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Transformers: O Início | À conversa com o realizador sobre as origens de Optimus Prime e Megatron

Após mais de 40 anos, o novo filme da Paramount Pictures, “Transformers: O Início”, leva-nos de volta às origens, e a equipa responsável pelo filme revela os detalhes do retorno a Cybertron.

“Transformers” é uma das sagas mais longas e brilhantes da história do entretenimento, contando com mais de 40 anos de histórias, tendo tocado diversas gerações ao longo das décadas, e preenchido o imaginário de pequenos e graúdos ao longo das suas vidas. Os Autobots e Decepticons fazem parte do dia a dia de muitas pessoas, tendo gerado diversas personagens memoráveis e história inigualáveis.

No próximo dia 19 de setembro, chega ao grande ecrã mais uma grande aventura desta comunidade de robots, com uma história que promete dar a conhecer os primeiros passos tomados por Optimus Prime e Megatron em Cybertron, antes da sua chegada ao planeta Terra e antes de se tornaram inimigos mortais.

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“Transformers: O Início” chega ao ecrã pela mão do realizador Josh Cooley, cineasta vencedor de um Óscar por “Toy Story 4“, e pelo produtor Lorenzo di Bonaventura, responsável por trazer até aos nossos ecrãs todos os filmes da saga, desde “Transformers” (2007) a “Transformers: O Despertar das Feras” (2023). Numa entrevista com o produtor, di Bonaventura revelou que os planos para este novo filmes surgiram pela primeira vez há mais de 20 anos, “Quando comecei a aprender sobre a saga, em 2004, esta história sobressaiu imediatamente. É uma história tão natural e a verdade é que uma história natural é uma coisa muito difícil de encontrar”, diz di Bonaventura.

“Depois fizemos ‘Bumblebee‘ [em 2018], isso abriu a porta para que todos nós disséssemos: ‘Sabem que mais, um tipo diferente de filme vai funcionar’. Foi aí que ‘Transformers: O Início’ começou a ganhar muita força”, revela o produtor.

A irmandade bíblica

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Segundo a sinopse oficial, “Transformers: O Início” começa numa inexplorada era de paz em Cybertron, num período em que toda a população do planeta se encontra unida numa missão comum, encontrar a Matrix of Leadership, permitindo trazer equilíbrio ao planeta. Para tal, seguimos a história de Orion Pax (Chris Hemsworth) e D-16 (Brian Tyree Henry), dois robots pré-transformação que, com a ajuda de amigos próximos, irão explorar a cidade de Iacon, controlada por Sentinel Prime (Jon Hamm), em busca do Energon.

Sobre as novas personagens, Gabriel Ferrari, o guionista de “Transformers: O Início” refere que “Orion Pax é caridoso até à exaustão e vê o melhor em toda a gente”. Já o co-argumentista Eric Pearson, refere que: “D-16 é um seguidor de regras e, em muitos aspectos, é o tipo mais inocente e bom no início do filme. Ele aceita o que as pessoas lhe estão a dizer”. Por sua vez, Cooley tem a dizer que “Estas personagens são gigantes; são seres mitológicos. Este [guião] parecia querer ser épico. Pensei: ‘Qual é a maior história sobre o bem contra o mal entre irmãos? É Caim e Abel, certo? Eu queria captar isso'”, continuou. “‘Ben-Hur’, ‘Spartacus’, ‘Os Dez Mandamentos’ e ‘Lawrence da Arábia‘, esses filmes épicos que são também sobre uma relação pessoal. Foram grandes inspirações”.

Sonhos de Criança

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A realização de um filme de “Transformers” é um sonho de longa data para Josh Cooley, tal como o cineasta revelou: “Todos os sábados da minha infância, pegava numa grande tigela de Cap’n Crunch e sentava-me em frente à televisão de manhã até à hora do almoço, a ver desenhos animados”, ri-se Cooley. “Fiquei fascinado com Transformers. Tinha os brinquedos todos. E quis seguir [uma carreira em] animação por causa disso. O meu amor pela animação vem desses desenhos animados”.

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Cooley iniciou a sua carreira no mundo do entretenimento como artista de storyboards em “The Incredibles – Os Super Heróis”, da Pixar Animation Studios, passando mais de uma década no estúdio, crescendo como artista, passando a guionista e ator, até alcançar o estrelato em 2020 ao conquistar o prémio de Melhor Filme de Animação com “Toy Story 4”, filme estreado em 2019, que produziu em parceria com Mark Nielsen e Jonas Rivera.

Foi esta premiada sequela, que levou di Bonaventura a consideralo para a realização de “Transformers: O Início”. “Quando vi ‘Toy Story 4’, achei-o fabuloso”, diz di Bonaventura. “Depois, quando me encontrei com o Josh, ele identificou o elemento exato que eu estava a identificar nesta história, que é a ideia da perda da amizade entre Orion Pax e D-16”.

O humor eterno de Transformers

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As duas últimas décadas, introduziram uma perspectiva distinta à saga, deixando de lado tom sombrio do filme animado de 1986 e trazendo algo mais divertido e cómico a estas personagens, muito devido aos filmes realizados por Michael Bay. Quando se faz um mergulho profundo nos Transformers – no Michael Bay ‘Bayhem’ e até mesmo na antiga geração 1 – apercebemo-nos que esta saga sempre teve muita piada”, refere Gabriel Ferrari.

