The Walking Dead 3 – Análise

Título Original: The Walking Dead Produtor: AMC Elenco: Andrew Lincoln, Laurie Holden, Steven Yeun, Melissa McBride, Chandler Riggs, Norman Reedus, Lauren Cohan, Danai Gurira, Michael Rooker, David Morrisey 2013| EUA | FOX HD| Drama, Terror | Quarta-Feira| 22:20 Classificação: [starreviewmulti id=7 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

O fenomenal que “The Walking Dead” consegue fazer é criar um verdadeiro clima dramático em redor de uma situação que sempre foi abordada de uma perspetiva mais superficial. O verdadeiro horror que seria o chamado “apocalipse zombie” sempre foi retratado em cinema através de sucessivas tentativas de fuga e inevitáveis mortes, com um ou outro momento mais dramático, mas nunca um projecto com este nível de ambição foi apresentado ao mundo antes de Robert Kirkman ter idealizado a sua coleção de livros de banda desenhada, que posteriormente foi adaptada para televisão por Frank Darabont através da AMC. Assim nasceu o fenómeno que hoje é “The Walking Dead”.

No retomar desta terceira temporada, a audiência está na expectativa de saber se irá haver uma retaliação por parte do Governador (David Morrissey) após a invasão de Woodbury por Rick (Andrew Lincoln) e alguns dos membros do seu grupo, na tentativa de salvar Maggie (Lauren Cohan) e Glenn (Steven Yeun).  Também foi deixado em suspense o destino dos irmãos Merle (Michael Rooker) e Daryl (Norman Reedus), que são obrigados a combater até à morte numa espécie de cenário que lembra as batalhas de gladiadores na Roma Antiga.

Uma questão que irá pairar no ar durante algum tempo, e que vai complicar a relação entre Maggie e Glenn, é a violação que esta poderá ter sofrido às mãos do Governador. Outro ponto central deste desenvolvimento da terceira temporada é o desvanecimento gradual da sanidade mental de Rick, cuja dor das perdas que sofreu desde que se viu envolvido neste novo mundo apocalíptico começa a ter manifestações psicológicas bastante sérias.

Outros problemas, tais como a sobrevivência de todo o grupo e a necessidade de um abrigo permanente, são novamente agravados com este frente-a-frente com o Governador e com a existência do bebé recém-nascido de Lori (Sarah Wayne Callies) e Rick, que é uma ameaça caso o grupo tenha que voltar para a estrada, em busca de outro sítio seguro que não a prisão.

“The Walking Dead” centra-se muito mais nos desafios do (cada vez mais) pequeno grupo de Rick do que na componente zombie, trazendo ao ecrã verdadeiros momentos de emoção, capaz de desafiar às lágrimas a audiência. É impossível não invocar a dramática morte de Lori, antes do retomar desta terceira temporada. Apesar desta ter sido uma das personagens mais odiadas pelos fãs, por diversos motivos, poucos foram os que ficaram satisfeitos quanto esta finalmente conheceu o seu fim, tal foi a brutalidade com que Lori morreu.

Há que ser realçado o quanto estes atores têm talento, dando completa vida a estas personagens inesquecíveis, e valorizando ainda mais este enredo de mestre. Para Norman Reedus e Michael Rooker, a tarefa ainda é mais complicada, uma vez que Daryl e Merle Dixon não existem nos livros de banda desenhada que deram origem a “The Walking Dead”. É realmente surpreendente como, sem esse guia de relativa importância, estes actores conseguem criar personagens tão marcantes, com uma personalidade tão vincada, que chegam a ter ainda mais fãs do que as que, de facto, existem na obra original.

“The Walking Dead” é, sem a menor dúvida, uma obra prima de survival horror, que evidencia de forma crua e realista a natureza humana face a um dos maiores desastres apocalípticos que o mundo poderia sofrer.

Classificação: 9/10

SL