© Obsidian Entertainment

The Outer Worlds (Switch), em análise

A Obsidian Entertainment traz o seu tão esperado RPG à Nintendo Switch. Será que “The Outer Worlds” é uma boa adição à biblioteca na consola portátil?

O primeiro jogo dos criadores de “Fallout: New Vegas” a lançar sob a alçada dos Xbox Game Studios saiu em Outubro de 2019, tendo sido bem recebido nas diferentes plataformas onde estreou. Chegou a vez da consola da Nintendo abrir as portas a mais um título para os jogadores desfrutarem e, embora seja uma adição óptima, não se destaca na consola.

“The Outer Worlds” traz realmente aquela sensação de estarmos num mundo vindo de “Fallout”, mas tem a sua própria linguagem. A Obsidian Entertainment e a Private Division levam-nos a um universo distante do nosso, não em termos espaciais mas temporais. Mais de 300 anos no futuro, a humanidade parece ter-se espalhado pela galáxia, colonizando diversos planetas com todo o tipo de cores, características e criaturas.

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Uma nave isolada deriva na borda da galáxia, contendo os colonos da Halcyon. É aí que o excêntrico cientista Phineas Welles entra em cena, um fugitivo procurado por crimes contra a colónia.

Welles trabalhou anos a fio numa fórmula química que impede que os colonos adormecidos pereçam de uma morte provocada por células explosivas, devido ao tempo excessivo passado nos pods de hibernação. Após aperfeiçoar esta fórmula, o cientista apenas consegue o suficiente para utilizar num único colono, a “variável não planeada”. O jogador. Caberá a este indivíduo partir numa longa missão para ajudar Welles e a colónia.

A variedade de escolhas começa imediatamente na customização da nossa personagem. Não só temos um role de opções para definir o seu aspecto físico – como a cor e formato do cabelo, olhos e pele, pormenores dados por diferentes tipos de cicatrizes, manchas e pinturas na cara – como até os seus traços de personalidade são não só uma opção, como algo que influencia as capacidades do protagonista ao longo do jogo.

Os jogadores possuem alguns pontos que podem distribuir por atributos do corpo, mente e personalidade, como destreza ou percepção, algo que fará parte da personagem do início ao fim. Nas capacidades, pode-se dar um boost inicial, como ao diálogo e capacidade de carregar itens, por exemplo, mas são características que poderão sempre ser melhoradas no decorrer do jogo, cada vez que se sobe de nível. Há também que escolher as competências do colono, que definem o seu papel na sociedade, desde engenheiro a agricultor (ou nada, simplesmente…).

The Outer Worlds Colony
© Obsidian Entertainment

Assim que decidimos que é altura de seguir (após horas infindáveis para criar o nosso avatar perfeito), chega a altura de sair do conforto do pod gelado e fazermo-nos à vida lá fora, num sistema cheio de facções, divisões políticas, leis restritas e estranhas, NPCs com todo o tipo de personalidades e flora e fauna diversificada.

Infelizmente, na Nintendo Switch, a primeira impressão não é a melhor, ficando muito aquém das primeiras imagens que vimos do jogo. Para quem está acostumado a jogar noutras consolas ou num PC minimamente capaz de correr este tipo de jogos com alguma qualidade, os gráficos desfocados de “The Outer Worlds” na Switch chegam a ser dolorosos, dado o trabalho da equipa a desenvolver o projecto para as outras plataformas.

O hardware e software da consola portátil limitam imenso o potencial visual do jogo, levando alguns minutos ou horas de habituação, algo que parece ser independente do ecrã, seja o que temos nas mãos, seja com a dock ligada. No entanto, para fãs ávidos da Nintendo, esta é uma oportunidade única de jogar uma das mais recentes obras da Obsidian, o que não é nada má de todo!

A introdução à jogabilidade é relativamente suave, com um tutorial disfarçado quando damos os primeiros passos em solo alienígena. Somos introduzidos ao movimento, diálogo e combate e, mais tarde, à nossa nave que utilizaremos para viajar entre diferentes pontos no sistema solar onde nos encontramos.

