta atriz, tal destino glorioso parece incerto. Afinal, todos os peritos tinham previsto a vitória da atriz por “A Mulher” na cerimónia deste ano, sendo que o triunfo de Colman foi provavelmente o maior choque da noite. Até os convidados da cerimónia pareceram chocados.

Uma das pessoas que parecia certa da vitória de Close era a própria atriz, já tendo ganhado o Globo de Ouro, o prémio da escolha dos Críticos e do Sindicato dos Atores. Vestida em quilos de tecido doirado coberto de missangas minúsculas e com uma enorme capa a arrastar-se atrás de si, a atriz vinha aprumada ao bom estilo de uma vencedora. Há até quem diga que, para se ganhar o Óscar, uma atriz há que se vestir como o Óscar. O fracasso de Close parece pôr fim a tal costume, o que não admira sendo que o historial desta atriz nos Óscares é feito de semelhantes previsões desgraçadas, surpresas, tradições quebradas e muito, muito azar.

Com tudo isto dito, resta-nos fazer uma importante questão. Será que Glenn Close alguma vez mereceu ganhar o Óscar? É isso que tentaremos responder com este artigo, onde nos propomos a examinar as sete performances pela qual a atriz foi nomeada assim como os fatores que levaram à sua recorrente e muito inglória perda. Basta seguires as setas para explorar os slides, sendo que a estrutura desta galeria consiste num slide a falar da performance nomeada em si, seguido de outro a explicar o resultado final dos Óscares desse ano.




1ª NOMEAÇÃO

© Warner Bros.

Melhor Atriz Secundária de 1982, por “O ESTRANHO MUNDO DE GARP

Apesar de hoje em dia ser considerada uma lenda viva do grande ecrã, Glenn Close começou sua vida no mundo das artes bem longe do cinema. Seu foco inicial era o teatro e a música, sendo que só já com 35 anos é que a atriz se estreou no grande ecrã. Mesmo essa estreia foi ditada pelos talentos em palco da atriz e pela sorte. Foi em 1980, quando via um espetáculo da Broadway em que Close participava, que o realizador George Roy Hill decidiu que tinha encontrado a atriz perfeita para um dos papeis centrais do seu próximo filme. O projeto tratava-se de uma adaptação do romance “O Estranho Mundo de Garp” de John Irving e, depois de algum esforço, o cineasta lá convenceu a atriz a fazer audições. Close ganhou o papel, quando o filme estreou em 1982 ela recebeu críticas estrondosas e, no ano seguinte, conseguiu o raro feito de ser nomeada para o Óscar pelo seu primeiro filme.

O papel que valeu a Close tamanha aclamação representa o tipo de personagem colorida que, independentemente do ator que a interpreta, acaba sempre por ficar na memória do espectador. No filme, a atriz dá vida a Jenny Fields, uma fervorosa feminista que, quando trabalhava como enfermeira durante a 2ª Guerra Mundial, aproveita a ereção perpétua de um soldado ferido para engravidar. A narrativa conta a história de vida do seu filho bastardo, estando também parcialmente focada no modo como Jenny se torna numa autora consagrada e num ícone de feminismo radical, cujo ativismo político acaba por lhe custar a vida. Convém dizer que, apesar de tal descrição, o filme é geralmente encarado como uma comédia satírica.

Na verdade, é esse mesmo componente satírico que mais trai os esforços de Close. Basicamente, “O Estranho Mundo de Garp” é um filme que tanto parece querer celebrar o feminismo como o quer ridicularizar e equacionar a misandria histérica. Por seu lado, a atriz não nega a faceta cómica da sua peculiar personagem, mas fá-lo através de diálogos proferidos com a exatidão vocal minuciosa de uma veterana dos palcos, projetando uma imagem de perfeita dignidade e absoluta confiança sombreada pela indignação filosófica de uma idealista. Sua abordagem torna Jenny mais interessante do que é na página, mas entra em conflito com as tonalidades extremadas do filme. Mesmo assim, de forma geral, trata-se de um trabalho admirável que nos mostra como Close é uma atriz que nunca tem medo de transcender os limites dos textos que interpreta, complicando até as figuras mais caricaturadas.




PERDEU PARA…

filmes na tv
© 1982 Columbia Pictures Industries, Inc. All Rights Reserved.

