The Giver – O Dador de Memórias, em análise

The_Giver_Análise
  • Título Original: The Giver
  • Realizador: Phillip Noyce
  • Elenco:  Jeff Bridges, Meryl Streep, Brenton Thwaites
  • Género: Drama, Fantasia
  • 2014 | 97 min

[starreviewmulti id=11 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

 

 

Um grande elenco para uma história fraca, The Giver dá-nos muito menos do que qualquer um podia esperar.

Jonas (Brenton Thwaites) vive numa comunidade que aparenta ser perfeita, mas ao receber o cargo de Recetor de Memórias, ele rapidamente percebe, que o que torna a sua comunidade perfeita é a erradicação do que nos faz humanos.

the-giver

The Giver vai buscar muitos elementos que já são demasiado comuns entre adaptações de livros para os jovens. Temos uma sociedade que tenta a todo o custo manter a paz, através de uma série de regras que os impede de ter algum tipo de pensamento revolucionário. Essa sociedade já nos foi mostrada em The Hunger Games e em Divergent, o que nos deixa logo um bocado saturados daquilo que estamos a ver desde início. Depois também temos uma personagem que tem características especiais, que o fazem pôr em causa o regime e assim desenvolver um plano para o desafiar. Em The Hunger Games talvez não tenhamos isso, visto que Katniss, em si, não tem nada de especial, mas no Divergent a história é exatamente a mesma. Tris, tal como Jonas, tem uma personalidade mais desenvolvida que os restantes membros da sua sociedade, persegue e questiona o que a rodeia, iniciando um plano para mudar o que está errado.

A única diferença entre estes filmes é que The Giver gira à volta das memórias que foram esquecidas pela sociedade. A erradicação delas permitia criar um sistema simples, monótono e igualitário, onde ninguém era mais do que ninguém por ter feito isto ou aquilo. A verdade é que todo o enredo do filme não funciona. É previsível, incoerente e com tanta conveniência à mistura, que nos faz perguntar como é que alguém pensou que alguma coisa aqui fazia sentido. O final é uma enorme desilusão, pelo facto de pôr em causa tudo aquilo que nos foi dito durante a hora e meia em que estivemos a assistir ao filme.

the-giver-jeff-bridges

Phillip Noyce soube abordar a história que lhe foi dada, mas não lhe conseguiu dar consistência. O jogo que ele faz com as cores encaixa bem no início do filme, apesar de que a falta delas chega a um ponto em que cansa. No entanto, é interessante ver a transformação de um mundo a preto e branco para um cheio de cores, feita gradualmente, acompanhando a evolução da personagem. Só que Noyce não consegue manter esse jogo consistente, tal como todo o filme não o é.

Um dos pontos mais fortes do filme, e que o podia ter salvado, era o seu elenco. Com um grupo de actores onde aparecem nomes como Meryl Streep ou Jeff Bridges, seria de esperar qualquer coisa que no mínimo fosse boa. Infelizmente, tudo nele impediu os seus actores de se destacarem. Basta verem Meryl Streep para perceberem que algo de muito errado se passa com este filme. Se nem a maior artista de todos os tempos conseguiu ser uma mais-valia para esta experiência, quem é que consegue? Mesmo assim, Katie Holmes ainda foi uma surpresa agradável. Se calhar até mesmo a melhor do filme inteiro. A sua personagem de mãe autoritária e seguidora cega das regras, é muito bem interpretada por Holmes, que passa o filme inteiro com um olhar frio e vazio. Mas infelizmente não houve espaço para explorar a personagem. 

Giver

O pior de tudo, foi o elenco jovem que não conseguiu dar nada às suas personagens. Brenton Twaites, que estava encarregue de carregar o filme, tem a representação mais fraca do filme. Cada segundo que ele passa no ecrã, serve para nos relembrar de que estamos a ver um ator a representar e não uma personagem a descobrir um novo mundo ao mesmo tempo que luta para deitar o seu a baixo.

The Giver podia ter-nos dado uma memória que iria ser recordada pelas melhores razões, mas acabou por ser precisamente ao contrário. O filme ganha pelo que nos apresenta no início e vai perdendo as suas qualidades pelo caminho, sem ninguém para o levantar e dar-lhe o que ele precisa. 


Também do teu Interesse:


Lê Também:   Taylor Swift: The Eras Tour (Taylor's Version) | O ranking de todas as eras presentes no filme

One thought on “The Giver – O Dador de Memórias, em análise

  • Pingback:

  • Adorei o filme! se você quer entender o porque do mal no mundo, está aí uma explicação clara! de forma suave o autor mostra para o público adolescente a causa do mal e podemos observar que é o que vivemos hoje, a falta de sentimentos humanitários, a falta de usar a faculdade de recordar, a falta da individualidade, e a falta de amor nos torna menos humanos, menos capazes e aparentemente seguimos uma ordem, uma paz, uma liberdade, a vida de uma forma inconsciente e cada vez com menos cores e vibrações, com menos sentimentos. Outro aspecto fundamental que destaco é o valor da amizade, em vários momentos do filme, demonstrando que é um sentimento capaz de trazer a verdadeira paz para o mundo. O filme expõe que a maior de todas as liberdades que é a da mente, o poder de criar e o livre arbítrio para escolher entre o bem e o mal. A primeira coisa que a impostura do mundo fez foi criar a morte para retirar a nossa memória, aspecto este que os egípicios e gregos antigos sabiam, mas o materialismo excessivo e a busca pelo poder levou os seres humanos a um atraso que vivemos e sofremos hoje. Não sou conhecedora de filmes, mas este em especial, recomendo analisar cada fala e cada detalhe. Um precioso filme!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *