IndieLisboa

15º IndieLisboa | Palmarés e considerações finais

“Our Madness”, “O Processo” e “Lembro Mais dos Corvos” foram três dos vários filmes premiados na mais recente e muito gloriosa edição do IndieLisboa.

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BARONESA, uma das duas longas-metragens premiadas pelo Júri da Competição internacional

Terminou mais uma edição do IndieLisboa e começa de novo a espera anual pela próxima oportunidade de ver o melhor cinema independente do mundo nas salas de cinema lisboetas. Antes de terminarem as festividades, com a primeira exibição portuguesa de “Raiva” de Sérgio Tréfaut, houve, contudo, que se entregar os prémios escolhidos, tanto pelo público como pelos vários júris oficiais do festival. Esta festa seguiu o modelo estabelecido no ano passado e ocorreu no penúltimo dia do festival, na Garagem da Culturgest, permitindo um ambiente mais informal do que em anos anteriores. Afinal, esta é uma celebração do cinema e não da pompa e circunstância.

Para veres a lista completa de todos os vencedores, segue para a segunda página deste artigo, mas ficam aqui, para já, alguns dos grandes vencedores. Pela parte do júri da competição internacional, a escolha de Melhor Longa-Metragem recaiu sobre duas obras brasileiras que partilham o prémio principal do IndieLisboa. Esses projetos são dois documentários, “Lembro Mais dos Corvos” de Gustavo Vinagre, um fabuloso retrato de uma atriz durante uma noite de insónias em São Paulo, e “Baronesa” de Juliana Antunes, uma belíssima documentação da vida de duas amigas numa favela brasileira.

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O PROCESSO foi a escolha do Júri Silvestre e a escolha do Público do IndieLisboa

O júri da competição internacional não foi o único com os olhos focados para esse país lusófono do outro lado do Atlântico, sendo que “O Processo” de Maria Augusta Ramos ganhou tanto o prémio do Júri Silvestre para Melhor Longa-Metragem como o prémio escolhido pelo público para Melhor Longa-Metragem transversal às várias secções do 15º IndieLisboa. Tal como os outros dois títulos brasileiros acima referidos, “O Processo” é um documentário, desta vez focado na política brasileira, nomeadamente no processo titular que levou ao impeachment de Dilma Rousseff.

No panorama da Competição Nacional, o júri galardoou “Our Madness” de João Viana com o prémio de Melhor Longa-Metragem. Apesar dessa vitória, João Viana não foi o realizador premiado com a honra de Melhor Realizador para uma Longa-Metragem. Essa honra recaiu sobre André Gil Mata, cujo filme “Drvo – A Árvore” abriu o festival, tendo tido aí a sua primeira exibição pública em Portugal depois de ter já passado pela Berlinale.

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O filme, que deverá afirmar-se como uma proposta desafiadora até para os maiores amantes de slow cinema, é certamente uma montra de virtuosismo formal, especialmente no que diz respeito ao trabalho do diretor de fotografia João Ribeiro. É pena, portanto, que o festival não celebre esse tipo de feito cinematográfico com nenhum prémio, nem mesmo com uma menção honrosa. Enfim, maravilhosa fotografia e uso elegante de imagética foram uma admirável constante na seleção de filmes portugueses que o IndieLisboa fez para esta edição, tanto aqueles dentro da competição nacional, como aqueles inseridos noutras secções.

Por falar em outras secções, há que se referir que, este ano, talvez o melhor cinema em exibição no IndieLisboa tenha mesmo sido aquele programada na secção herói independente. Referimo-nos, principalmente, à extraordinária retrospetiva sobre o trabalho da cineasta argentina Lucrécia Martel que incluiu uma exibição do seu mais recente projeto, “Zama”. Não obstante o absurdismo delicioso desse épico anticolonialista, foi “La Ciénaga” que se voltou a provar como a Magnum opus da cineasta, sendo também a sua primeira longa-metragem, originalmente estreada em 2001.