A missão principal será sempre salvar os colonos, mas há um conjunto enorme de missões secundárias que poderão complementar a primeira ou servir como entretenimento ou parte do lore de “The Outer Worlds”. É aqui que temos a oportunidade de desfrutar centenas de horas a explorar tudo o que quisermos, entrar em batalhas com todo o tipo de inimigos e construir relações de paz ou de guerra com todo o tipo de indivíduos.

© Obsidian Entertainment

Nos diferentes planetas, há locais povoados por humanos organizados em aldeias ou cidades, e as zonas mais desertas contam não só com predadores e presas, como com marginais. Seja qual for as histórias que encontramos, há sempre uma posição que os jogadores podem tomar, isto é, se escolherem interferir. Por vezes não são as missões mais glamorosas ou dignas de lendas, mas a verdade é que um freelancer pode sempre precisar dos bits (moeda), experiência ou itens específicos para continuar o seu grande propósito.

Ao longo da história, vai-se também conhecendo personagens que poderão pedir para se juntar à equipa. A tripulação pode ser composta por alguns membros de todos os feitios e com diferentes habilidades. Fora da nave, podemos levar dois companheiros à escolha para nos fazer companhia nas batalhas e até aconselhar nas nossas decisões. A sua ajuda no combate é quase essencial, quanto mais não seja para evitar que o fogo esteja concentrado só em nós. Dá até para activar ataques especiais que aparecem em mini cutscenes, e há alguma liberdade para escolher as armas que utilizam, o tipo e até a distância no combate.

Infelizmente, não são propriamente os IA mais inteligentes ou especializados, acabando por ficar down muitas vezes, e nem sequer se pode fazer revive. Ainda assim, é das poucas boas adições ao combate, já que o resto não difere muito de agachar, disparar, atacar com uma arma de corpo-a-corpo e pouco mais. Nem sequer há a possibilidade de fazer cover algures, o que é uma pena e torna esta faceta da jogabilidade pouco desenvolvida.

São sem dúvida os elementos RPG, de upgrades, de diálogo e personalidade que tornam “The Outer Worlds” um título que vale a pena jogar, com apenas algumas hipóteses de escolha do material que utilizamos, mas várias formas de completar missões e maneiras engraçadas de definir o nosso protagonista, que pode ser o freelancer e colono mais simpático da galáxia, como a pessoa mais arrogante ou desinteressada. Felizmente, o sarcasmo não escolhe lados.

TRAILER | O MUNDO BIZARRO DE “THE OUTER WORLDS”

É realmente um jogo incrível e muito completo para se desfrutar, com um bom humor à mistura. Embora não seja a jogabilidade mais diversificada no combate, tem dos diálogos mais variados e diferentes rotas para atingir os mesmos ou diferentes fins.

Na Nintendo Switch, é uma oportunidade de jogar um título muito bom da Obsidian Entertainment, mas na possibilidade de jogar noutra plataforma, sem dúvida que não é a opção que mais justiça faz a esta obra.

O jogo está disponível na Nintendo Switch, Xbox One, PlayStation 4 e no PC, nas plataformas do Steam, Epic Games e Microsoft Store. Está também incluído de forma permanente no catálogo do Xbox Game Pass na Xbox One e PC.

Qual o lado que tomarás nesta narrativa?

The Outer Worlds (Switch), em análise
The Outer Worlds

Game title: The Outer Worlds

Game description: À deriva numa nave de colonos enviada para o canto mais longínquo da galáxia, acordas décadas mais tarde só para descobrires uma conspiração profunda que ameaça destruir a colónia Halcyon.

  • Jogabilidade - 90
  • Gráficos - 45
  • Som - 80
  • Enredo - 90
76

CONCLUSÃO

O MELHOR: É realmente um jogo fantástico, cheio de opções para todo o tipo de personalidades e modos de combate, com diferentes mundos para explorar e muita história para descobrir.

O PIOR: A Nintendo Switch não faz justiça ao aspecto visual do jogo.

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