Jessica Lange em “TOOTSIE

Glenn Close pode ter sido uma das grandes revelações de 1982, mas o ano indubitavelmente pertenceu a Jessica Lange. Devido à sua subida à ribalta com filmes tão desprestigiados como o “King Kong” de 1976, Lange era considerada pela maioria como uma cara bonita sem grandes talentos interpretativos. Com o advento da década de 80, isso veio a mudar, sendo que 1982 foi o ano de viragem que viu Lange transformar-se na consciência pública de um sex symbol a uma atriz consagrada. Afinal, é difícil ver “Tootsie” e “Frances” de seguida e ainda insistir que Jessica Lange não tem talento.

Em “Frances”, Lange deu o corpo e alma ao manifesto, encarnando a trágica atriz de Hollywood Frances Farmer com uma intensidade dramática que corta a respiração e eletrifica o espectador. Há um desespero palpável no seu desempenho e, mais tarde, um vazio assustador quando ela sofre uma lobotomia. É justo chamar a este desempenho um dos melhores da década de 80 e se não fosse Meryl Streep em “A escolha de Sofia”, Lange teria certamente ganho o Óscar de Melhor Atriz. Infelizmente, negar o prémio a Streep era inconcebível pelo que a Academia se virou para o outro filme estrondoso que Lange estreou nesse ano. Chegada a noite dos Óscares, Lange estava nomeada a Melhor Atriz e Atriz Secundária e todos concordavam que a vitória por “Tootsie” representava uma consolação.

Convém dizer, contudo, que Lange é fantástica na comédia protagonizada por Dustin Hoffman e é a sua transparência emocional que ancora o filme e lhe complementa o humor paródico com real humanidade. Por tudo isso, Close não tinha hipótese de ganhar esta sua primeira nomeação. Ela ainda ganhou uns prémios da crítica, mas diríamos até que Lesley Ann Warren em “Victor/Victoria”, também nomeada para o Óscar de Melhor Atriz Secundária, poderá ter recebido mais votos que Close no final.




2ª NOMEAÇÃO

oscares glenn close os amigos de alex
© Columbia Pictures

Melhor Atriz Secundária de 1983, por “OS AMIGOS DE ALEX

Há filmes que definem uma era e uma geração. Para americanos que viveram a transição de jovem adulto para a meia-idade durante a década de 80, “Os Amigos de Alex” poderá muito bem ser esse tipo de artefacto cultural. O filme foca-se num grupo de amigos que se reúnem, depois de muitos anos separados, quando o seu antigo líder se suicida. Tudo começa com um funeral e envolve muitas lamentações nostálgicas, música icónica de outros tempos e algumas reviravoltas melodramáticas que já na altura resultaram numa reação crítica meio ambivalente. Apesar de tais fatores, contudo, o filme foi um estrondoso sucesso e seu peso cultural e influência é inegável.

No meio de tudo isto, temos um elenco invejável cheio de atores aclamados dos anos 80. No meio deles temos Glenn Close. Foi ela que valeu ao filme a sua única nomeação para Óscares de atuação (também foi nomeado para Melhor Filme e Melhor Argumento Original), e, revisitando a obra, é fácil perceber porquê. Sarah, a personagem de Glenn Close, é talvez a figura mais multifacetada de “Os Amigos de Alex”, sendo uma mulher que esconde os seus sentimentos e está sempre a por e colocar máscaras sociais, só às vezes revelando-se em instantes de dolorosa sinceridade. É também a figura que mais segredos guarda e quem, no terceiro ato da narrativa, tem de fazer algumas decisões enlouquecidas a que nem Glenn Close consegue dar coerência dramática.

Tirando esses caminhos infelizes tomados pela narrativa, Close mostra-se aqui como uma mestra em completo controlo da sua Arte. Graças a um mês de ensaios antes das filmagens, todo o elenco transmite uma ligação pessoal credível ao mesmo tempo que demonstram uma grande internalização do arco emocional das suas personagens. Isso nunca é mais claro que na Sarah de Glenn Close, cuja complicado luto se manifesta em reações desarticuladas de uma mulher ainda incapaz de confrontar o horror da sua perda. Em dois célebres instantes, Close chora quando só o espectador a consegue ver, revelando a dor que Sarah tenta esconder do mundo. Noutra cena, um diálogo revela subtilmente como o sofrimento de Sarah é exacerbado por uma paixão que agora nunca será consumada. Close telegrafa tudo isto com exatidão e, não fossem as fragilidades do argumento e sua indefinição das motivações de Sarah em certas partes da história, esta poderia facilmente ser vista como um dos grandes feitos desta atriz no grande ecrã.