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Pode já ter 17 anos, mas LA CIÉNAGA foi o melhor filme em exibição neste 15º IndieLisboa

Por falar em “Zama”, essa coprodução internacional, que incluiu a colaboração de produtores portugueses, foi um dos vários filmes cujas sessões esgotaram no IndieLisboa deste ano. Outras sessões procuradas pelos espectadores até à inexistência de lugares vagos foram, por exemplo, o já mencionado “Raiva”, uma das sessões do filme de André Gil Mata e “Sara” de Marco Martins, entre muitos outros. Esse último título mencionado, no entanto, não se tratou da exibição de um filme, mas sim na projeção em cinema dos dois primeiros episódios de uma série da RTP sobre a vida de uma atriz. A procura do público foi tal que o festival chegou mesmo a programar uma sessão extra que se seguiu à oficial sessão de encerramento das festividades.

De modo geral, a 15ª edição do IndieLisboa foi um ribombante sucesso, tendo tido consideravelmente mais espectadores que o ano passado. O triunfo do festival também se registou, pois claro, na qualidade dos filmes selecionados que, como sempre, foi excecional, assim como nos muitos eventos paralelos aos já habituais visionamentos de cinema de primeira categoria. As atividades do IndieJúnior, por exemplo, continuam a ser das partes mais triunfantes e populares do festival lisboeta.

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RAIVA foi o filme de encerramento do 15º indieLisboa e um dos melhores projetos portugueses no programa

Resta-nos ficar na esperança de que, para o ano, a 16ª edição do IndieLisboa consiga superar as nossas já muito altas expetativas. Se desejares ainda ler os outros artigos da nossa cobertura deste festival, fica aqui uma lista de links para esses textos.

 

LISTA DE ARTIGOS DA COBERTURA MHD DO 15º INDIELISBOA:

 

 

 

 

 

 

Para acederes à lista de todos os vencedores, incluindo as escolhas dos júris das várias secções e curtas-metragens premiadas, segue para a página seguinte.




Aqui ficam os palmarés da 15ª edição do IndieLisboa. Juntamenter com a listagem completa dos filmes vencedores, ficam aqui também as justificações oficiais dos vários júris, que foram dadas aquando da cerimónia de entrega dos prémios.

LISTA DOS VENCEDORES DO 15º INDIELISBOA:

Júri da Competição Internacional de Longas Metragens

  • Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa
    EX-AEQUO
    Baronesa, de Juliana Antunes
    Lembro Mais dos Corvos, de Gustavo Vinagre

Baronesa: “Desenhando um retrato íntimo de duas mulheres na favela de Belo Horizonte, Juliana, o filme Baronesa amplia a tensão entre a violência extrema fora de campo e a possibilidade de ternura que é construída dentro dos muros construídos pelas próprias personagens. Os sinais de uma construção cúmplice de um olhar feminino sobre a realidade – que Juliana e as atrizes são capazes de criar no filme – fazem parte da sua beleza e ressoam fortemente na comunicação que o filme estabelece com o momento histórico do seu país.”

Lembro Mais dos Corvos: “Uma noite de sono em São Paulo, passada num apartamento que se assemelha cada vez mais a um set, com um copo de rosé, uma gaiola e um quimono como adereços. Uma conversa entre uma actriz e um cineasta, cada um representando um papel que ninguém disse ser fixo: um encontro, uma reunião entre iguais, uma performance, uma verdadeira colaboração. Uma história de vida marcada por abuso, transição e sofrimento, mas não definida por eles. Há sempre humor, família e cinema. Quando se vê o sol nascer de manhã, é como assistir a outro filme: dá conforto, dá energia, dá esperança.”

 

  • Prémio Especial do Júri canais TVCine & Series
    EX-AEQUO
    Baronesa, de Juliana Antunes
    Lembro Mais dos Corvos, de Gustavo Vinagre

 


Júri da Competição Internacional de Curtas Metragens

  • Grande Prémio de Curta Metragem
    Solar Walk, de Réka Bucsi

“O ‘Solar Walk’ é, de longe, o filme mais emocionante que vimos nesta competição. Em vários aspectos, poderia ter sido um caso problemático de audácia que correu mal, mas é exactamente o oposto, levando o espectador numa jornada complexa através de uma existência colorida. Esta viagem de ficção científica animada, hipnotiza o espectador com as suas formas imaginativas, espaços e riqueza de texturas. No filme, mudanças surpreendentes e divertidas entre assuntos familiares e extraterrestres criam tensão psicológica e um ritmo cósmico de entropia. A criação delicada de imagens e áudio evoca imagens de autores como Andrei Tarkovski e Stanly Kubrick.”

