Moonlight coroado melhor filme de 2016 pelos Gotham Awards
Com a entrega dos Gotham Awards, deu-se verdadeiramente início à temporada de prémios de cinema e, de momento, Moonlight é o grande campeão.
Apesar de já terem sido anunciadas as nomeações de várias associações, incluindo os Independent Spirit Awards e os British Independent Film Awards, é a cerimónia de entrega dos Gotham Awards que tem a honra de realmente dar início à frenética e longa temporada de prémios de cinema, a maravilhosa e terrível Awards Season. A seguir a esta primeira noite de celebração, começa a enchente de nomeações de associações de críticos até que, em janeiro, isso culmina com as nomeações dos Óscares e, no final de fevereiro, tudo finalmente termina com a entrega desses tão cobiçados homenzinhos dourados.
Isso para dizer que, começar como o grande vencedor no início nem sempre é um presságio de contínuo e consistente sucesso, mas não prejudica certamente. Ou seja, parabéns a Moonlight de Barry Jenkins, um filme de temática e ambição importantes e necessárias que arrecadou quatro galardões dos Gotham. Vencedor de MELHOR FILME, ARGUMENTO, PRÉMIO DA AUDIÊNCIA e uma HONRA ESPECIAL DO JÚRI para o trabalho coletivo do seu elenco, este drama sobre três etapas distintas na vida de um homossexual afro-americano no sul dos EUA é um filme que tem vindo a maravilhar a crítica e apaixonar audiências. Com o advento do conservadorismo político na Casa Branca, estes triunfos tornam-se ainda mais valerosos.
Outro filme que se dedica a explorar temas raciais e se envolve ainda mais na pesquisa dos preconceitos intrínsecos à sociedade americana foi o vencedor de MELHOR DOCUMENTÁRIO, O.J.: Made in America. Este épico, de quase 8 horas, tem vindo a causar alguma polémica nestes primeiros dias da Awards Season pois, apesar de ter sido inicialmente mostrado nos cinemas, a maior parte das audiências apenas conheceu o projeto sob a forma de uma minissérie. Coloca-se aqui a questão se é justo honrar, com um prémio de cinema, uma obra televisiva.
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Por muito valerosas que tenham sido as vitórias de Moonlight e O.J., seria uma mentira dizer que foram surpreendentes. Na verdade, a noite de entrega dos Gotham Awards foi marcada por uma só surpresa. Estamos a falar, pois claro, da vitória de Isabelle Huppert na categoria de MELHOR ATRIZ por Elle de Paul Verhoeven. Já muitos especialistas previram que Huppert vai alcançar esta temporada a sua primeira nomeação ao Óscar (à la Emmanuelle Riva e Charlotte Rampling), mas nem mesmo esses “videntes” esperavam este triunfo imediato. Pela sua parte, a atriz pareceu tão surpreendida como seus fãs, especialmente devido ao facto de ter derrotado uma das grandes favoritas ao Óscar, Natalie Portman em Jackie.
MELHOR ATOR foi ganho por Casey Affleck pelo seu comovente trabalho em Manchester by the Sea, que era um dos filmes mais nomeados da noite. A jovem e promissora Anya Taylor-Joy arrecadou o prémio para ATRIZ REVELAÇÃO pelo seu trabalho em The Witch, um arrepiante filme de terror que utiliza ideologias e preconceitos seiscentistas para guiar o seu sufocante enredo e inesperadas conclusões.
O prémio para REALIZADOR REVELAÇÃO foi para Trey Edward Shults por Krisha. O filme, em que Shults participa como ator ao lado de muitos dos seus familiares, relata um Dia de Ação de Graças do inferno e centra-se na experiência sensorial e emocional da personagem titular, um pária no seio da sua própria família. Devido tanto ao seu magistral trabalho como diretor de atores, como à sua obstinada e inspirada experimentação audiovisual, Shults foi um merecido vencedor desta honra e é certamente uma das vozes mais promissoras do cinema independente americano da atualidade.
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Não se resumindo somente a prémios de cinema, os Gotham Awards reconheceram ainda a excelência no ramo de SÉRIES DE TELEVISÃO e das WEBSERIES. Nesses panoramas, Crazy Ex-Girlfriend e Her Story foram os grandes vencedores.
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