Música composta durante o Holocausto é recuperada
Em Israel, um grupo de alunos e professores deram vida às composições escritas durante o Holocausto e o resultado é surpreendente.
No passado domingo, dia 15 de abril, um grupo de estudantes deu um concerto em Jerusalém, em conjunto com a Orquestra Sinfónica de Ashdod, de obras compostas durante a Segunda Guerra Mundial. Surpreendentemente, o resultado é música animada.
Um dos alunos partilhou a sua opinião:
[Os compositores] estavam numa situação terrível e mesmo assim conseguiram fazer música tão bonita; eu acho que isso é incrível!
O concerto celebrou o 70º aniversário da Fundação do Estado de Israel e o 73º aniversário da libertação do campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha. Para o compositor italiano Francesco Lotoro, o concerto é o culminar de décadas de trabalho, sendo que ele viajou pelo mundo fora na procura das várias formas de manifestação artística deste período perturbante, desde peças de teatro a óperas e música. Este trabalho nem sempre foi fácil: para além do desgaste proveniente do tempo que já passou, existe pelo menos uma composição que foi escrita em papel higiénico:
Tendo em vista a ilustração dos laços fortes entre as vítimas do nazismo, uma das peças foi planeada para ter um tratamento diferente: Aviva Bar-On cantaria uma música que aprendeu no campo de concentração de Theresienstadt, na altura na Checoslováquia, ocupada então pela Alemanha. A música nunca chegou a ser escrita, pelo que seria cantada “de cabeça”, após mais de 70 anos.
O concerto, com peças compostas por presos nos campos de Auschwitz, Theresienstatd e Westerbork, visa também aumentar a consciencialização para o crescente antissemitismo, de acordo com a Fundação Nacional Judaica do Reino Unido (JNF UK), instituição que patrocina o concerto.
Lotoro afirma, a respeito destas músicas:
Os músicos tinham pouca escolha, mas tentavam criar algo bonito face às vastas perdas e injustiças. O que é que tu podes fazer numa situação destas? Ou te revoltas, o que certamente acabava em tragédia, ou cantas. Por isso, muitos deles tinham o hábito de cantar!
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