PERDEU PARA…

linda hunt ano de viver oscar
© MGM

Linda Hunt em “O ANO DE TODOS OS PERIGOS

Apesar do impacto cultural e popularidade de “Os Amigos de Alex”, Glenn Close não recebeu nenhuma nomeação de outra associação de prémios senão a Academia dos Óscares. O mesmo não se pode dizer da sua competição para o Óscar de Melhor Atriz Secundária, nomeadamente as duas atrizes que, nessa noite, eram consideradas as grandes favoritas para os prémios. Referimo-nos a Cher em “Reação em Cadeia” e Linda Hunt em “O Ano de Todos os Perigos”.

Ao longo da temporada dos prémios de 1983/4, essas duas intérpretes foram colhendo todos os prémios da crítica. Cher estava a viver um momento à la Jessica Lange tendo provado a todos que conseguia ser uma grande atriz e que sua persona enquanto estrela musical e de comédia televisiva em nada significava que ela não era capaz de contracenar ao lado de titãs do cinema como Meryl Streep. Parte do impacto de Cher deveu-se mesmo a natureza completamente anti-glamourosa do papel e suas reações silenciosas que, especialmente aquando do clímax do filme, acrescentam uma nota de mistério e devastação emocional a uma história verídica muito trágica.

Contudo, nem mesmo a transformação de Cher numa humilde trabalhadora de uma central de energia nuclear conseguia ser mais vistosa ou estonteante que a de Linda Hunt. Em “O Ano de Todos os Perigos”, a atriz interpreta um fotógrafo indonésio que serve quase como um misterioso Mefistófeles para o protagonista interpretado por Mel Gibson. Não só Hunt teve de mascarar a etnia e seu género, como o papel demanda dela um cocktail complicado de cinismo e vulnerabilidade, ironia e ambiguidade. Contra tais adversárias, não admira que Glenn Close tenha perdido o Óscar.




3ª NOMEAÇÃO

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© TriStar Pictures

Melhor Atriz Secundária de 1984, por “UM HOMEM FORA DE SÉRIE

Na sua primeira cena em “Um Homem Fora de Série”, Glenn Close, então com 37 anos, interpreta uma risonha adolescente que morre de amores pelo seu namorado do secundário. Nem uma mestra do trabalho de ator como Close consegue dar credibilidade a estes primeiros instantes. Suas falas são proferidas com interessantes inflexões, mas a ideia geral que se transmite é o artifício da falsa jovialidade. Depois deste começo muito pouco auspicioso, a atriz desaparece deste drama meio nostálgico meio mítico sobre um jogador de basebol destinado a grandeza.

Apesar de tal introdução na narrativa, convém dizer que o modo como Close reentra na história é uma das cenas mais icónicas deste filme. Aí, a atriz vestida de branco ergue-se no meio das bancadas de um jogo de basebol. Sob a luz doirada do entardecer, um chapéu de abas largas forma uma auréola em volta da sua cabeça, emoldurando a sua expressão beatífica e dando-lhe um aspeto quase celestial. A própria Glenn Close, anos depois de ter feito o filme, disse que a sua nomeação para o Óscar se deveu mais ao trabalho do diretor de fotografia Caleb Deschanel que a qualquer esforço interpretativo da sua parte. Não é fácil discordar por completo das conclusões da atriz. “Um Homem Fora de Série” não é o tipo de filme que tem grande espaço para trabalho de ator ou personagens complicadas. Sua construção das figuras humanas em cena é feita através de uma série de elementos formais que resultam em iconografia arquetípica.

Mais do que qualquer filme no currículo da atriz, este é um bom exemplo de como o cinema é uma arte colaborativa onde a linguagem audiovisual da câmara pode ser bem mais importante que qualquer realidade humana retratada pelos atores. Dito isto, Close não se deixa ficar totalmente passiva face ao simplismo do guião e à expressividade fotográfica da obra, injetando algumas variações tonais à santidade romântica da sua personagem. O filme pode representar esta mulher como uma mártir que sacrifica a felicidade pessoal em nome da grandeza do seu amado, mas Close jamais deixa que as motivações dela sejam claras ou simples, dando necessária ambivalência psicológica a uma presença mal esboçada. Não é um dos melhores trabalhos da atriz, mas não deixa de merecer alguma admiração.




PERDEU PARA…

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© Columbia Pictures

Peggy Ashcroft em “PASSAGEM PARA A ÍNDIA

Em termos de galardões percursores, a temporada de prémios de 1984/5 foi marcada pela hegemonia de duas prestações na categoria de Melhor Atriz Secundária. Elas eram Christine Lathi na comédia dos tempos de guerra “Amor em Perigo” e Peggy Ashcroft em “Passagem para a Índia”, uma adaptação literária de prestígio que foi também o último filme realizado por David Lean. Considerando estes fatores em conjunção com outras dez nomeações adicionais, incluindo Melhor Filme, para o projeto de Lean, é fácil ver como Ashcroft era a clara favorita.

