Sexo na Adolescência

Red Hot | 20 filmes sobre sexo na adolescência (Parte 4)

Entre romances apaixonantes, comédias atrevidas e devaneios eróticos, há muitas maneiras de explorar o sexo na adolescência em cinema.

Questões de sexo, sexualidade e identidade de género na adolescência são sempre temas difíceis para se abordar de modo inteligente e não abusivo em cinema. Muitas vezes, cineastas caem no erro do moralismo proto conservador, olhando com condescendência adulta para os jovens no grande ecrã. No reverso da moeda, há aqueles que retratam sexo entre figuras juvenis com um olhar demasiado lascivo, quase que denegrindo a integridade das suas personagens através de uma perspetiva ativamente voyeurística.

Enfim, o facto é que, mesmo dentro das boas abordagens a este tema existem várias maneiras e registos de o fazer. Nesta quarta parte da nossa lista dos melhores filmes sobre sexo na adolescência, apresentamos cinco exemplos distintos. Um filme aborda o tema através do romance, outro enquanto uma obra política, um filme de terror, uma comédia de escola secundária e, é claro, um exemplo de cinema erótico.

 

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CHAMA-ME PELO TEU NOME [2017] de Luca Guadagnino

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Um romance profundamente sensual.

O filme mais recente desta lista é também o mais romântico. “Chama-me Pelo Teu Nome” de Luca Guadagnino de Luca Guadagnino é uma adaptação do romance do mesmo nome de André Aciman e conta a história do primeiro amor de Elio Perlman, o filho prodigioso de um professor universitário americano. A ação passa-se no verão dos seus 17 anos no Norte de Itália, quando um aluno do seu pai vem passar algumas semanas com a família na sua casa de férias, despertando uma série de desejos e emoções que o jovem nunca tinha sentido. O filme foi justamente aclamado pela crítica, especialmente pelo trabalho dos atores. De facto, o trabalho de Timothée Chalamet e Armie Hammer como os amantes no centro da narrativa é estupendo, oferecendo à câmara sensualista de Guadagnino o seu corpo e alma, telegrafando tanto a fisicalidade como a dimensão emocional do romance. É raro o filme que, como esta obra, nos demonstra tão bem como, no rubro da paixão, o desejo sexual é uma parte integrante da dinâmica amorosa, algo tão sentimental como luxuriante. Para além do mais, não são muitos os filmes com uma cena de masturbação com um pêssego, pelo que temos de celebrar os poucos exemplos disponíveis.


OS JUNCOS SELVAGENS [1994] de André Téchiné

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A adolescência enquanto idade do despertar sexual e político.

Da obra mais recente desta lista, passamos ao filme mais antigo. “Os Juncos Selvagens” é a magnum opus de André Téchiné que, nos anos 90, não tinha escassez de obras-primas, sendo o retrato da vida de quatro adolescentes no Sudoeste francês de 1962, durante o auge da Guerra da Argélia e do seu despertar sexual, que traz tanto desejo como confusão. Durante o envolvimento dos jovens numa teia de relações puramente hétero e homossexuais, puramente carnais, exclusivamente platónicas ou românticas, o conflito é tingido e exacerbado pela situação política e suas muitas nuances, afirmando esta obra como um retrato de uma sociedade no crispar de um novo mundo moderno. Como em muitos dos filmes desta lista, o que torna “Os Juncos Selvagens” um filme tão especial é a sinceridade da abordagem do realizador e o respeito que ele claramente tem pelos seus sujeitos, mesmo em momentos de imaturidade autodestrutiva. Também há que louvar as interpretações do espetacular elenco principal, onde a jovem Élodie Bouchez é de particular destaque, interpretando a única rapariga neste quarteto de adolescentes de hormonas aos pulos e valores ideológicos em volátil transformação.


VAI SEGUIR-TE [2014] de David Robert Mitchell

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Já não é preciso ser-se virgem para se sobreviver num ‘slasher’.

