Setembro no teatro: Apocalipse segundo Alpha e Beta ©Teatroàfaca

Setembro no teatro | Lisboa

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Com a abertura das novas temporadas e mostras de teatro jovem, setembro no teatro ganha de novo vida

Depois de um mês de férias onde a oferta dentro da expressão da 2ª arte foi reduzida, voltamos a sugerir-te peças que te poderão querer fazer ir ao teatro durante este mês.

Fazemos a pesquisa, lemos, vemos e falamos sobre teatro. Tudo para que possamos sair de casa sem nos perdermos no barulho publicitário feito por uma mão cheia de espectáculos (fazendo com que nos esqueçamos de outros), ou simplesmente para sairmos da nossa zona de conforto.

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SETEMBRO NO TEATRO | A DAMA DAS CAMÉLIAS

© São Luiz Teatro Municipal | A Dama das Camélias

Miguel Loureiro encena A Dama das Camélias, disposto, uma vez mais, a trabalhar um texto que é “património da arte teatral, do seu exponencial romântico, da sua galeria infinda de fantasmas e assombrações”: “Como se pode praticar a cena sem passar por Shakespeare, por Molière, ou por este A Dama das Camélias, de Dumas (filho), sortilégio tardo-romântico que tanto fascínio ainda nos causa, por refundar o gesto, o esgar e a miragem românticos, com a sua plêiade de perdidos, drogados, tísicos, arruinados e com todo o seu grandeur fanado? O que há de excessivo em Marguerite Gautier que ainda nos serve também? Enunciação clara de um insondável estado de alma? Pequeno ensaio filosófico sobre a vertigem da beleza? Hino à decadência do amor? Teatro eroticizado pela polidez romântica? Anatomia de uma heroína no seu século, escrita-veículo para os monstros sagrados do novecento… de que forma nos podemos aproximar deste legado que iconicamente encerra uma época? Respeitá-lo será atraiçoá-lo? O que nos fascina na história desta queda?”

Até 22 de Setembro no São Luiz Teatro Municipal; quartas, sextas e sábados às 21h, quintas às 20h e domingos às 17h30 com bilhetes que vão dos 12€ aos 15€.




SETEMBRO NO TEATRO | ANTÍGONA

© Filipe Ferreira| Antígona

Antígona por Mónica Garnel, um texto fundador por uma artista carismática. A partir de uma cidade que vai adoecendo, a atriz e encenadora propõe um espetáculo que procura a vertigem à medida que o conflito sobe. Às medidas impostas tendo em vista o bem e a proteção da cidade, opõe-se a voz discordante de Antígona, refletindo a tensão entre os direitos humanos e os direitos do poder instituído. O que é afinal a justiça? Às questões intemporais que o texto levanta, Garnel acresce outras, igualmente decisivas: “Interessa-me tratar este clássico na sua atualidade, por um lado, e na sua humanidade, por outro. Vejo aqui, nesta possibilidade de interrogar o carácter humano, a âncora e âmago deste espetáculo, suportado no trabalho dos atores, aos quais se coloca o desafio de retratarem e atualizaram estas personagens arquetípicas, explorando as suas contradições, dúvidas e ímpetos, num conflito que nos atira para uma escuridão que, por fim, nos poderá, talvez, iluminar.”

De dia 18 de Setembro até dia 6 de Outubro; quartas e sábados às 19h; quintas e sextas às 21h e domingos às 16h no TNDMII com bilhetes dos 6,5€ aos 12€




SETEMBRO NO TEATRO | COLECÇÃO DE ARTISTAS

©Filipe Ferreira|Colecção de Artistas
É possível, através de um momento de criação de um artista, ter acesso ao artista? Ter acesso à sua história? Colecção de Artistas é o terceiro movimento da Colecção de Pessoas.
Na Colecção de Amantes, Raquel André utiliza a fotografia, nos Coleccionadores o vídeo, nos Artistas propõe usar o seu corpo como arquivo.
 Colecção de Artistas é uma coleção que se ocupa de cada artista, das suas práticas e ferramentas de trabalho, bem como dos seus pensamentos e biografias. Ao coleccionar artistas, Raquel navega sobre real e ficção, fantasia e impossibilidade, o quotidiano e a vida artística, procurando coleccionar o efémero, e transformá-lo em algo concreto e possível, através de um meio artístico e poético.

