Leatherface: A Origem do Mal, em análise
O aterrador antagonista de Massacre no Texas está de regresso à ação na prequela Leatherface: A Origem do Mal que explora o início de um dos grandes ícones do terror modernos.
Em 1974 Tobe Hooper realizou um dos mais icónicos filmes de terror de sempre. O Massacre no Texas foi pioneiro no subgénero de cinema ao qual chamamos de slasher – caracterizado pela existência de psicopatas assassinos que perseguem e matam muitas (mesmo muitas) pessoas, utilizando armas com lâminas, sejam elas afiadas ou muito ferrugentas.
Baseado na obra de Kim Henkel e com argumento do próprio Hooper, o filme narra a história de um grupo de adolescentes que durante uma viagem acabam por ser atraídos para uma família de canibais doentios. Nessa família de canibais, destaca-se um: Leatherface. Este é o tipo que caracteriza toda a película original e que alavancou várias sequelas e remakes.
43 anos e 7 filmes depois, surge uma (segunda) prequela do filme original e do Texas Chainsaw 3D, que se propõe a explicar a infância e adolescência de Leatherface e como começou a sua vida de assassino. Soa familiar? Sim, é verdade que em 2006 estreou um filme (dos 7 do universo Massacre do Texas) que também ele conta a história particular de Leatherface e a sua família. Mas esta é uma nova visão! Confusos? Não estejam. Cada visão é uma visão e uma nova abordagem ao assassino. Esta especificamente “anula” a existência de todos os outros filmes e pretende demonstrar o evento traumático específico que levou à criação do assassino.
Leatherface leva-nos à nata da loucura. A primeira cena do filme não podia deixar de ser impactante e sangrenta: a família Sawyer tenta iniciar o seu membro mais novo na arte do terror e da matança. Jedidiah, mais conhecido por Jed, recebe uma moto-serra elétrica como presente de anos e percebemos que é ele o famoso assassino. Mas porquê, perguntamo-nos, quando ele se recusa a matar alguém e aparenta estar quase tão mal disposto quanto nós, ao assistir a esta cena de tortura agoniante.
A resposta é dada nos últimos minutos do filme, revelando a verdadeira essência de Jed e lembrando que os genes de demência não terminaram nesta geração, estão bem vivos, e talvez mais do que nunca.
Leatherface cumpre o seu objetivo como filme no género terror-slasher: tem muito sangue, cenas chocantes e personagens insanas ao ponto de nos contorcermos na cadeira. Mas… não faltará algo de novo? Sejamos francos e diretos, mas apesar de narrativas e personagens diferentes, a história de Leatherface não é distinta das sete histórias anteriores. Para quem já acompanha o género há muito tempo e aprecia realmente uns bons sustos, a película dos realizadores Alexandre Bustillo e Julien Maury fica muito aquém. E a culpa não é deles. É de todo o sistema de Hollywood que insiste e persiste em bater constantemente na mesma tecla até esta estar tão gasta que já nem sabemos qual é a sua letra.
Queremos que a industria arrisque e que use a criatividade que sabemos que existe para criar novas histórias e não apenas recriar as antigas que já conhecemos de trás para a frente. Cultivemos a sociedade em vez de lhe dar mais do mesmo.
58/100
Leatherface: A Origem do Mal
Movie title: Leatherface: A Origem do Mal
Date published: 30 de November de 2017
Director(s): Alexandre Bustillo, Julien Maury
Actor(s): Stephen Dorff, Lili Taylor, Sam Strike
Genre: Terror
-
Catarina de Oliveira - 60
-
Maria João Bilro - 55
-
Rui Ribeiro - 65
Conclusão
Trazendo o antagonista de O Massacre do Texas de volta ao ativo, Leatherface: A Origem do Mal é uma prequela que informa sobre o início de uma dos mais icónicas figuras do terror contemporâneo com primor técnico mas sem particular inspiração narrativa.
O MELHOR: Um bom exemplar do género de terror-slasher com sangue a rodos!
O PIOR: A desorganização do franchise e a desvirtuação de um dos clássicos maiores do cinema de terror.