“A minha filosofia com a criação de filmes sempre foi que o público aceita os momentos difíceis, desde se lhes dermos algum alívio. Então um filme sombrio torna-se um filme complexo” revela Lorenzo di Bonaventura. “O humor é a melhor maneira de fazer alguém se apaixone por eles”, constata Eric Pearson. Vê-se que eles se apoiam uns aos outros e são engraçados e divertidos”, diz Pearson. “É por isso que vais ficar de coração partido quando eles estiverem a tentar matar um ao outro. A comédia é o drama”.

Por sua vez Cooley vê diversão e humor em todo o aspeto de “Transformers”. “Estávamos sempre à procura de formas divertidas de animar estas sequências”, disse Cooley. “Eu estava a falar com um animador e ficava mesmo a pensar nisso. Pensámos, ‘E se ela agarrasse aquele tipo e virasse a sua parte inferior para trás e usasse as suas asas para esmagar dois outros gajos?!’ Parecia que estávamos a pegar nos nossos brinquedos e a esmagá-los juntos!

A força do elenco também contribui para o humor, como revela Pearson: “A Scarlett [Johansson] consegue pegar numa frase que não era para ser engraçada e torná-la engraçada. E o Chris consegue tornar engraçado algo engraçado que não seria engraçado saindo da boca de qualquer outra pessoa”.

A estética do futuro

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Com uma origem modesta em brinquedos da Hasbro, a saga “Transformers” sempre foi vista como algo destinado a entreter as crianças, permitindo-lhes criar as suas próprias realidades e visões do mundo. Este é um aspecto inspiracional para a equipa de criadores, que vê um futuro fértil para a saga, recheado de novos criativos formados na companhia destas figuras eternas, e que proporcionam muita diversão. Esta visão do futuro surge devido a este presente estabelecido, em que a equipa de “Transformers: O Início” se vê inspirada não só pela linha de brinquedos, mas também pelo clássico “The Transformers: The Movie”, de 1986.

“A estética deste filme foi definitivamente influenciada pelos incríveis desenhos de Floro Dery para a banda desenhada dos anos 80 e o filme de 1986” diz Cooley. “Modernizámos os desenhos originais das personagens G1 e demos-lhes mais pormenores”. Porém, nem só as personagens seguiram esta estratégia: “A maior parte das vezes, quando se vê Cybertron [em histórias anteriores de ‘Transformers’], o planeta é bastante cinzento ou a morrer ou a desfazer-se”, revela Cooley. “Então como é que era quando era fantástico? Foi divertido pensar, ‘Ok, este planeta é feito inteiramente de metal, então como é que o tornamos bonito?'”.

Para criar este mundo animado, o realizador colaborou com os artistas da ILM (Industrial Light & Magic), que são responsável por dar vida aos robots nos filmes em imagem real. “Foi uma honra”, afirma Cooley. “Os seus animadores são todos incrivelmente talentosos e são todos super-fãs de ‘Transformers'”. O resultado final deve-se a uma grande colaboração entre equipas, com diversas inspirações: “Inspirámo-nos em J.C. Leyendecker, o pintor e ilustrador”, constata Cooley. “Os seus quadros parecem quase esculturas vivas. Têm tanto peso. São humanos, mas parecem perfeitamente esculpidos, quase como uma máquina. Eu queria isso para as nossas personagens, que tivessem a fisicalidade dos robots mas ainda assim tivessem humanidade”.

Transformers adaptados

No dia 10 de junho de 2024, uma pequena audiência teve a oportunidade única de assistir ao filme no Annecy International Animation Film Festival, um dos maiores festivais de cinema de animação do mundo, que anualmente realiza uma celebração da arte, mas também dos seus criativos. Josh Cooley demonstrou-se hesitante com a ideia de mostrar a sua longa-metragem, na altura ainda inacabada, a uma audiência numerosa pela primeira vez. “Sinceramente, acho que ainda estou a recuperar”, ri-se. “Foi a reação com que sonhei. Houve momentos-chave neste filme em que eu esperava que o público, fossem eles fãs ou não, se levantasse e aplaudisse. E foi exatamente isso que aconteceu. Aconteceu. Como realizador, não posso pedir mais nada. É isso que se quer, que o nosso trabalho afete as pessoas. É a magia do cinema. É poderoso”.

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Já para di Bonaventura, apesar da sua longa carreira, a antecipação também foi de causar nervos: “Foi inacreditável”, diz ele. “Nunca tive uma exibição como esta, exceto talvez em ‘The Matrix’. Essa foi a única outra vez que tive esse tipo de experiência. As pessoas gritaram durante o filme”. Lorenzo di Bonaventura continuou, dizendo que “A ovação de pé prolongou-se de forma desconfortável. Começamos a sentir-nos embaraçados, auto-conscientes! Nunca me tinha acontecido isso. Isso mostrava a emoção que o filme tinha provocado”.

“Transformers: O Início” chega aos cinemas nacionais já esta semana, dia 19 de setembro? Vais estar presente na estreia?



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