 

  • Prémio Silvestre para Melhor Curta Metragem
    Braguino, de Clément Cogitore

“’Braguino’ é um excelente exercício de pensamento no cinema. Ao longo de sequências intensas e ultra-subjectivas, as imagens capturam a beleza selvagem da natureza, uma espécie de primitivo despreocupado que vive no século XXI. Temperado com salpicos de paranóia e rivalidade entre clãs, ‘Braguino’ é denso, coerente e infantil. Com as suas primeiras imagens, este filme progressivo leva o espectador numa viagem através de um microcosmos, localizado numa região remota da Sibéria e retrata a vida humana de duas famílias rivais, nos meses de verão cheios de mosquitos. O filme mostra uma imagem fragmentada mas coerente do local e is seus habitantes, duas famílias em guerra. Através da montagem inovadora e intensa de som e imagem, o filme transforma-se numa alegoria da sobrevivência humana primitiva e mostra as consequências de uma sociedade que penetra agressivamente o idílico.”

 

  • Prémio Turismo de Macau para Melhor Animação
    Rabbit’s Blood, de Sarina Nihei

“Uma tragicomédia surrealista desenhada à mão com tantas ações/reações e um final abrupto. O filme agarrou-nos ao ponto de querermos saber o que acontecia a seguir. Na mesma linha das muitas perguntas e enigmas que este filme evoca rapidamente, destaca-se uma : o que é a morte? ‘Rabbit’s Blood’ é uma animação perturbadora e elegante sobre violência e solidão, contada na perspectiva de uma criança. Na estrutura de labirinto das causas e efeitos, a vida desdobra-se como um jogo absurdo.”

 

  • Prémio Turismo de Macau para Melhor Documentário
    La bonne education, de GuYu

“Educar as massas sobre como ter uma vida melhor parece o enredo perfeito, excepto o facto de não ser um enredo mas sim a realidade documentada em ‘La bonne education’. Resistindo às regras e sentindo-se oprimida pelos colegas e pelo sistema, PeiPei está presa no que parece ser o seu maior problema: a resistência. Individualidade em oposição às acções em massa do sistema de ensino chinês. Este documentário simples retrata uma jovem estudante de arte e move o espectador lindamente entre escuridão e luz, frieza e calor. ‘La bonne education’ mostra uma fracção da vida da sua protagonista, não explicando o passado nem especulando sobre o futuro. Testemunhando as pressões do público sobre a sua privacidade, linguagem em vez de silêncio, olhamos para uma pessoa que resiste.  O seu poder, como o do filme, está fundamentado na fragilidade da vida e da identidade.”

 

  • Prémio Turismo de Macau para Melhor Ficção
    Matria, de Álvaro Gago

“’Matria’ é um drama social que reflete profundamente sobre a condição das mulheres numa Galiza empobrecida e deserta. Em ‘Matria’, o espectador vai sentir tensão, ansiedade e compaixão enquanto segue o dia de Ramona. Mas também vai sentir esperança. Como uma pedra caindo na água, este filme afunda na consciência do espectador. É rápido e sólido na sua forma e consegue refletir a situação sócio-política da actual Galiza. ‘Matria’ é um filme de ficção mas respira como um documentário, devido ao ambiente em que foi filmado e produzido. O filme explora temas como família, valores humanos, lutas trabalhistas e responsabilidade. A voz do filme cresce e vai além do lugar e da vida das suas personagens fictícias. Mostra como a luta humana e o compromisso, no encolhimento do espaço sócio-económico.”

 

  • Menção Honrosa Prémio Turismo de Macau para Melhor Ficção
    Coqueluche, de Aurélien Peyre

“’Coqueluche’ é um daqueles objectos que se ama ou se odeia. Pelo menos foi o que aconteceu com os membros do júri: o filme deixou-nos tão divididos e fez-nos falar por muito tempo. Já estou grato por isso: por nos dar a oportunidade de discutir o filme de forma acesa desde que o vimos, constantemente comparando com os outros filmes da mesma secção. E ontem, no terraço ensolarado da Cinemateca, foi finalmente o filme foi finalmente descartado, abrindo espaço para Matria vencer. Nós amamos a ironia, a subjectividade, tudo o que foi feito para brincar com aquele toque francês, ou estilo, ou fascínio, ou o que quer que seja.

