Pormenor da capa de Heavy Light

Heavy Light é o novo álbum de U.S. Girls

Heavy Light reinventa a sonoridade soul e disco-pop de U.S. Girls num contexto ao vivo. O anúncio vem acompanhado de uma nova versão de “Overtime”.

Não volveram dois anos sequer desde que Meg Remy lançou In A Poem Unlimited, um álbum que granjeou a estima crítica e chamou a atenção do público em geral, aparecendo em quase todas as listas de melhores álbuns de 2017. Se pensarmos que este tempo foi passado em intensa digressão, torna-se mais surpreendente ainda o anúncio do novo longa-duração Heavy Light, que sairá no dia 6 de Março, pela 4AD. Com ele veio a partilha de uma das três canções do álbum que resulta do rearranjo de canções antigas, “Overtime”, sendo as outras duas “Red Ford Radio” e “Statehouse (It’s A Man’s World)”. Podes ouvir a nova versão de “Overtime” e o vídeo que a acompanha mais abaixo, bem como consultar o alinhamento do álbum.

No seguimento da experiência de reinterpretar num contexto ao vivo a sonoridade soul e disco-pop do anterior disco, este álbum foi gravado ao vivo no estúdio Hotel 2 Tango, em Montreal, com cerca de 20 musicistas ao todo. Não há dúvida de que Remy está bem longe dos seus tempos de cantautora lo-fi e do seu começo com um gravador de quatro pistas. As canções de Heavy Light apresentam uma sonoridade bastante distinta da do álbum anterior. Com arranjos compostos de forma colaborativa, a produção não ostenta uma bateria de trap, mas uma miríade de frequências acústicas vindas de vibrafones, marimbas, piano e contrabaixo.

Segundo o comunicado de imprensa, Meg Remy compôs as canções de Heavy Light conjuntamente com Basia Bulat e Rich Morel, concebendo-as como um “equilíbrio entre percussão orquestral (com arranjos do percussionista Ed Squires) e a voz humana”. Esta última deverá ser o resultado do elaborado encontro entre a voz de Meg Remy, as harmonias vocais de um grupo de inúmeros cantores, conduzidos por Kitty Uranowski, e fragmentos dos seus relatos sobre as suas experiências da infância. Estas memórias vieram de entrevistas feitas e gravadas por Remy, que depois as montou em colagens de texto falado e integrou como interlúdios.

O título do álbum vem de um aforismo de Franz Kafka: “Uma fé como um machado. Tão pesada, como luz”. Nele, Meg Remy afasta-se do minucioso estudo de carácter e do comentário político e debruça-se, num introspetivo reconto de histórias pessoais, sobre a perspectiva temporal, a passagem do tempo, o delicado equilíbrio entre o consciente e o inconsciente e a procura de uma empatia radical. Pode ser entendido como “uma investigação do sabor melancólico do olhar retrospetivo, tanto pessoal como cultural”.

U.S. GIRLS | “OVERTIME”

U.S. GIRLS, HEAVY LIGHT | Alinhamento

1. 4 American Dollars
2. Overtime
3. IOU
4. Advice to Teenage Self
5. State House (It’s a Man’s World)
6. Born To Lose
7. And Yet It Moves / Y Se Mueve
8. The Most Hurtful Thing
9. Denise, Don’t Wait
10. Woodstock ’99
11. The Color of Your Childhood Bedroom
12. The Quiver to the Bomb
13. Red Ford Radio

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