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Nintendo processa Pocketpair e as consequências vão além de Palworld

Todos esperávamos por este dia e aqui está ele. A Nintendo processou oficialmente a developer responsável por “Palworld”, a Pocketpair. Mas as consequências desta ação judicial podem ser sentidas por outros títulos.

Sumário:

  • A Nintendo avançou esta semana com uma ação judicial contra a Pocketpair, a developer por detrás do famoso jogo “Palworld”;
  • Não se sabem ainda detalhes, apenas que o processo refere a “múltipla violação dos direitos de patente” e que procura “compensação pelos danos causados”;
  • Em resposta, a Pocketpair afirma estar a investigar as alegações mas dependendo da patente referida pela gigante japonesa, as consequências podem-se aplicar a outros títulos.
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“Palworld” é um jogo lançado no início deste ano pela japonesa Pocketpair, para computador e consola. Apelidado pelos media e pelos fãs como um “Pokémon com Armas“, o título leva-te a um mundo onde o jogador tem de capturar criaturas conhecidas como Pals, usando-as para lutar e construir uma base.

A sua semelhança com Pokémon sempre nos levou a questionar quanto tempo demoraria para que a Nintendo, empresa conhecida por processar tudo o que mexe (umas vezes com razão, outras questionavelmente), olhasse para a Pocketpair como a próxima vítima. Ainda em janeiro, a The Pokémon Co. avisara sobre a abertura de uma investigação para perceber a legalidade de “Palworld”. E os resultados chegaram esta semana.

Pocketpair, developer de Palworld, processada pela Nintendo

palworld
© Pocket Pair

Na passada quarta-feira (18 de setembro de 2024), foi aberto um processo no Tribunal Distrital de Tokyo. No mesmo dia, foi publicado no site japonês da Nintendo um comunicado que se pode ler abaixo (tradução livre):

“A Nintendo Co., Ltd. (com sede em Kyoto, Minami-ku, Japão; Representada pelo Diretor e Presidente: Shuntaro Furukawa, referida como ‘Nintendo’ daqui em diante), e a The Pokémon Company abriram uma ação judicial por violação de patente no Tribunal Distrital de Tokyo contra a Pocketpair, Inc. (com sede em 2-10-2 Higashigotanda, Shinagawa-ku, Tokyo, referida como ‘Réu’ daqui em diante), no dia 18 de setembro de 2024.

Esta ação pretende uma injunção contra infração e uma indemnização por danos pelo facto de ‘Palworld’, um jogo desenvolvido e publicado pelo Réu, violar múltiplos direitos de patente.

A Nintendo continuara a tomar as ações necessárias contra qualquer violação dos direitos da sua propriedade intelectual, incluindo da própria marca Nintendo, de modo a proteger as propriedade intelectuais nas quais trabalhou arduamente para se estabelecer ao longo dos anos”.

Em resposta, a Pocketpair lançou um comunicado informando: “Recebemos notícia desta ação judicial e iremos iniciar os procedimentos legais apropriados, bem como a investigação sobre as alegações de violação de patente. Neste momento não temos conhecimentos de quais as patentes específicas de que fomos acusados de infringir”.

A developer refere ainda que “o objetivo da nossa empresa é o de criar jogos divertidos”, e pedem desculpa pela preocupação que esta notícia pode ter causado nos fãs.

As consequências para outros jogos

palworld daedream
© Pocketpair

Se o processo fosse direcionado à violação de direitos de autor, seria fácil apontar como problema os designs semelhantes entre Pals e Pokémon. Apesar de muitos serem únicos e criativos, é inegável que muitos são basicamente cópias das criaturas que conhecemos do mundo da Nintendo – com a salvaguarda de que podem ser distintos o suficiente para estarem livres de possíveis violações de direitos de autor.

Contudo, sendo o processo focado na patente… Isto pode significar que a Nintendo está a atacar a Pocketpair pela ideia de “capturar criaturas e usá-las em combate”, essencialmente o ponto central da maioria dos jogos de “Pokémon” – e de “Palworld”. E se isto for verdade, significa que qualquer developer que utilize esta premissa num jogo, poderá ser também processada pela gigante japonesa. E se esta ganhar contra a Pocketpair, deixa uma nuvem bem negra no mundo dos videojogos, especialmente no que diz respeito ao universo indie.

Claro, nada disto é certo. Ao momento não sabemos qual a patente alegadamente violada pela Pocketpair, e este tema é complexo pelas nuances que traz consigo. Existem diversas patentes que podem estar aqui em causa, até o simples uso de uma “bola para capturar criaturas”. Resta-nos aguardar por novidades. Até lá, “Palworld” continua disponível para download em plataformas como a Steam e nas lojas da PlayStation e Microsoft.

Qual a tua opinião sobre as alegações da Nintendo?



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