Um género cinematográfico que quase nunca teve medo de perscrutar as profundezas do desejo sexual em personagens juvenis é o cinema de terror, particularmente o ‘slasher’. Esse subgénero define o tipo de filme popularizado na década de 80 com a série “Sexta-Feira 13”, onde grupos de adolescentes são sistematicamente chacinados por uma entidade ameaçadora, sendo que normalmente só uma rapariga virginal morre enquanto as figuras mais promíscuas são das primeiras a ser ceifadas pelo carrasco. “Vai Seguir-te” é uma exploração desconstrutiva do ’slasher’, subvertendo muitos dos seus códigos e moralidades proto conservadoras. Neste pesadelo, o monstro é uma criatura de passo vagaroso cujo tormento pode ser transmitido de vítima em vítima através do ato sexual. Ou seja, todo o filme é uma metáfora demoníaca para a propagação de doenças venéreas, mas, curiosamente, não são as figuras virginais quem triunfa, sendo que uma das primeiras cenas da heroína principal é uma tórrida sequência de sexo num carro. O virtuosismo de Mitchell e seu amor pelos sons e ritmos do cinema de Carpenter são uma grande mais-valia, mas o grande trunfo do filme é quão pragmáticas e inteligentes as suas personagens juvenis são. Isso é uma raridade em filmes de terror, nomeadamente em obras tão singularmente focadas nos hábitos sexuais de adolescentes, que não são algo necessariamente destrutivo desde que se tomem as precauções apropriadas.


ELA É FÁCIL [2010] de Will Gluck

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É possível um filme ser sobre sexo quando não tem cenas de sexo?

Em toda esta lista, “Ela é Fácil” é uma anomalia, sendo o único filme em que não existe uma única cena de sexo. Ainda mais curioso que tal falta de carnalidade efetiva é o facto de que mais nenhum filme nesta lista tem uma narrativa ou uma coleção de personagens tão focadas no tema de sexo entre adolescentes. Esta comédia leviana conta a história de Olive, uma rapariga californiana que vê a sua vida posta do avesso quando rumores de uma escapadela sexual que nunca realmente ocorreu começam a circular pela sua escola secundária. Tornando uma reputação arruinada em arma social, Olive adota a imagem extravagante de uma femme fatale sem pudor e ajuda uma série de rapazes, incluindo um colega homossexual que tenta esconder a sua sexualidade, a convencer todo o corpo estudantil que também passaram uns bons momentos na companhia da rapariga mais promíscua da escola. O filme é um modesto triunfo cómico que conta com incomum candura sexual e uma série de grandes prestações como seus maiores trunfos. Emma Stone, no papel que a pôs no mapa e lhe valeu uma nomeação para os Globos de Ouro, é especialmente divinal, tão sexy como hilariante, tão inteligente como desavergonhadamente brincalhona. Assim nasce uma estrela!


BANG GANG (UMA HISTÓRIA DE AMOR MODERNA) [2015] de Eva Husson

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Uma verdadeira orgia sensorial em forma de cinema.

Ao ver-se “Bang Gang (Uma História de Amor Moderna)” é difícil acreditar que esta obra representa a estreia de Eva Husson na cadeira de realização de uma longa-metragem. O filme é um orgástico festim em formalismo sensualista, capaz de seduzir o espectador de igual modo com tableaux cheios de nudez como com elegantes coreografias de câmara, uma sonoplastia profundamente imersiva e estupendas escolhas musicais. Este é também o filme mais explícito e gráfico desta lista, incluindo várias cenas de orgias entre menores. Essas são somente algumas das muitas mostras do mais puro hedonismo, que floresce no seio de uma comunidade de classe média alta onde os jovens parecem tão anestesiados por aborrecimento e inação que só mesmo os mais extravagantes comportamentos de risco parecem capazes de os despertarem do torpor apático. “Bang Gang (Uma História de Amor Moderna)” merece ser especialmente admirado pelo equilíbrio que consegue encontrar no seu retrato de uma juventude intoxicada pelos prazeres da carne, evitando idealizar o seu comportamento, ao mesmo tempo que não os olha com nenhum tipo de julgamento moralista. Para quem se interessa por representações de sexualidade adolescente em cinema, este filme é visionamento obrigatório.

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O que achas destes cinco exemplos de formas diferentes de se explorar este tema em cinema? Preferes o romance, o estudo político, o filme de terror, a comédia ou o drama erótico? Deixa a tua resposta nos comentários.



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