Nós amamos o facto de ser contado no ponto de vista de Laurine, deixando o espectador decidir quem demonizar. Uma das nossas principais preocupações era a construção e exploração da personalidade de Laurine, um tanto problemática, pois é tão intensamente objetificada, nunca deixando claro o que ela é: uma vítima ou uma verdadeira mulher independente? Tendo em conta que a maioria dos filmes envolvidos na competição tinha a natureza como personagem principal, ficou claro para nós, membros do Júri, que há uma evidente crise na ficção/narrativa.

A minha declaração final como indivíduo é simples: comparando constantemente ‘Coqueluche’ a ‘Matria’, uma questão final muito pessoal surgiu, pois ambos os filmes competiam entre si: porque é que era tão claro que um drama social venceria contra um filme adolescente? E se as perspectivas mudassem e a mesma importância fosse atribuída aos assuntos adolescentes? Essa visibilidade contribuiria para mudar activamente as mentalidades e impedir que uma Laurine se transformasse numa Ramona?”


Júri da Competição Nacional

  • Prémio Allianz para Melhor Longa Metragem Portuguesa
    Our Madness, de João Viana

“O trabalho de João Viana com OUR MADNESS, vai mais longe do que uma tentativa de uma linguagem cinematográfica própria, constituindo-se como um ecossistema onde coabita uma beleza doentia e uma mitologia austera. Consegue dar-nos o isolamento da loucura banal transformando-a num espaço de liberdade pela nossa loucura coletiva, um reflexo de um ideal de cinema.”

 

  • Prémio Dolce Gusto para Melhor Curta Metragem Portuguesa
    Os Mortos, de Gonçalo Robalo

“Esta curta metragem arrebatou-nos pela autoridade da sua narrativa e o tempo perfeitamente calibrado de uma impassível performance. Um filme que revela uma sucessão de vinhetas pessoais sobre a morte com humor negro e, ao mesmo tempo, com um grande sentido de humanidade. O Júri deliberou atribuir o Prémio Dolce Gusto para Melhor Curta Metragem a Os Mortos, de Gonçalo Robalo.”

 

  • Prémio Melhor Realizador para Longa Metragem Portuguesa
    André Gil Mata, pela A Árvore

“André Gil Mata com A Árvore demonstra um pleno controlo no uso da câmara, no tratamento dramatúrgico, no ambiente fotográfico e duração do filme, criando um universo uno e coerente. As referências cinematográficas evidentes adquirem neste filme uma personalidade própria a qual pressupõem um desenvolvimento futuro de uma linguagem coesa e artisticamente sólida.”

 

  • Prémio Novo Talento FCSH/Nova
    Amor, Avenidas Novas, de Duarte Coimbra

“Cheio de charme, energia e humor excêntrico, este filme consegue surpreender e deleitar-nos com a sua inventiva e absurda história de uma juventude contemporânea a caminhar para a vida adulta. A música aparece à sua personagem como uma aparece num romance desajeitado. O Júri exulta ao reconhecer um novo e excitante realizador, Duarte Coimbra, atribuindo o Prémio Novo Talento FCSH/NOVA pelo filme Amor, Avenidas Novas.”

 

  • Prémio Novíssimos Walla Collective + Portugal Film
    Infância, Adolescência, Juventude, de Rúben Gonçalves

“Rúben Gonçalves tem um inato sentido da relação da câmara com a matéria filmada. Infância, Adolescência, Juventude constitui-se como um ousado exemplo de cinema ‘vérité’ onde a figura do cineasta se resguarda num amor pelos sujeitos filmados. Patente, a beleza do instável, a capacidade para capturar a graça inerente à dança através de uma discreta encenação num movimento fluído e transparente que nos traz os diferentes estágios na vida dos bailarinos em percurso escolar, da infância para a descoberta da identidade como artista.”

