Descobri a produção turca mais vista da MAX e é tão boa quanto dizem
MAX acaba de coroar um novo rei do streaming e ele não fala inglês, não luta contra zombies e nem cavalga dragões.
Quando pensamos em produções de topo da HBO Max, a nossa mente salta automaticamente para mega-orçamentos, nomes sonantes de Hollywood, e mundos distantes com dragões ou sucessões familiares disfuncionais. Mas não. Desta vez, a história é outra — e vem, literalmente, do outro lado do continente.
A produção local mais vista da HBO Max é turca
A notícia chegou pela The Hollywood Reporter: The Prince (Prens), uma série satírica turca, é oficialmente a produção local original com melhor desempenho global na plataforma HBO Max (anteriormente apenas “Max”).
A série, que chegou recentemente ao fim da sua terceira temporada, passou de fenómeno local a campeão de audiência internacional. Segundo dados internos da Warner Bros. Discovery (WBD), durante o mês passado, The Prince obteve “o nível mais alto de engagement de qualquer produção local original da Max a nível global”. Cerca de 74% dos subscritores turcos assistiram à série, o que não é apenas impressionante — é quase absurdo em métricas de streaming.
Mas o mais curioso? Cerca de 73% dos novos utilizadores da HBO Max na Turquia assistiram a The Prince como primeiro conteúdo após subscreverem. Assim, estamos a falar de uma comédia satírica passada num reino imaginário chamado Bongomia, com um protagonista que… nem nome tem. Literalmente. O próprio enredo gira em torno do facto de o príncipe ser tão insignificante que nem a família se deu ao trabalho de o baptizar.
O poder da sátira em tempos digitais
Nunca pensei dizer isto sobre uma série turca com produção modesta, mas The Prince vale a pena. O humor é subtil, ácido, por vezes ridículo — e, ainda assim, incrivelmente inteligente. Uma pérola da HBO Max.
Já vimos isto antes? Claro. De certa forma, é uma fusão entre o desconforto existencial de Succession e a teatralidade política de The Crown, com o filtro delirante de um Monty Python versão euro-asiática. Mas há uma diferença fundamental: The Prince é feito com e para uma audiência que vive, diariamente, sob estruturas de poder ambíguas, opacas, muitas vezes absurdas. E é precisamente essa intimidade com o caos institucional que dá autenticidade ao guião.
Ver uma produção local ultrapassar títulos como House of the Dragon ou The Last of Us nas métricas internas da HBO Max não é apenas surpreendente — é inegavelmente revolucionário. Assim, mostra-nos que o espectador de 2025 está farto de fórmulas recicladas e quer narrativas mais próximas da pele. Mais arriscadas. Mais genuínas. E, ao que parece, mais turcas.
Vais ver?
Assim, se quiseres começar por algum lado, recomendo vivamente o episódio piloto de The Prince. Está carregado daquele humor que te faz rir e engolir em seco ao mesmo tempo. E sim, está legendado na HBO Max. Porque o mundo não acaba no inglês — e as melhores histórias, muitas vezes, começam quando saímos da nossa zona de conforto.
Já viste The Prince ou ainda andas às voltas com os favoritos do costume? Partilha a tua opinião nos comentários.