De 18 a 29 de setembro; quartas e sábados às 19h30; quintas e sextas às 21h30 e domingos às 16h30 na sala estúdio do TNDMII; com bilhetes a 8,25€.




SETEMBRO NO TEATRO | O AMANTE

©Teatro da Trindade | O Amante

Para quebrar a monotonia do casamento, um casal constrói uma fantasia de infidelidade. Em encontros à tarde, ele transforma-se num desconhecido que bate à porta de casa para se envolver com a mulher. Através da libertação do desejo sexual, o casal alimenta todos os seus fetiches e, aparentemente, tudo parece resultar. Porém, o jogo da intimidade vai saindo do controlo, e a entrega à fantasia acaba por fazer cair as máscaras, provocando conflitos inesperados. Mestre na construção de ambientes de tensão latente, os quais pontua com pausas desconcertantes, Harold Pinter é, muito provavelmente, o maior dramaturgo inglês da segunda metade do século XX. Em O Amante, escrito propositadamente para a televisão, onde estreou em 1963, o autor de The Homecoming, Prémio Nobel da Literatura em 2005, constrói, como escreveu o seu biógrafo Michael Billington, “uma peça ardilosa: começa como comédia de costumes, passa para a exploração de ilusões fetichistas que tanto podem aguentar um casamento como sugerir um esgotamento nervoso e, finalmente, faz a reconciliação entre a realidade e a fantasia”.

De 18 de Setembro a 10 de Novembro (com interrupção dia 25 e 26 de setembro), de quarta a domingo às 19h, na sala estúdio do Teatro da Trindade. Os bilhetes custarão 12€ havendo a possibilidade de usufruir de descontos.




SETEMBRO NO TEATRO | OS FILHOS DO COLONIALISMO

© Hotel Europa| Os filhos do colonialismo

No seu livro Postmemory Generation (Geração Pós-memória), Marianne Hirsch define o conceito de pós-memória como “a relação que a geração seguinte tem com o pessoal, o colectivo e o trauma cultural daqueles que vieram antes – experiências que são lembradas apenas através de histórias, imagens e comportamento daqueles com quem cresceram”. Uma espécie de memória em segunda mão. Nesta nova criação, Hotel Europa investiga a relação que as gerações nascidas depois do 25 de Abril têm com o colonialismo português e as memórias que lhes foram transmitidas desses tempos. Este é um espectáculo de teatro documental que trabalha de uma extensa e contrastante recolha de testemunhos colocando em palco os próprios entrevistados a discutir as suas biografias e as dos seus pais, reflectindo como é que o passado colonial se reflecte em Portugal e na Europa de hoje, assim como nos movimentos que exigem a descolonização da história e do pensamento dos antigos países imperiais.

De dia 26 de setembro a 28 de setembro; quintas e sextas às 21h e sábados às 19h, na Culturgest, com bilhetes a 12€.




SETEMBRO NO TEATRO | APOCALIPSE SEGUNDO ALPHA E BETA

©Teatroàfaca| Apocalipse segundo alpha e beta

Apocalipse Segundo Alpha e Beta trata de um mundo agonístico no qual houve uma separação total entre seres humanos altos e baixos. A acção decorre muitas gerações depois da segregação dos povos, alterando profundamente o código genético da população, potenciando assim as características físicas de uns e de outros.

A companhia teatroàfaca volta com uma nova produção de dia 2122 de setembro no Teatro Municipal Mirita Casimiro (inserido na programação da Mostra_T) e de 26 a 29 de Setembro no Espaço Escola de Mulheres (Clube Estefânia).




SETEMBRO NO TEATRO | THE SWIMMING POOL PARTY

© Casa Conveniente| The swimming pool party

Um assassinato está prestes a acontecer na Sala Mário Viegas do Teatro São Luiz. E será numa festa da “fina flor”, à beira de uma piscina que teima em não encher. O regresso ao palco do encontro entre os universos de Agatha Christie e T.S. Elliot, num policial para teatro dirigido por Mónica Garnel, a partir de texto de Ricardo Neves-Neves.

De 27 de setembro a 13 de outubro, na sala estúdio Mário Viegas do São Luiz Teatro Municipal; quarta, sexta e sábado às 21h; quintas às 20h e domingos às 17h30; com bilhetes a 12€.

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