Anora é o melhor, mas quais os outros grandes filmes de 2024?
2024 foi um dos melhores anos recentes do cinema. Hoje recordo dez filmes desse ano que já são verdadeiros clássicos, desde “Dune” a “Anora”.
Embora tenha sido há somente um ano, já é possível afirmar que 2024 foi um dos melhores anos recentes do cinema. Vários filmes não só conquistaram o público e a crítica, como também deixaram uma marca duradoura na cultura cinematográfica. Desde grandes produções épicas a dramas íntimos e comoventes, estes são os melhores 10 filmes de 2024 que, apesar de recentes, já se assumem como verdadeiros clássicos.
10. The Substance
Este grande filme marca o regresso triunfante de Demi Moore ao grande ecrã. A realizadora Coralie Fargeat cria uma experiência perturbadora e visceral que mistura terror corporal com crítica social. O argumento, embora estilizado, aborda temas sérios como a obsessão pela juventude, o culto da imagem e a desumanização da mulher.
Além disso, a estética grotesca e deliberadamente excessiva reforça o impacto emocional da história. É impossível sair indiferente desta obra. Portanto, mesmo que desconfortável, “The Substance” é um filme essencial para compreender os medos e ansiedades do nosso tempo.
9. Nosferatu
Robert Eggers apresenta uma nova versão do clássico do terror de 1922, e fá-lo com uma mestria visual que já se tornou a sua assinatura. Esta reinterpretação não só respeita o legado original como também aprofunda o lado psicológico das personagens. Por outro lado, a atmosfera é tão densa e inquietante que parece quase tátil.
A escolha de Skarsgård para o papel do vampiro revela-se acertada e inquietante. Em conjunto com a fotografia tenebrosa e uma banda sonora envolvente, o filme transforma-se numa verdadeira experiência sensorial. Consequentemente, “Nosferatu” entra diretamente para o panteão do terror moderno.
8. Wicked
A adaptação cinematográfica do musical de sucesso não desilude. Pelo contrário, eleva ainda mais a história que já conquistou milhões nos palcos. Jon M. Chu constrói um mundo mágico, vibrante e emocionalmente rico. As performances de Cynthia Erivo e Ariana Grande são impressionantes, tanto em termos vocais como dramáticos.
Além disso, os temas de aceitação, amizade e destino ganham nova vida no grande ecrã. O design de produção é luxuoso, e as coreografias são deslumbrantes. Em suma, “Wicked” é um espetáculo visual e emocional que encantará tanto os fãs de longa data como novos espectadores.
7. The Wild Robot
Embora seja uma animação, “The Wild Robot” aborda questões profundas com uma sensibilidade rara. A história de um robô que se adapta à vida selvagem após um naufrágio não é apenas emocionante; é também uma poderosa metáfora sobre empatia, adaptação e coexistência. A animação é belíssima, com paisagens naturais pintadas com detalhe e ternura.
Por outro lado, a narração e o ritmo tornam o filme acessível a todas as idades. No entanto, é na sua simplicidade que reside a sua grande força. Assim, este é um daqueles filmes que fica no coração muito depois de terminarem os créditos.
6. Conclave
Baseado no romance de Robert Harris, este thriller político é um estudo fascinante sobre poder, fé e intriga. A história decorre durante a eleição do novo Papa, onde tensões, segredos e ambições colidem dentro das paredes do Vaticano. Edward Berger dirige com precisão e elegância, mantendo o suspense até ao último momento. Ralph Fiennes entrega uma performance contida mas poderosa, equilibrando moralidade com pragmatismo.
Além disso, o filme levanta questões universais sobre verdade, autoridade e espiritualidade. Por conseguinte, “Conclave” é uma obra refinada que exige atenção e recompensa o espectador com uma narrativa rica e inesperada.
5. Challengers
O filme “Challengers” mistura desporto, desejo e manipulação de forma elegante e provocadora. A história gira em torno de um triângulo amoroso entre três tenistas profissionais, com Zendaya no centro da trama. A atriz brilha intensamente, conferindo camadas de vulnerabilidade e poder à sua personagem. Guadagnino, por sua vez, filma os jogos com uma intensidade quase sensual, transformando o ténis num campo de batalha emocional.
Por outro lado, a estrutura narrativa não linear mantém o público em constante tensão. Como resultado, temos um drama moderno e estilizado que vai muito além do desporto — é sobre competição emocional, autoimagem e obsessão.
4. Sing Sing
Inspirado em factos verídicos, este filme é uma carta de amor à arte enquanto instrumento de transformação. A história segue um grupo de reclusos que participa num programa de teatro dentro de uma prisão. Colman Domingo lidera o elenco com uma das interpretações mais comoventes do ano. A realização é discreta, mas nunca indiferente ao lado humano das personagens.
Além disso, há uma grande dignidade no modo como o filme retrata a vida na prisão, sem clichés nem dramatizações forçadas. Assim, “Sing Sing” toca o coração com honestidade e mostra como a criatividade pode resistir mesmo nos contextos mais adversos.
3. A Real Pain
Jesse Eisenberg surpreende com este filme sensível e bem-humorado sobre luto, identidade e legado familiar. Kieran Culkin interpreta o primo rebelde com carisma e profundidade emocional, equilibrando humor e dor com mestria. A viagem à Polónia serve de pretexto para explorar o passado da família, mas também os laços complicados entre os dois protagonistas.
Jesse Eisenberg filma com delicadeza, sem sentimentalismo, mas com empatia. Desse modo, o argumento é inteligente, com diálogos genuínos e uma estrutura bem ritmada. Por tudo isso, “A Real Pain” é uma pérola rara — íntima, agridoce e profundamente humana.
2. Anora
Sean Baker continua a mostrar por que razão é um dos grandes cronistas da América invisível. Neste filme, seguimos a história de uma jovem que, inesperadamente, se envolve com o filho de um oligarca russo. Mikey Madison oferece uma performance brilhante, plena de verdade e vulnerabilidade, arrecadando o Óscar de Melhor Atriz.
A narrativa poderia cair em exageros, mas Sean Baker mantém sempre os pés no chão, retratando a relação com subtileza e compaixão. É de destacar que o filme funciona como uma crítica ao capitalismo de excessos e à ilusão do sonho americano. Por conseguinte, “Anora” é uma das histórias mais tocantes e relevantes de 2024, sendo a justa vencedora do Óscar de Melhor Filme.
1. Dune: Part Two
Finalmente, no topo da lista, está o épico incontornável de Denis Villeneuve. “Dune: Part Two” supera todas as expectativas e consolida-se como um dos maiores feitos da ficção científica moderna. A história de Paul Atreides continua com maior intensidade, complexidade política e emocional. A cinematografia de “Dune: Part Two”, por parte de Greig Fraser é deslumbrante, e a banda sonora de Hans Zimmer contribui para um ambiente imersivo e inesquecível.
Além de tudo disso, o elenco está em plena forma, com destaque para Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Ferguson e Austin Butler. Em resumo, é uma obra monumental que combina espetáculo visual com profundidade temática. Assim, “Dune: Part Two” é já um clássico instantâneo, e o melhor filme de 2024.
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