No final, esse favoritismo resultou na vitória da atriz inglesa que poucas vezes trabalhou em cinema ao longo da sua respeitosa carreira. Apesar disso, Ashcroft nem sequer apareceu na cerimónia, sendo a última vencedora deste galardão a estar ausente na noite da sua consagração pela Academia de Hollywood. Há quem considere isso uma falta de respeito, mas nada na atitude de Ashcroft invalida a glória do seu desempenho. Chegaríamos mesmo a dizer que esta é uma das melhores vencedoras desta honra, especialmente no contexto da década de 80.

“Passagem para a Índia” é baseada num romance de E.M. Forster e sua tapeçaria temática é de uma complexidade que impõe respeito. No final, diríamos que se trata de uma adaptação falhada, sendo que muitas das considerações mais complicadas que Forster fez sobre o Império Britânico se perdem por entre a opulência da recriação histórica. No elenco, Ashcroft é das poucas pessoas capazes de suplantar as fragilidades do guião e da abordagem formal. Seu retrato de uma mulher confrontada com a diversidade cultural de uma terra “exótica” é uma necessária conflagração de contradições, refletindo a miopia conservadora de mãos dadas com princípios cristãos e curiosidade progressiva que caracterizam muito deste período histórico assim como as considerações literárias da narrativa. Glenn Close já ia na sua terceira nomeação consecutiva e Geraldine Page tinha já sete sem nunca ter ganho (a sua vitória viria um ano depois, com a sua oitava nomeação), mas não podemos dizer que sua perda deste prémio tenha sido injusta.




4ª NOMEAÇÃO

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© Paramount Pictures

Melhor Atriz Principal de 1987, por “ATRAÇÃO FATAL

“Atração Fatal” é o raro thriller erótico com travos de terror a conseguir transcender seu género e conquistar a Academia de Hollywood. Grande parte desse triunfo deve-se ao seu caché cultural e colossal popularidade, sendo que existem, ainda hoje em dia, expressões populares americanas que derivam deste filme. Trata-se do suprassumo filme sobre a vida de um homem arruinada tanto pela sua infidelidade como pela presença demoníaca da mulher com quem ele cometeu adultério. É fácil ver a misoginia perversa inerente a tal proposta, mas, estranhamente, o filme quase consegue erguer-se sobre tais fatores problemáticos e deve tudo isso à espetacular prestação da sua atriz principal que heroicamente salva a narrativa dos seus piores impulsos.

Glenn Close dá aqui vida a Alex Forrest, o monstro de feminilidade enlouquecida que se apresenta como maior ameaça à segurança e integridade da família de classe média americana. Ela é carente e obcecada, seu cabelo desenha uma juba rebelde em volta de uma cara normalmente pontuada por dois olhos vermelhos de lágrimas ou um sorriso sedutor. Ela dá de bom grado o seu corpo a um homem casado, mas espera devoção em troca e quando não tem o que quer recorre primeiro a autovitimização e depois a catastróficas agressões contra o seu amado, sua propriedade e, eventualmente, seus entes queridos. De faca em punho e um vestido branco que deixa ver seus mamilos, Alex é uma harpia e um pesadelo, é um monstro pronto a atormentar toda uma sociedade sexista e a justificar seus preconceitos. Graças a Close ela é tudo isso, mas também é credivelmente humana, trágica e a personagem mais cativante deste drama sanguinário.

Não há nada mais impressionante que ver o modo como a atriz saltita entre tons antagónicos e reações extremadas com a graciosidade de uma prima ballerina. Por muito louca que Alex possa ser, as suas reações nunca parecem irreais ou um produto das necessidades dramáticas do guião. Mais do que isso, ela é uma figura cuja monstruosidade nasce de palpável dor e solidão, sendo que mesmo nos seus momentos mais assustadores, somos levados, enquanto espectadores, a sentir piedade e pena pelo seu tormento. Na verdade, é graças a essa mesma humanidade que Alex se tornou numa vilã tão icónica do cinema dos anos 80, pois não há nada mais assustador que um mal cinematográfico cuja existência no nosso mundo real parece completamente plausível. Francamente, se Glenn Close tivesse ganho o Óscar em 1988, seria impossível criticar a decisão da Academia.




