O Reflexo do Medo, em análise

 

O Reflexo do Medo - Poster
  • Título Original: As Above So Below
  • Realizador: John Erick Dowdle
  • Actores: Perdita Weeks, Ben Feldman, Edwin Hodge
  • NOS | 2014 | Terror | Thriller | 93′

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“O Reflexo do Medo” é um filme interessante porque tem muito de bom, mas também tem muito de mau. É ambicioso, e prende a atenção, mas falha bastante na execução, acabando por parecer que houve alguma preguiça da parte dos escritores.

Scarlett (Perdita Weeks) é uma arqueóloga que dedica a sua vida à busca pela pedra filosofal de Nicolas Flamel. Uma pista leva-a, e a um grupo de outros aventureiros, às catacumbas de Paris, onde o expoente máximo da alquimia os aguarda. Contudo, nenhum está preparado para os desafios que terão que enfrentar na escuridão das profundezas.

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Onde “O Reflexo do Medo” ganha é no ambiente. As catacumbas estão muito bem representadas, e o sentimento transmitido é de inquietação e claustrofobia, o que contribui em muito para o medo e ansiedade de quem vê os acontecimentos a desenrolarem-se. Contudo, isto faz com que certos eventos que se passam mais para o final se tornem menos inquietantes, pois têm uma execução mais pobre, sendo evidente a diferença no trabalho e inspiração que entraram nas diversas componentes do filme.

O enredo em si é bastante envolvente, apesar de existirem diversos filmes de terror passados nas profundezas de alguma gruta, onde inevitavelmente acabam por existir derrocadas, cliché que infelizmente também marca presença nesta história. No entanto, a premissa é original, e o foco na alquimia mantém o interesse elevado, e justifica algumas das partes mais irrealistas.

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Aquilo que é realmente frustrante é a burrice das personagens em situações gritantes, o que é gravíssimo, pois este é o principal motivo pelo qual “O Reflexo do Medo” não atinge o seu potencial. Scarlett é supostamente um génio mas não é capaz de se questionar sobre o porquê de factos básicos não se verificarem nas catacumbas, como pessoas que passam anos na escuridão total não serem minimamente fotossensíveis, quando seria obrigatório que tal acontecesse. Este tipo de situações são recorrentes, de tal forma que acaba por ser assustador o quão pouco inteligentes as personagens são.

Outro problema é que há uma personagem que é introduzida quase no começo, que parece relevante e que até é bastante assustadora, mas nunca nos é explicado o motivo pelo qual esta existe, ou se é minimamente importante. Parece que, a meio, os escritores acharam que não valia a pena investirem nessa parte do enredo, por algum motivo.

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Os atores fazem o melhor que podem com aquilo que têm. Nenhum deles brilha porque não existe nenhuma oportunidade para isso, não tanto devido a todos os problemas com as personagens, mas mais porque o próprio desenrolar do filme é mais focado na ação e na premissa do que nas histórias pessoais dos nossos aventureiros, o que não é necessariamente mau, depende daquilo que é mais apelativo para quem vê. Se um profundo desenvolvimento de personagens é aquilo que se considera mais importante, então este não é definitivamente um filme de excelente qualidade.

Apesar de todas as falhas, é inevitável sentir que existe muito potencial, e isso cria imensa frustração. “O Reflexo do Medo” tem qualquer coisa de especial, mesmo com todos os seus defeitos, e esse tipo de magia não pode ser explicada, simplesmente exige ser sentida.

SL


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