 

  • Menção Honrosa Prémio Novíssimos Walla Collective + Portugal Film
    Fauna, de Lúcia Pires

“Lúcia Pires, com Fauna, situa-se num gracioso patamar da utopia da juventude e da necessidade de acreditar, de ter fé. Demonstra uma sensível qualidade na maneira como trata cinematograficamente mito e realidade.”


Júri Silvestre

  • Prémio Silvestre para Melhor Longa Metragem
    O Processo, de Maria Augusta Ramos

“Pela sua linguagem cinematográfica, que permite que façamos as nossas próprias observações. Pela sua montagem aberta, que é fluente e elegante. Um drama político contado através da narrativa clássica sem cair no classicismo gramatical e formal.

O Processo é um filme sobre a política brasileira que também mostra o processo universal de deslegitimação das instituições republicanas e lança uma nova luz sobre os perigos que ameaçam a democracia contemporânea.

Este é um filme sobre as estruturas da vida humana que nunca perde a humanidade e as emoções – um tipo de filme que gostaríamos de ver mais no cinema contemporâneo.”


Júri IndieMusic

  • Prémio IndieMusic Schweppes
    Matangi/Maya/M.I.A, de Steve Loveridge

Júri da Amnistia Internacional

  • Prémio Amnistia Internacional
    Waste N0.5 The Raft of the Medusa, de Jan Ijäs

“É com subtil ironia e de forma criativa que, num jogo de distâncias temporais e geográficas, o realizador torna claro o drama de quem procura refúgio. Conjugando três formatos, explana o possível absurdo da transformação da tragédia em arte, fazendo-nos questionar o que nos torna mais próximos e o que significa empatia. Por dar sentido à mensagem de acolhimento, de solidariedade e de respeito pelos Direitos Humanos que deve nortear o trabalho com requentes de asilo e refugiados, o júri atribui o Prémio Amnistia Internacional a Waste No.5 the Raft of the Medusa, de Jan Ijas.”


Júri Árvore da Vida

  • Prémio Árvore da Vida para Filme Português
    Russa, de João Salaviza e Ricardo Alves Júnior
  • Menção Honrosa
    Bostofrio – Oú le Ciel Rejoint la Terre, de Paulo Carneiro

Júri Escolas

Prémio Escolas
Tremors, de Dawid Bodzak

“Esta é a história de um retrato invulgar de uma adolescência imersa numa tentativa de, através da indução de diversos desequilíbrios, encontrar um equilíbrio. Um filme que, por meio da alusão a algo tão inesperado como uma retro-escavadora, nos consegue destabilizar e fazer questionar sobre o que obtemos ao testar os limites da imperfeição do ser humano. É o produto de uma feliz combinação de elementos, a começar pelo seu título, cuja sonoridade é tão vertiginosa como o enredo e o desfecho que não deixarão ninguém indiferente.

Por estas razões, o júri decidiu atribuir o Prémio Escolas ao filme Drzenia, de Dawid Bodzak.”


Júri Universidades

Prémio Universidades
An Elephant Stings Still, de Hu Bo

“É impossível dissociar esta obra do trágico acontecimento que a assombra. Apesar de ter a sua vida própria, esta história e estas personagens são uma clara reflexão do seu autor. Os pesados movimentos de câmara e o trabalho de focos irrepreensível desenham a imagem de uma sociedade de cores esbatidas como as daquela cidade. O elegante rigor rítmico e estrutural, bem como a prodigiosa criação de ambientes soturnos concedem a este filme uma beleza humanista que, por consequência, justifica a sua longa duração. Estamos perante um épico testamento de um homem para o mundo, no qual a empatia do autor para com as sua personagens e a própria condição humana nos relembra da necessidade da compaixão.”


Júri do Público

Prémio Longa Metragem
O Processo, de Maria Augusta Ramos

Prémio Curta Metragem
Stay Ups, de Joanna Rytel

Prémio do Público IndieJúnior DoctorGummy
Professor Sapo, de Anna van der Heide


Fica ainda a nota que, até dia 9, os principais filmes premiados estarão a ser exibidos novamente no Cinema Ideal. Consulta o site oficial do IndieLisboa para mais informações.

 

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