PERDEU PARA…

cher feitico lua oscar
© MGM

Cher em “O FEITIÇO DA LUA

Chegamos à secção deste artigo em que temos de começar a realmente considerar o monumental azar de Glenn Close. É verdade que “Atração Fatal” foi um fenómeno cultural e um dos filmes mais falados de 1987, mas também foi um dos mais controversos e infames. A potencial misoginia da narrativa foi criticada por muitos e, quando a obra foi nomeada para 6 Óscares incluindo Melhor Filme, houve quem olhasse para o triunfo como uma cedência da Academia a populismos desprestigiados. Afinal, este é um thriller erótico, um género tradicionalmente ignorado por tais respeitosas associações de prémios.

Seria possível argumentar que estes fatores podiam ser um benefício para Glenn Close. Os Óscares são ocasionalmente um concurso de popularidade mais do que um barómetro de qualidade artística, pelo que a relevância cultural e sucesso comercial deste thriller podiam levar a uma vitória. “Atração Fatal” era certamente mais popular que “Anna”, o filme pelo qual Sally Kirkland foi nomeada (e devia ter ganho) e se assumiu como uma das favoritas da crítica nessa temporada. De “Ironweed”, que valeu a Meryl Streep mais uma nomeação, nem se fala visto que até os críticos não pareceram morrer de amores pelo desolador drama da Grande Depressão.

Contudo, Close teve o azar de se defrontar ainda contra duas atrizes em filmes tão ou mais populares que o dela, infinitamente menos polémicos e validados pela crítica e as elites dos festivais de cinema de um modo que “Atração Fatal” não foi. Holly Hunter foi a atriz revelação de 1987 e “Edição Especial”, pelo qual foi nomeada, valeu-lhe uma série de prémio que incluíram o prémio de Melhor Atriz da Berlinale.  Pelo seu lado, Cher também ganhou um punhado de prémios da crítica por “O Feitiço da Lua” e estava ainda a saborear o rescaldo do ultraje público que acompanhou a sua falta de nomeação por “Máscara” que, em 1985, lhe havia valido o prémio de Melhor Atriz em Cannes. Hoje em dia pode parecer uma loucura, mas, em 1987, Cher era a atriz injustiçada pela Academia que merecia ser vingada com a vitória e Glenn Close era a polémica escolha populista num filme despido de prestígio e respeitabilidade. No fim, não admira que Cher tenha ganho e que Close tenha ido, mais uma vez, para casa de mãos a abanar.




5ª NOMEAÇÃO

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© Warner Bros.

Melhor Atriz Principal de 1988, por “LIGAÇÕES PERIGOSAS

“Ligações Perigosas” começa e acaba com Glenn Close, enquanto Marquesa de Merteuil, no seu ostentoso boudoir. No início, vemo-la ser vestida por um batalhão de criadas, seu robe a la française setecentista uma armadura social e o pó-de-arroz maquilhagem para o campo de batalha que é o salão de convidados. Sua pose é altiva e serena, seu olhar transpira a confiança imperiosa de quem se sente no topo do mundo e vê as vidas dos outros como os brinquedos para o seu divertimento. Pelo final, tal confiança esmoreceu e a postura é derrotada, rígida, como um boneco com as articulações perras e sua cara é uma pintura de desespero à qual a atriz lentamente remove o verniz. O vestir da armadura e o despir dela, o filme e sua narrativa são uma constante batalha no meio destes dois gestos e, apesar da sua personagem sair vencida, Glenn Close é a campeã.

Nesta adaptação da obra-prima epistolar de Chordelos de Laclos, a atriz é um bastião de privilégio aristocrática numa França pré-Revolucionária onde os nobres se divertem em jogos de sexo e poder que normalmente acabam com uma série de vidas destruídas. Merteuil é veterana de tais brincadeiras e a precisão com que os joga é assombrosa. Suas falas são um bisturi e cada gesto e cada olhar são um corte estudado que mata sem doer e sem sujidade. Quanto mais venenosas sãos as palavras que profere, mais a marquesa se parece deliciar com o sabor que lhe deixam na boca, como um predador que lambe o sangue em volta dos seus lábios rubros depois de uma gloriosa caçada. Trata-se de uma figura cruel da qual não conseguimos desviar o olhar.

Tudo isso e uma fisicalidade e afetação sugestivas da vida num passado alienante e longínquo, fazem desta a melhor prestação na carreira de Glenn Close assim como a sua mais diabolicamente exata em termos de pormenor e rigor. Curiosamente, as condições que produziram tal maravilha foram muito pouco propícias a esse nível de qualidade. Close tinha acabado de dar à luz e chegou ao plateau já com metade da rodagem completa, sem tempo de ensaios ou qualquer tipo de preparação mais completa. A certo ponto a atriz estava tão exausta que, pela primeira e última vez na sua carreira, se esqueceu das falas. O realizador mandou-a para casa descansar nesse dia, tendo depois voltado à cena mais tarde. Essa cena, um monólogo sobre a performance social que uma mulher tem de interpretar, é um dos pontos altos do filme e somente o modo como a atriz descreve o ato de esboçar um sorriso enquanto espeta um garfo na mão devia ter valido a Glenn Close o Óscar.




