Óscares 2016 | Ennio Morricone, Os Oito Odiados
Ennio Morricone, uma lenda viva do cinema e da música, nunca ganhou um Óscar, mas este ano isso poderá mudar com as suas melodiosas composições para Os Oito Odiados.
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Em 1959 estreou o filme Morte di un amico de Franco Rossi. Poucas razões haveria para recordar este filme, não fosse esta obra a estreia de um dos maiores génios do cinema mundial, pois foi neste filme que Ennio Morricone iniciou a sua ilustre carreira enquanto compositor de música para cinema.
Ao longo da sua carreira, Morricone foi responsável pela composição de mais de 500 diferentes bandas-sonoras originais para uma impressionante coleção de filmes, onde o cinema italiano domina mas que também inclui obras como as suas recentes colaborações com Tarantino ou a sua devastadora e belíssima banda-sonora para A Missão de Roland Joffé.
Reduzir a importância e o legado de tamanho génio a apenas uma seleção de filmes é menosprezar a sua monumental importância, mas dever-se-ia certamente apontar como grande parte da fama alcançada por Morricone se deve ao seu trabalho ao lado de Sergio Leone, o grande mestre do spaghetti western. Foi para os filmes de Leone, que Morricone compôs algumas das suas mais belas melodias, capturando tanto o lado épico e grandiosos das suas narrativas como injetando-lhes uma melancolia e elegância características da sua oeuvre.
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Foi precisamente a sua importância dentro da história do western que terá motivado Tarantino a procurar a sua colaboração, sendo que o realizador já havia utilizado composições individuais de Morricone em alguns dos seus filmes anteriores a Os Oito Odiados. Com esse western cheio de barroca verbosidade e impiedosa carnificina, Ennio Morricone alcançou a sua sexta nomeação ao Óscar, sendo que o primeiro reconhecimento do seu trabalho ocorreu em 1978 pela luxuriante música de Dias do Paraíso, realizado por Terrence Malick. Desde então, este compositor italiano já chegou mesmo a receber um Óscar honorário pela sua contribuição ao mundo do cinema e ilustre carreira mas será certo afirmar que uma honra ainda maior seria certamente a vitória de um Óscar competitivo, algo que este génio nunca conseguiu anteriormente alcançar.
Apesar de toda luminosidade da sua carreira no cinema, há que salientar que Morricone nunca foi exclusivamente um compositor de bandas-sonoras, sendo que também é um compositor fora deste panorama cinematográfico. Morricone foi o escritor, muitas vezes não creditado, de canções para numerosos cantoros italianos, e também trabalhou como compositor para rádio, como condutor e até escreveu música para a FIFA nos anos 70.
Será que é desta que Morricone sai vitorioso de uma cerimónia dos Óscares ou a Academia vai voltar a ignorar a sua mestria? Saberemos este domingo.
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