Sin City: Mulher Fatal, em análise

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  • Título Original: Sin City: A Dame to Kill For
  • Realizador: Robert Rodriguez, Frank Miller
  • Elenco: Mickey Rourke, Jessica Alba, Eva Green, Josh Brolin
  • Género: Crime, Thriller
  • EUA | 102 min

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Mulheres, umas atormentadas, algumas heroínas, outras calculistas. Noite. Crime. A preto e branco, gráfico e a 3D. Esse ‘neo-noir’ que tantos de nós, cinéfilos apreciadores da arte de Frank Miller, ansiámos por ver chegar aos ecrãs neste espaço temporal de nove anos. E eis que a Cidade do Pecado não perdeu o jeito.

A nível de argumento, a dupla de realização adaptou duas histórias da novela de F. Miller –“Just Another Saturday Night” e “A Dame to Kill For” – e fez nascer dois enredos originais – “The Long Bad Night” e “Nancy’s Last Dance”.

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Marv (Mickey Rourke) é um autêntico tanque de guerra, ávido por matar, preparado para morrer, deliciosamente presenteado por F. Miller com tiradas espirituosas e reveladoras da sua sabedoria. Relembrando as palavras de Dwight, em “Sin City”, ali na pele de Clive Owen, o lugar de Marv deveria ser em Roma, como gladiador, ou num campo de batalha, fazendo uso do seu machado na face de alguém. O regresso de Marv é um dos ‘highlights’ desta sequela.

O outro destaque é, obviamente, o veneno e sensualidade inquestionáveis de Ava Lord (Eva Green). Ava, uma mulher que fará qualquer homem transgredir, agredir, matar. Um Dwight (Josh Brolin) martirizado e contido (“Never lose control. Never let the monster out”), mas simultânea e contraditoriamente determinado, rude e corajoso, será o herói de uma das narrações.

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Nancy (Jessica Alba) volta, mais mulher que menina, mais perturbada do que na primeira história, mas sempre com um anjo da guarda. Deste ou do outro mundo.

A sede de vingança direccionada ao maléfico e gélido Senador Roark (Powers Boothe), a (quase) imparável travessia de Johnny (Joseph Gordon-Levitt), a lealdade das ‘old town girls’, a quem escolhem como merecedor da sua protecção, e a interessantíssima porque subtil dicotomia Ava/Nancy – pois, em conclusão, por que tipo de mulher vale mesmo a pena… lutar? -, fazem deste trabalho um agradável sucessor do pecado original.

Esperar que esta sequela tenha o mesmo efeito surpresa do seu antecessor é meio caminho andado para a frustração. Não pode haver reacção idêntica, mesmo após tantos anos volvidos e, porventura, esquecida tanta da magia e decalque que se fizeram sentir entre a bd e o film noir.

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A verdade é que a qualidade visual, cast, e coerência do script fascinam, permitindo apagar da nossa memória, durante quase duas horas, derrapagens cinematográficas das quais, injustamente e sem se perceber porquê, talvez não exijamos tanto.

Quem sabe estejamos perante um custoso desapego às origens. De uma nova forma de resistência às sequelas. E que, noutros casos, bem sabemos, se justifica.

Quem sabe – e sem prejuízo dos casos em que, sem mais, não se tenha apreciado a película, o que há que respeitar -, se trate de um Difícil Adeus.

“Well, I’m gonna find that son of a bitch that killed you, and I’m gonna give him the hard goodbye.

Marv in “Sin City”

Sofia Melo Esteves

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