As maiores surpresas e roubos da cerimónia dos Óscares 2025
“Anora” é o grande vencedor dos Óscares 2025, enquanto Timothée Chalamet e Fernanda Torres estão entre as surpresas e snubs da noite.
Enquanto que, em 2024, era certo e sabido que “Oppenheimer” iria limpar a concorrência, na cerimónia dos Óscares, em 2025, tudo estava em aberto. É claro que houve prémios expectáveis, segundo as previsões e premiações anteriores.
No entanto, este não era um ano de favoritos. Nunca houve um favorito claro, nas categorias principais, e as apostas mudaram até ao último segundo. E no que toca a surpresas, começámos a gala com uma muito boa. A incrível abertura de Cynthia Erivo e Ariana Grande, que colocou as celebridades no Dolby Theatre, em Los Angeles, em lágrimas.
No entanto, das surpresas positivas passamos para as negativas. A gala dos Óscares de 2025 aconteceu ontem, no dia 2 de março. Em Portugal, era já dia três, devido à diferença horária. O popular apresentador Conan O’Brien foi o escolhido como host para este ano.
Apesar de esta ser a sua primeira vez a apresentar os Óscares, Conan O’Brien já tem uma grande experiência como apresentador. No entanto, isso não foi transmitido para os seus discursos nesta gala. O seu monólogo e intervenções foram pouco memoráveis e, num ano de tantas polémicas e intrigas, esse vasto material com que podia trabalhar foi desperdiçado. Agora, passemos, então, às grandes surpresas e snubs dos Óscares 2025, no que toca a prémios.
A Real Pain perde o Óscar de Melhor Argumento Original para Anora
Cedo o caminho de “Anora” nos Óscares 2025 começou a traçar-se, mesmo sem nos apercebermos. A primeira grande surpresa da noite foi o filme de Sean Baker, com pouco caracter arc e desenvolvimento de personagens, ter ganho sobre “A Real Pain”.
O filme de Jesse Eisenberg não chegou a estar nomeado para a categoria de Melhor Filme, mas foi extremamente elogiado pela sua escrita. Com um filme de apenas uma hora e meia, o realizador e argumentista conseguiu um desenvolvimento impressionante de personagens, com um texto cuidado e diálogos maravilhosamente escritos, que refletem problemas comuns da sociedade, mas também nos deixam a pensar.
Conclave e Wild Robot ficam pelo caminho na categoria de Melhor Banda Sonora
Neste caso não falamos de surpresas, mas sim de snubs. Colocando já de parte que uma das melhores Bandas Sonoras do ano, de “Challengers”, nem sequer esteve nomeada. “The Brutalist” acabou por levar para casa o Óscar de Melhor Banda Sonora.
Este era o vencedor mais expectável, no entanto, ainda havia a esperança de que a desconcertante Banda Sonora de “Conclave”, de Volker Bertelmann, ou o emocionante Score de “Wild Robot”, de Kris Bowers, pudessem levar o Óscar para casa.
Nem a inteligência artificial parou Adrien Brody
Adrien Brody veio a vencer, consistentemente, a temporada de premiações de 2025. Contudo, a descoberta do uso de inteligência artificial para melhorar o seu sotaque no filme, veio a fazer cair a hipótese de vencer o Óscar.
Quando Timothée Chalamet venceu os SAG Awards, na categoria de Melhor Ator, previu-se que o Óscar, também, estaria dado ao ator que aprendeu a tocar guitarra, harmónica e a cantar, durante cinco anos, para representar Bob Dylan.
Mas ainda não foi desta. Timothée Chalamet foi nomeado pela segunda vez à categoria de Melhor Ator, após “Call Me By Your Name”, e seria o ator mais novo de sempre a vencer esta indicação. Assim, o Óscar foi para Adrien Brody e o recorde continua, também, do seu lado, ao vencer com o “Pianista”.
The Substance nunca foi tão atual
É verdade que a Academia tende a distribuir Óscares de carreira, não sendo muito fã de premiar atores jovens. Esse foi um dos azares de Timothée Chalamet. Contudo, o mesmo não aconteceu na categoria de Melhor Atriz.
Demi Moore fez uma temporada de premiações consistente, com várias vitórias. Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro e era uma das grandes apostas nesta categoria, pela sua prestação importante e emocional.
Mas, no fim das contas, o Óscar foi mesmo para Mikey Madison, naquela que foi a maior surpresa da noite. A atriz de apenas vinte e cinco anos e com, ainda, pouca experiência no cinema, levou o derradeiro prémio para casa.
“The Substance” foi um dos filmes mais elogiados do ano, tanto pelo conceito, como pela coragem e irreverência mas, principalmente, pela sua mensagem. O filme de Demi Moore mostra a violência dos standards de beleza para as mulheres, e de como é difícil envelhecer, mantendo esses standards, principalmente com uma profissão mais exposta.
E os Óscares tanto gostam de uma boa política e de uma mensagem passada. Ainda assim, foram contra a própria mensagem do filme que nomearam para as categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz, ao escolherem uma jovem atriz, em detrimento de outra atriz com uma longa e importante carreira.
As 3h35 de Brutalist não convencem a Academia
O Óscar de Melhor Filme foi um vaivém de apostas durante toda a temporada de prémios. “The Brutalist” começou por ser o favorito, por ser um épico longo, pela sua história e pelo que conseguiram fazer com um budget de apenas dez milhões de dólares.
Depois, surgiu “Conclave”, com as suas performances seguras, argumento apreciado e banda sonora intensa. Um filme que é, ao mesmo tempo, consistente e irreverente. Já a chegar à cerimónia dos Óscares, “Anora” subiu ao topo das apostas, principalmente após vencer vários prémios, como os Critic’s Choice Awards.
E foi mesmo “Anora” que levou o grande prémio para casa. Assim, Sean Baker fez história ao ser a primeira pessoa a levar quatro Óscares para casa pelo mesmo filme, como produtor, realizador, argumentista e editor de “Anora”.
Quais foram as tuas apostas para os Óscares 2025? Conseguiste acertar?