PERDEU PARA…

jodie foster
© Frederic Legrand – COMEO

Jodie Foster em “OS ACUSADOS”

Face à qualidade de “Ligações Perigosas”, às suas três vitórias nos Óscares e quatro nomeações adicionais, face ao primor do desempenho em si, seria de esperar que Glenn Close fosse a favorita a triunfar nessa noite fatídica em 1990. Contudo, começada a cerimónia dos Óscares, Glenn Close era, de longe, a nomeada a Melhor Atriz com menos probabilidades de ganhar. De facto, a atriz não foi honrada com nenhum dos prémios percursores, tendo até sido ignorada pelos Globos de Ouro que têm duas categorias para Melhor Atriz.

Em contraste, as quatro atrizes nomeadas para o Óscar ao lado de Close tinham dividido esses mesmos prémios entre si e qualquer um poderia ter sido uma entendível vencedora. Melanie Griffith em “Working Girl” pode parecer uma nomeada meio estranha, mas essa comédia foi um triunfo comercial e crítico que conquistou quatro Globos de Ouro e uma série de honras de associações menores. Por falar em Globos de Ouro e em “Working Girl”, Sigourney Weaver que também entrou nesse filme conseguiu a rara proeza de ser nomeada para dois Óscares diferentes na mesma cerimónia, Melhor Atriz Secundária por “Working Girl” e Melhor Atriz por “Gorilas na Bruma”. Na cerimónia dos Globos ela chegou mesmo a ganhar ambas as categorias, sendo uma das favoritas para os Óscares apesar de ter acabado por perder ambos esses galardões da Academia.

Por seu lado, Meryl Streep tinha ganho o prémio de Melhor Atriz em Cannes por “Um Grito de Coragem” e havia-se afirmado como uma das favoritas dos críticos e protagonista de um dos filmes mais falados do ano, devido à sua análise de um recente escândalo homicida na Austrália. A quinta nomeada foi Jodie Foster em “Os Acusados”, mais um drama polémico baseado em factos reais que despertou o interesse da crítica, mas acabou por só ser nomeado para o Óscar de Melhor Atriz. A sorte estava do lado de Foster, no final. Sorte e o facto de que, depois de já ter sido nomeada em 77 por “Taxi Driver” e de ter crescido aos olhos das audiências de cinema, Foster era das figuras mais queridas e adoradas da indústria cinematográfica americana. Tal era a sua popularidade que, três anos mais tarde, ela viria a ganhar o mesmo prémio novamente por “O Silêncio dos Inocentes”. Ou seja, mesmo que Close tivesse ganho neste ano, Foster seria à mesma uma atriz Oscarizada.




6ª NOMEAÇÃO

glenn close albert nobbs
© Valentim de Carvalho Multimédia

Melhor Atriz Principal de 2011, por “ALBERT NOBBS

Depois de ter sido rainha dos anos 80, arrecadando cinco nomeações de 1983 a 1989, Glenn Close deixou de estar nas boas graças da Academia. Chegado o século XXI, a atriz começou mesmo a ter menos papéis decentes em cinema e fez renascer a sua carreira na televisão, tendo daí ceifado uma pequena montanha de galardões. Faz perverso sentido que, para voltar a chamar a atenção da Academia de Hollywood, a atriz teria de revisitar um dos projetos que marcou essa fase mais áurea da sua carreira, a década de 80. Assim foi o que aconteceu com “Albert Nobbs”, a adaptação de uma peça que Close interpretou pela primeira vez em 1982.

Uma peça que ela adora tanto que passou três décadas a tentar trazê-la para o grande ecrã e acabou mesmo por protagonizar, escrever e produzir o filme. Infelizmente, é difícil dizer que tamanha devoção e esforço dedicado a este projeto tenha valido a pena. De forma sumária, esta é a história de uma mulher que, na Irlanda do século XIX, sonha em ter uma tabacaria e para financiar tal fantasia passou a maior parte da sua vida adulta a trabalhar num pequeno hotel sob uma falsa identidade masculina, o recatado e muito calado Albert Nobbs. Tanto tempo tem Albert passado a apagar a sua real identidade, a reprimir seus desejos potencialmente lésbicos e a esconder sua presença como bom criado vitoriano, que toda a sua pessoa é uma máscara superficial sem nada por detrás. Em nome de um sonho, esta mulher sacrificou todo o seu ser e o que resta é um ser humano sem género e sem interioridade, sem vida para além do trabalho que lhe pode ser tirado a qualquer momento caso alguém se aperceba da dissimulação.

