Lily-Rose Depp confessa trauma com este filme de culto do pai, Johnny Depp
Há momentos em que a arte imita a vida de formas tão intensas que deixa marcas profundas, mesmo nas almas mais jovens. Para Lily-Rose Depp, esse momento aconteceu aos três anos de idade, sentada em frente a um ecrã onde o seu pai tinha mãos de tesoura.
Sumário:
- Aos três anos, Lily-Rose Depp foi profundamente marcada por “Eduardo Mãos de Tesoura”, não pelo visual do pai, mas pela crueldade coletiva contra alguém diferente, uma memória que ainda a acompanha;
- Hoje, com 25 anos, a atriz reflete sobre essas experiências e encontra paralelos ao interpretar personagens complexas, como em “Nosferatu”;
- Johnny Depp, que considera Edward uma extensão de si mesmo, destaca o impacto universal da história, que continua a provocar reflexões sobre diferença e aceitação.
Entre as paredes de uma sala de cinema em qualquer parte do mundo, “Eduardo Mãos de Tesoura” continua a encantar gerações com a sua história sobre diferença e aceitação. Mas para a pequena Lily-Rose Depp, aos tenros três anos de idade, o filme transformou-se numa experiência perturbadora que a persegue até hoje. Não pelo aspeto assustador do seu pai com lâminas no lugar das mãos, mas por algo muito mais profundo e humano: a crueldade coletiva contra alguém diferente.
Uma viagem pela mente de uma criança
É curioso como as memórias de infância nos moldam de formas inesperadas. Lily-Rose, agora com 25 anos e estrela do novo “Nosferatu“, confessa que aquele momento específico ficou gravado na sua memória com uma nitidez invulgar. “É estranho”, reflete ela numa entrevista á BAAZAR, “porque não tenho muitas memórias dessa idade”. E no entanto, ali estava ela, uma criança de três anos, a sentir angústia ao ver uma multidão a perseguir o pai no grande ecrã.
A ironia não escapa a ninguém! Enquanto milhões celebravam a performance transformadora de Johnny Depp como o homem gentil com tesouras no lugar das mãos, a sua filha passava por um processo inverso de transformação – o do encanto em desencanto, da magia em trauma. Tão profunda foi esta marca que, até hoje, Lily-Rose recusa-se a revisitar o filme.
É um testemunho poderoso de como as crianças processam a ficção de formas profundamente pessoais e inesperadas.
Da arte à vida de Lily-Rose Depp
Num fascinante paralelo, Lily-Rose encontra-se agora do outro lado, interpretando em “Nosferatu” um papel que a faz questionar a natureza do bem e do mal. “Eduardo é o bonzinho e Nosferatu é uma espécie de vilão, mas há uma parte de mim que sente empatia por Nosferatu”, confessa ela, acrescentando com uma pitada de humor: “Será que sou doentia por me sentir assim?”
Esta reflexão revela uma maturidade artística que transcende a sua idade. Encontrar humanidade nas personagens sombrias talvez seja um eco daquela criança que só conseguia ver a injustiça no tratamento dado a Eduardo Mãos de Tesoura.
Enquanto isso, o próprio Johnny Depp recorda como o papel lhe estava destinado, mesmo quando nomes como Tom Hanks, Tom Cruise e Michael Jackson demonstraram interesse. “A personagem era eu”, confessa num recente documentário, revelando como a história penetrou “através de tudo, qualquer coisa sólida, até ao âmago do que quer que eu seja”. Vê “Eduardo Mãos de Tesoura” no Disney+.
Quando foi a última vez que um filme te fez questionar o teu próprio papel na sociedade? Partilha connosco se te relacionas com a experiencia de Lily-Rose Depp nos comentários.