Homem-Formiga, em análise

 

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 FICHA TÉCNICA

  • Título Original: Ant-Man
  • Realizador: Peyton Reed
  • Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas
  • Género: Ação, Aventura, Sci-fi
  • NOS Audiovisuais| 2015 | 117 min

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A Marvel chega ao fim da sua segunda fase em pequeno com o seu herói que poucos conseguem ver.

Este projeto foi o mais problemático que a produtora teve de enfrentar, e isso suscitou algumas dúvidas sobre o seu futuro. Inicialmente, Edgar Wright realizaria e escreveria o filme, e isso deixou grande parte dos fãs bastante felizes, uma vez que Wright é um assumido geek e fã da personagem, tendo no seu repertório filmes como Shaun of the Dead e Scott Pilgrim vs. The World. Em 2014, com a notícia de que Wright tinha sido afastado do filme devido a diferenças criativas com a Disney, as dúvidas surgiram. Houve mudanças no argumento, a chegada de um realizador com um passado pouco prometedor, e alterações na história poucos meses antes da estreia. Contudo, para surpresa de todos os que se atrevem a duvidar da Marvel, esta voltou a conseguir.

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Uma árvore que fala é uma coisa, mas um herói cujo único superpoder é encolher-se para o tamanho de uma formiga, não é fácil trazer para um ecrã que está habituado a ter tudo em escala XXXXL. Ant-Man afasta-se de tudo aquilo que a Marvel já fez. A sua história tem os seus pés bem assentes na terra, tendo em conta aquilo esta exige, centrando-se mais nas suas personagens e menos no espetáculo. Este é um heist movie com super-heróis metidos ao barulho, um bocadinho como The Dark World foi a certa altura, e nunca tenta ser mais do que isso.

O filme está repleto de momentos cómicos, mas em muitos deles a comédia não funciona muito bem. Ao contrário de Guardians of the Galaxy em que a comédia surgia naturalmente, aqui esta chega a ser forçada em grande parte do filme. Há uma cena emocional entre a personagem de Michael Douglas e a de Evangeline Lilly que tem um grande peso na relação das duas personagens, e acaba por ser estragada por uma intervenção desnecessária.

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O maior problema do filme é que as personagens são iguais do princípio ao fim. Ant-Man é sobre a viagem de redenção de Scott Lang, e isso não tem uma base emocional suficientemente forte para a suster. A sua relação com a filha é boa deste o princípio, o único problema que ele enfrenta são questões técnicas, como ganhar o direito de a ver, ou dar-lhe o que ela precisa, nunca tem a ver com a sua relação e teria sido muito mais interessante se essa vontade de estar presente para a sua filha tivesse suscitado durante o filme. Por outro lado temos Hank Pym e a sua filha Hope que têm uma relação atribulada, o que torna as personagens mais interessantes, nomeadamente Hope, visto haver alguma evolução, mas no final é essencialmente a mesma que era no início. Isto depois também não ajuda os atores a destacarem-se uns dos outros. Ninguém esteve mal, mas também não ouve ninguém que tivesse feito um grande papel.

Passando agora para um lado mais positivo, o filme responde e justifica muitas das questões dos fãs em relação ao aparecimento tardio da personagem. Um dos maiores problemas com o Iron Man 3 foi o fato de não conseguir justificar a ausência da S.H.I.E.L.D. e dos Avengers, e o mesmo se podia aplicar a Ant-Man se este não fosse tão pequeno. Neste caso, a grande missão é uma coisa mais privada do que enfrentar um terrorista. É algo de que os outros Avengers não iriam ter conhecimento e por isso não se envolveriam. Scott Lang ainda dá a sugestão de os chamar para tratarem de tudo, mas o desprezo que Hank Pym sente pelos Stark, faz com que estes estejam fora da mesa. Isto também explica o desconhecimento deles sobre a existência de um homem que consegue ficar do tamanho de uma formiga, já que isso ficou enterrado nos ficheiros da S.H.I.E.L.D. No entanto, há um Avenger que marca presença no filme, numa cena que irá deliciar muitos, mas o seu único propósito é introduzir o Ant-Man aos Avengers e dar-lhe acesso à guerra civil que se aproxima.

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Por falar em guerra civil, se ficarem até ao final dos créditos, mas tem de ser mesmo até ao fim, vão ter uma cena que vos irá preparar para isso mesmo. Atenção a spoilers neste parágrafo não só sobre o filme mas também sobre o que irá acontecer na terceira fase da Marvel. Nessa cena pós-créditos, vemos que o Capitão América e o Falcon finalmente encontraram o Bucky, e estes estão a discutir sobre o que fazer em relação a ele. Não vale a pena falarem com o Tony, porque pelos vistos ele não ia perceber, e se o tivessem descoberto mais cedo, as coisas seriam muito mais simples. Isto dá-nos a entender que isto se passa depois dos eventos que vão dar origem à Civil War. Neste próximo filme da Marvel, o Capitão e o Iron Man vão tomar posições opostas sobre o registo de super-heróis, de maneira a que o governo os consiga controlar mais facilmente. O receio do Capitão em revelar o Bucky a Tony pode ser o medo de este o obrigar a registar-se, o que fará com que este seja julgado por todos os crimes que cometeu quando era controlado pela HYDRA. O Falcon sugere alguém que ele conhece para os ajudar com este assunto, o mais provável é ser o Ant-Man, mas vamos ter de esperar por maio do próximo ano para descobrir o que ele pode fazer por eles.

De volta ao presente. Apesar de ter os pés bem assentes na terra, Ant-Man tem os melhores efeitos especiais que a Marvel já fez. As cenas em que o herói encolhe e o resto aumenta de tamanho são muitíssimo bem conseguidas. Vê-se que Peyton Reed teve a preocupação de manter a relação da escala entre a personagem e o que o rodeia consistente, e consegui-o.

Ant-Man é o fim da segunda fase da Marvel, e mesmo que não seja um final brilhante, consegue satisfazer até os mais céticos.

 

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2 thoughts on “Homem-Formiga, em análise

  • Vi “Homem-Formiga” e conquistou-me. Adorei esta película e o seu pequeno grande herói.
    Adorei os efeitos visuais e os personagens de “Ant-Man”. As cenas vividas ao tamanho do herói deste filme ficaram perfeitas.
    5* – Cumprimentos, Frederico Daniel.

  • “Ant-Man afasta-se* de tudo aquilo que a Marvel já fez”

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