Ou seja, trata-se de um monumental desafio para uma atriz destemida que tem de sugerir todo um turbilhão de confusão identitária, ser convincente como um homem irlandês com todas as afetações inerentes ao contexto histórico vitoriano e tudo isso fazer através de uma prestação puramente reativa. O problema é que centrar um filme em tal figura resulta num drama inerte e inconclusivo, deliberadamente indefinido e vítima da sua mesma delicadeza e modéstia. Close é fantástica no papel, mas trata-se de um papel tão necessariamente limitado que não podemos, com muita honestidade, caracterizar o resultado final como um dos seus melhores trabalhos ou mesmo um desempenho merecedor da consagração do Óscar.




PERDEU PARA…

Meryl Streep
The Iron Lady | © 2011 – The Weinstein Co.

Meryl Streep em “A DAMA DE FERRO

O aspeto mais triste de toda a campanha de prémios de “Albert Nobbs” é como a nomeação de Glenn Close depressa se assumiu como uma certeza, mas ninguém via nela o potencial para uma vitória, nem mesmo com todo o seu legado e carreira em consideração. Os fãs de Glenn Close, mesmo os mais ferrenhos, sabiam que deste filme nunca resultaria mais que uma nomeação e assim foi. Chegada a noite dos Óscares de 2012, a corrida para o galardão de Melhor Atriz resumia-se a duas nomeadas, Viola Davis em “As Serviçais” e Meryl Streep em “A Dama de Ferro”.

Muito se especulou na altura que Viola Davis viria a tornar-se na segunda atriz preta a ganhar o Óscar de Melhor Atriz depois de Halle Berry em 2002 por “Monster’s Ball”. Afinal, “As Serviçais” foram um sucesso comercial enorme e, chegada a Awards Season, seu elenco exemplar foi ceifando nomeações e vitórias a torto e a direito. Num gesto de grande sagacidade, Davis e o estúdio foram contra o que muitos peritos recomendavam e previam, decidindo fazer campanha para a atriz na categoria de Melhor Atriz Principal ao invés de Secundária, apesar de Emma Stone ser uma clara protagonista também. Com nomeação assegurada, contudo, preconceitos sistemáticos da indústria e a pequenez do seu papel em comparação com as outras nomeadas acabou por tirar a vitória a Davis. Isso e a popularidade crescente da atriz mais amada pela Academia dos Óscares a meio de um Renascimento da sua carreira enquanto estrela de cinema.

Em “A Dama de Ferro”, Meryl Streep dá o tipo de performance que parece ter sido criada num laboratório com o singular intuito de ganhar prémios. Trata-se de uma interpretação baseada numa famosa figura histórica, a atriz tem de imitar um sotaque estrangeiro e as cadências vocais familiares a qualquer pessoa que conheça a sua figura célebre, aparece coberta de maquilhagem transformadora, incluindo efeitos envelhecedores que também implicam um desempenho de senilidade e a vistosa fisicalidade de uma pessoa doente e frágil. Em retrospetiva, é difícil entender como é que a vitória de Streep foi tão surpreendente. Viola Davis pode ter sido a melhor das nomeadas, mas face a tal proposta da rainha dos Óscares, era impossível ganhar. Quanto a Glenn Close, nem em sonhos ela conseguiria ganhar este prémio de 2012.




7ª NOMEAÇÃO

glenn close oscares a mulher
© Cinemundo

Melhor Atriz Principal de 2018, por “A MULHER

Tal como “Albert Nobbs”, “A Mulher” foi um filme que Glenn Close lutou fervorosamente para trazer ao grande ecrã. Ao fim de muitos anos de desenvolvimento soluçado, o projeto finalmente foi filmado e estava pronto a estrear em 2017, tendo sido mostrado no Festival de Toronto onde a crítica internacional banhou Close com adoradores elogios. Contudo, os distribuidores americanos adivinharam que Frances McDormand tinha o caminho traçado para a vitória nos Óscares com “Três Cartazes à Beira da Estrada”, pelo que decidiram adiar a estreia do filme para 2018 de modo a melhor promover uma corrida aos Óscares para a sua atriz principal. Como bem sabemos, o tiro saiu pela culatra.

