Quentin Tarantino cometeu um erro terrível com as suas séries favoritas
Há um pecado capital que nenhum cineasta devia cometer, e Quentin Tarantino aprendeu isso da pior maneira.
Quentin Tarantino, o cineasta cujo nome é sinónimo de diálogos afiados, violência estilizada e um amor quase fetichista pelo cinema, tem um segredo sujo: há séries de televisão que ele adorava—até o dia em que decidiu meter as mãos nelas. O realizador de “Pulp Fiction” e “Kill Bill” é conhecido por ser um devorador de cultura pop, um homem cujas referências vão desde filmes B dos anos 70 até obscuridades da televisão. Mas há um fenómeno peculiar na sua relação com as séries que amava: depois de participar nelas, nunca mais as conseguiu ver.
Quando Quentin Tarantino perdeu o amor pelas suas séries favoritas
Num raro momento de honestidade, Quentin Tarantino confessou ao Metro que, após realizar episódios de “ER” e “CSI” ou atuar em “Alias“, nunca mais conseguiu assistir a esses programas. “Fiz tudo porque era um grande fã da série,” admitiu. “Mas o efeito colateral foi que, depois de participar, nunca mais as voltei a ver. Acho que investi tanto nelas que simplesmente desliguei. Se gosto de uma série agora, prefiro continuar a gostar à distância.”
A ironia é deliciosa: um dos cineastas mais influentes da sua geração, alguém que construiu uma carreira a reinventar géneros que ama, descobriu que há uma linha ténue entre admiração e saturação. Quentin Tarantino quase mergulhou no universo de “The X-Files“—um projeto que, felizmente (ou não), nunca se concretizou devido a entraves burocráticos. Se tivesse dirigido um episódio, será que Mulder e Scully teriam perdido o fascínio?
Assim, o mesmo risco pairou sobre “Justified”, série baseada numa história de Elmore Leonard, autor que Quentin Tarantino idolatra. O realizador planeou realizar um episódio da sequela “City Primeval”, mas desistiu. Terá sido um ato de preservação—uma forma de manter intacta a magia de uma narrativa que admira?
Porque é melhor não mexer no que se ama
Quentin Tarantino não é o único a sofrer deste paradoxo. Muitos realizadores que cresceram como fãs de sagas acabam por produzir obras medíocres quando lhes é dada a chance de as reinventar. Basta olhar para “Star Wars” de J.J. Abrams ou o “Indiana Jones” de James Mangold—projetos que parecem mais exercícios de nostalgia do que obras com alma própria.
Mas há uma diferença crucial: Tarantino nunca se deixou seduzir pelo canto de sirene das grandes sagas. Preferiu manter-se fiel ao seu cinema, mesmo que isso signifique, ironicamente, afastar-se das séries que um dia amou. E, no entanto, há uma exceção: “How I Met Your Mother“, a sitcom que ele considera a sua favorita de sempre. Felizmente, não há risco de a estragar—Quentin Tarantino nunca se aventuraria pelo território da comédia romântica televisiva.
Assim, no fim, fica o aviso: se és fã de algo, talvez seja melhor mantê-lo num pedestal intocável em vez de arriscar perder esse amor para sempre.
Já alguma vez participaste em algo que adoravas só para depois perderes o gosto? Partilha a tua opinião nos comentários.