Skullcrusher (foto de Silken Weinberg)

Skullcrusher vai lançar o seu primeiro EP

Depois de um single lançado em Janeiro, Skullcrusher assina com a Secretly Canadian e promete um EP para o início do verão.

Skullcrusher, o projeto da compositora de Los Angeles, Helen Ballentine, é a mais recente assinatura da Secretly Canadian. No início do ano, a artista partilhou um primeiro single “Places/Plans”, que incluímos na nossa Playlist do mês, agora, chega-nos a notícia de que o seu EP homónimo será lançado no dia 26 de Junho.

A presença da música na vida de Ballentine tem sido constante desde pequena, aprendeu a tocar piano com cinco anos e guitarra no ensino médio, mas só mais tarde é que as suas primeiras composições começaram a surgir. Ao se mudar do norte de Nova York para Los Angeles para estudar artes visuais, Ballentine começou a trabalhar a tempo inteiro numa galeria de Los Angeles, pronta para continuar a explorar o caminho das artes visuais do qual fazia parte desde que era adolescente. Contudo, passado uns tempos, decidiu abandonar este percurso.

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Perante uma liberdade a que não estava habituada, Ballentine acabou, dividida entre um espírito intrépido e alguma hesitação, por se dedicar seriamente à música pela primeira vez. Assim, começou a desenvolver pequenos fragmentos, sempre com a sensação de que não estava a chegar a lado nenhum, só que, pouco a pouco, surgiram algumas canções. O EP resultante, no qual a artista trabalhou ao lado do produtor Noah Weinman, é sobre o que significa sentir que não se está a fazer nada, não deixando, contudo, de encontrar imenso significado e profundidade nesta sensação.

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As quatro canções que compõem Skullcrusher revelam tanto influências da eletrónica ambiente, bem como o quão imersa estava a artista no mundo de Nick Drake. Por outro lado, o seu gosto pela fantasia e pelo surrealismo, nomeadamente na maneira com que os romances de fantasia contrastam a beleza e a violência, sobressaem no EP. Ballentine descobriu que, tal como nas artes visuais é atraída pela junção de partes contrastantes, como o claro e o escuro, na música também gosta de assistir ao conflito entre conceitos antagónicos, explorando ao máximo a ambiguidade.

Skullcrusher_Places/Plans
Capa de Skullcrusher

A primeira canção que a artista escreveu como Skullcrusher, “Places/Plans”, chegou-nos em janeiro, tendo sido escrita há pouco mais de um ano quando Ballentine estava a trabalhar como babysitter:

“Estava a sentir-me muito forte com a minha falta de carreira, insegura e confiante ao mesmo tempo. Mas também houve muita confiança que surgiu deste processo porque fui realmente capaz de passar um tempo comigo mesma e com as coisas de que gosto.(…) Pensei muito na minha auto-estima durante este período de incerteza. “Places/ Plans” tenta comunicar a beleza e a vulnerabilidade de estar sozinho e o que significa deixar outra pessoa ver isso. É uma canção para quando estamos sozinhos no quarto, deitados no chão com um livro e a janela aberta, mas também para quando deixamos alguém entrar. ”

“Places/Plans” é, assim, um convite para as profundezas da solidão pessoal de Skullcrusher, ao som de uma guitarra acústica flutuante e da voz suave da cantautora. O vídeo que acompanha este primeiro single mostra-nos a artista a realizar múltiplas tarefas e rotinas diárias, às quais se vê entregue durante um período de auto-reflexão e isolamento. Num gesto de aceitação da solidão e do possível aborrecimento, Ballentine enfrenta a situação do desemprego, dando espaço à sua “voz interior”, num processo de auto-descoberta. Aproveitemos os tempos em que vivemos para também o fazer.

SKULLCRUSHER | “PLACES/PLANS”

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