Mesmo assim, a eventual derrota de Glenn Close em nada tira valor à sua extraordinária prestação nesta adaptação do romance de Meg Wolitzer. No papel de Joan Castleman, Close dá vida a uma mulher que há muito se condenou a si mesma a viver na sombra do marido, dedicando a ele seu trabalho e génio sem nunca ver celebrados os seus feitos. Para a atriz, o maior desafio foi entender por que razão Joan não havia deixado o marido durante os muitos anos da sua relação tóxica. No final, apesar de não nos dar respostas concretas com o seu trabalho, a atriz sugere muito e dá-nos a impressão de ter internalizado na totalidade o espírito e dor da sua complicada personagem.

Trata-se de uma prestação cerebral que tanto vive do perfeito controlo vocal da atriz como da sua capacidade para sugerir tempestades de emoção a desdobrarem-se por detrás de uma máscara de inexpressividade estudada. De facto, desde o mais pequeno gesto até ao mais vocífero monólogo, Glenn Close é um milagre de minuciosa técnica sombreada pela intensidade mercúrica de uma veterana intérprete a explodir, no momento certo, da maneira mais espetacular que o guião consegue sustentar. Não é o melhor desempenho no currículo da atriz e encontra-se contido num filme bastante mediano, mas este é um feito que merece muitos aplausos e aclamação.




PERDEU PARA…

EFA
Olivia Colman em “A Favorita” (2018) © Big Picture Films

Olivia Colman em “A FAVORITA

Como já se viu, nem mesmo em 88 e 89, Glenn Close foi a favorita na corrida aos Óscares pelo que, apesar de tristes, suas derrotas não representaram grande surpresa. O mesmo não se pode dizer desta mais recente temporada de prémios. Efetivamente, Glenn Close era a clara favorita ao Óscar de Melhor Atriz e a eventual vitória de Olivia Colman representa a maior surpresa nesta categoria desde que Marion Cotillard se tornou na primeira atriz a ganhar o Óscar por uma performance em francês, derrotando a favorita Julie Christie em “Longe Dela”.

De facto, olhando para trás, para a temporada de prémios de 2007/8, conseguimos ver muitas semelhanças entre o triunfo de Cotillard e Colman. Ambas eram atrizes europeias bem respeitadas e premiadas no seu panorama nacional, mas desconhecidas nos EUA, que arrebataram a crítica com filmes baseados em histórias verídicas estreados num dos principais festivais de cinema Europeus. Ambas ganharam o Globo de Ouro para Melhor Atriz numa Comédia ou Musical assim como o BAFTA, mas perderam o SAG para uma veterana lendária do cinema num papel subtil dentro do contexto de um filme originalmente estreado no ano anterior no Festival de Toronto. No final, seus desempenhos cheios de variações tonais e grotescas transformações físicas acabaram por se provar demasiado bons para a Academia ignorar, negando um prémio de carreira às atrizes mais velhas em nome de honrar a recente revelação. A grande diferença é que Julie Christie já tinha um Óscar ganho em 1966 e Glenn Close continua de mãos a abanar.

No final, choramos a perda, o choque e a humilhação de Glenn Close, mas não podemos negar a qualidade da extraordinária prestação de Olivia Colman. Diríamos mesmo que este foi um exemplo de um trabalho tão inegavelmente valioso que a Academia abandonou seus usuais padrões de voto e decidiram honrar um feito artístico em detrimento de celebrar o legado de uma lenda viva de Hollywood. Além do mais, o seu discurso foi um dos mais charmosos e adoráveis na História dos Óscares. Oxalá um dia possamos ver Glenn Close no mesmo palco com um Óscar nas mãos. Talvez à oitava seja de vez.

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Concordas com a nossa análise? Pensas que Glenn Close já devia ter ganho um Óscar? Deixa-nos as tuas respostas nos comentários.

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One thought on “História dos Óscares | A desgraça de Glenn Close

  • Parabens pela materia e por toda pesquisa feita! Acho q podemos concluir q quando Glenn esteve maravilhosa o filme era mediano. Quando esteve estupenda o filme era polêmico demais. Quando o filme era bom e ela divina, outra atriz surgia como um furacão. Quando Glenn fez o papel da sua vida outra atriz fez também. Se Glenn tivesse atuado em um grande filme para concorrer aos oscars de 99 e/ou 2010 ela teria ganhado, ano de atuaçoes medianas, indicaçoes ruins e ganhadoras vergonhosas. O oscar nao baliza a carreira de ninguem, me parece que quem mais sai perdendo, em prestigio e credibilidade, é a própria Academia por nao premiar Glenn Close.

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