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Pinóquio de Guillermo Del Toro | Tudo sobre a animação

Guillermo Del Toro não deixa ninguém indiferente. A MHD decidiu explorar tudo sobre “Pinóquio” a sua nova adaptação animada. 

Guillermo Del Toro sempre teve um toque de autor muito distinto. Por esse motivo, não é difícil de adivinhar que a sua adaptação do conto clássico “Pinóquio” será épica e completamente diferente do estilo Disney, pelo menos, em termos dos visuais das personagens animadas. A longa-metragem “Pinóquio de Guillermo Del Toro” chegará globalmente à Netflix a 9 de Dezembro. Entretanto, já pode ser vista nas salas de cinema portuguesas.

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Comecemos com algum contexto. A história do menino de madeira que se queria tornar um rapaz de verdade nasceu no século XIX. Desde então tem recebido várias adaptações, sendo mais conhecidos os trabalhos da Disney. Em 1940, a empresa lançou uma adaptação animada da história com algumas alterações face à obra original. Já em este ano, antecipando a adaptação de Del Toro, a gigante decidiu estrear um live-action da história, ainda que as personagens animadas se tenham mantido como figuras animadas por CGI. Uma mistura de live-action com animação bem conseguida e, mais uma vez aplaudida, pelo público nostálgico, apesar de não acrescentar nada ao universo e funcionar como um remake direto da versão animada dos anos 40.

Pinocchio
Pinóquio © Disney

A proposta de Guillermo Del Toro que vai chegar à Netflix, como não podia deixar de ser, será completamente diferente. Trata-se de uma versão stop motion e com um tom bem mais obscuro da icónica obra. O cineasta mexicano, que já tinha admitido a sua forte ligação à personagem de Pinóquio, aborda a narrativa recorrendo à fantasia gótica e as diferenças estão à vista:

Nenhuma expressão artística influenciou mais a minha vida e o meu trabalho do que a animação e nunca me senti tão ligado a nenhuma personagem como à do Pinóquio. Na nossa história, Pinóquio é uma alma inocente com um pai indiferente que se perde num mundo que não consegue compreender. Ele embarca numa jornada extraordinária que o deixa com uma profunda compreensão do seu pai e do mundo real. Desde que me lembro que queria fazer este filme.

Estou grato que a talentosa equipa da Netflix tenha-me concedido a oportunidade de uma vida inteira de apresentar ao público de todos os lugares a minha versão desse estranho fantoche que virou menino de verdade.

Em adição ao aspeto técnico e visual da obra, Del Toro centra a narrativa num ambiente mais negro, na Itália de Mussolini, nos anos 30, período em que o fascismo assombrava o país. O arco coming of age de Pinóquio, em que ele não só aprende a ser um rapaz, mas também como crescer e evoluir enquanto pessoa no mundo cheio de perigos, mantém-se. A par disso, temos Geppetto que tenta aceitar a perda do filho.

De acordo com Del Toro, o filme não é para todas as famílias, uma vez que envolve temas profundos e não foge aos fios narrativos mais complexos e que implicam maturidade. Para o cineasta, o que está em jogo nesta história é a procura por amor e aceitação, algo que se obtém sendo-se natural: “Para mim, é essencial combater a ideia de que é preciso transformar o menino de madeira numa criança de carne e osso para ser um humano real. Para ser humano basta comportar-se como um. Eu nunca acreditei que a transformação deveria ser exigência para obter amor”, confidenciou o realizador à Vanity Fair.

pinóquio del toro
© Netflix

A comparação entre Pinóquio e Frankenstein chegou até a ser feita por Del Toro, não querendo chamar de monstro à criatura infanto-juvenil, mas pelos traços que lhe são incutidos: “Ambos são criados por um pai que espera que eles descubram o que é bom, o que é mau, a ética, a moral, o amor, a vida e o essencial por conta própria”, explicou. O que podemos esperar desta versão então? Sem dúvida complexidade, beleza e bastante estranheza por ser algo tão único nos mais variados aspetos.

Na versão original, em inglês, Ewan McGregor dá voz ao Grilo, David Bradley a Geppetto e Gregory Mann a Pinóquio. As outras vozes incluem Finn Wolfhard, os oscarizados Cate Blanchett, Christoph Waltz e Tilda Swinton. Acrescenta-se ainda John Turturro, Ron Perlman, Tim Blake Nelson e Burn Gorman. O argumento de “Pinóquio de Guillermo Del Toro” foi escrito em parceria com Patrick McHale (“Para Lá do Jardim”). Mark Gustafson (“O Fantástico Senhor Raposo”) co-realizou o filme.

Guy Davis é o designer de co-produção, que se inspirou no design original de Gris Grimly para a personagem de Pinóquio. Mackinnon e Saunders (“A Noiva Cadáver”) construíram os bonecos que ganham vida no filme. A narrativa é baseada no livro italiano original “As Aventuras de Pinóquio”, de Carlo Collodi, publicado em 1883. O filme já estreou nos cinemas e tem estreia prevista na Netflix a 9 de dezembro.

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