The Watchers on the Wall: O Escudo que Protege os Reinos dos Homens

 

Após o brutal desfecho de “The Mountain and The Viper”, o 9º episódio da 4ª temporada de “Game of Thrones” teve de longe os melhores momentos de batalha da série até agora, fazendo-nos reflectir sobre a “verdadeira guerra” para lá dos jogos de poder de King’s Landing.

Além dos mamutes e gigantes (e das metáforas políticas latentes), não foi descurado o ponto de vista pessoal dos personagens (mesmo daqueles frequentemente marginalizados): Maester Aemon (Peter Vaughan) recordou o amor da sua juventude, Sam (John Bradley) teve direito ao seu primeiro beijo onscreen e provou o seu heroísmo no campo de batalha e Pip (Josef Altin) teve a cena de morte mais triste do que qualquer personagem secundário antes dele. E, claro, o emocionante adeus a Ygritte (Rose Leslie) foi um dos pontos altos do episódio.

O confronto ente a irmandade da Night Watch e os Wildlings vinha sendo antecipado há semanas e, com ele, a tensão crescente em torno do confronto mais pessoal entre os ex-amantes Jon Snow e Ygritte, mas antes de qualquer um poder decidir como proceder, uma seta atingiu-a letalmente no peito. Pelo menos houve tempo para um último “You know nothing, Jon Snow”, enquanto ela morria nos seus braços…

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Mas o que tornou “The Watchers on the Wall” tão poderoso foi o facto de colocar toda a série em perspetiva. Por detrás dos meandros da fantasia, “Game of Thrones” critica os nossos sistemas políticos disfuncionais demasiado ocupados com as maquinações do poder para prestarem atenção às questões que realmente interessam, quais Lannisters a tentar controlar o Trono de Ferro, enquanto o destino da humanidade está nas mãos dos proscritos e dos indesejáveis de Westeros.

“Winter is coming” é quase um alerta literal para a questão ambiental, recorrentemente ignorada/ colocada em segundo plano pelos nossos governantes, mas também pode ser interpretado como uma metáfora para o período de incerteza social e económico, sentido a nível mundial. Paralelamente, toda a premissa em torno dos Wildlings funciona como uma crítica radical à sociedade de Westeros – desde os direitos de propriedade às questões de género – e como espelho de um “choque de culturas”.

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Há uma série de indícios de que, se a humanidade quiser sobreviver ao inverno de Martin, terá de encontrar uma base política para a cooperação de modo a fazer frente a uma ameaça comum: a democracia dos Wildlings, a (corrompida) lei e honra de Westeros, o espírito comercial pragmático das Free Cities e o emergente império da emancipação de Daenerys terão de chegar a um consenso e tornar-se “algo mais” do que qualquer um destes sistemas isolados, já que – ao contrário do universo de Tolkien – as questões políticas levantadas por Martin dificilmente poderiam ser resolvidas com recurso a um “rei herói”.

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