Oppenheimer pode não estrear no Japão
“Oppenheimer” é um dos grandes eventos cinematográficos deste ano mas pode não chegar a todos os países, nomeadamente ao Japão.
Christopher Nolan, o cineasta por detrás de êxitos como “Interstellar” (2014), “Inception” (2010) ou “Dunkirk” (2017), tem um novo projeto a chegar aos cinemas, trata-se do ambicioso “Oppenheimer”, o épico histórico que contará a história da criação da bomba atômica, pelas mãos de cientista norte-americano J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), e como esta influenciou profundamente o destino do conflito e do mundo.
Com uma estreia global massiva assegurada, um porta-voz da Universal revelou que os planos ainda não estão fechados para todos os mercados, despertando a dúvida sobre se o filme irá marcar presença ou não nos cinemas japoneses.
Vale recordar que este é um tema sensível, já que as duas bombas atômicas lançadas em 1945 nas cidades de Hiroshima e Nagasaki causaram a morte de aproximadamente 200.000 japoneses.
A decisão sobre se “Oppenheimer” será exibido no Japão depende da Toho-Towa, a maior distribuidora de filmes de Hollywood do país. A empresa ainda não teve a oportunidade de assistir ao filme, mas espera-se que o faça em breve.
Ao contrário da maioria dos territórios, os estúdios de Hollywood têm influência, mas não a palavra final sobre quando os seus filmes serão lançados no Japão, tratando-se de um dos últimos mercados a lançar os filmes, muito devido aos esforços de marketing altamente estruturados. Não é incomum, portanto, que os filmes americanos estreiem no Japão meses depois de seu lançamento original, e que esses planos sejam confirmados tardiamente.
No entanto, o caso é diferente para os outros dois grandes eventos do verão americano, já que “Missão Impossível – Ajuste de Contas Parte 1”, de Christopher McQuarrie, será lançado a 21 de julho e “Barbie”, de Greta Gerwig, tem data prevista para 11 de agosto.
Quando falamos de outros filmes americanos que abordam a situação e tiveram estreia no Japão, destacam-se filmes como “Letters from Iwo Jima”, de Clint Eastwood (42,9 milhões de dólares) que arrecadou muito mais que “Flags of our fathers” (13,1 milhões de dólares), filme do realizador lançado no mesmo ano que contava a mesma história, sob a perspetiva americana ou “The Wolverine” (7,9 milhões de dólares), de James Mangold, que mostrava o bombardeamento de Nagasaki.
A diferença aqui é que “Oppenheimer”, segundo o que fontes disseram à Variety, trata-se de um drama com classificação R e mais voltado para diálogos, tendo como cenários os laboratórios e os corredores do governo americano, e não nos campos de batalha.
Os filmes de Nolan costumam obter uma grande parte da sua receita internacionalmente. No entanto, por se tratar de uma história tão firmemente americana, fontes do estúdio acreditam que terá mais popularidade entre os espectadores americanos do que entre o público estrangeiro.
O Japão, um dos principais mercados de cinema, tem se revelado um mercado modesto para o cineasta, dado que os seus dois filmes mais recentes, “Tenet” e “Dunkirk”, arrecadaram respectivamente 25 milhões e 14,8 milhões de dólares.
Portanto, mesmo que “Oppenheimer” seja lançado nesse mercado, impõem-se a questão: será que o público japonês terá interesse nesta história?
TRAILER | VEM AÍ OPPENHEIMER
“Oppenheimer” chega aos cinemas dia 20 de julho! Estás entusiasmado?
