De TIFF ao Óscar: os 21 filmes que chegaram, viram e venceram!

De TIFF ao Óscar: os 21 filmes que chegaram, viram e venceram!

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Mais de metade dos grandes vencedores do TIFF (Toronto International Film Festival) vieram a tornar-se vencedores de Óscar.

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Na sua orgulhosa 40ª edição, o Toronto International Film Festival – ou TIFF para os amigos – apresenta um cartaz digno de nos fazer roer as unhas da mais pura ansiedade. Desde a oportunidade de revisitar o terror de Halloween, às estreias dos atores-tornados-realizadores Paul Dano (Wildlife) e Bradley Cooper (A Star is Born), sem nunca esquecer os favoritos que já o eram, como First Man (de Damien “La La” Chazelle) e Beautiful Boy, protagonizado pelo puto do momento – Timothée Chalamet.

Ainda sob o calor desta edição de 2018 que teve a sua epopeica conclusão no passado domingo e coroando, com alguma surpresa mas bastante entusiasmo, a comédia dramática de época Green Book (com Viggo Mortensen, Mahershala Ali e Linda Cardellini),  propomos um exercício de memória pelos 40 anos do TIFF para encontrar os 21 vencedores do seu mais cobiçado prémio – People’s Choice Award – e que vieram depois a arrecadar um Óscar da Academia. Indo mais além, nos últimos dez anos, nove dos vencedores vieram mesmo a vencer (pelo menos) uma estatueta dourada da Academia. Por isso, e antecipando o possível cenário feliz do vencedor deste ano, do TIFF ao Óscar, aqui vamos nós!

 

Best Boy (1979)

O grande vencedor da segunda edição do TIFF em 1979 foi o comovente documentário biográfico de Ira Wohl que acompanhou durante três anos o dia-a-dia do primo Philly Wohl, um sexagenário com deficiência mental. Recorrentemente creditado como um dos filmes mais importantes na mudança de mentalidade e perceção social sobre a deficiência mental e usado em diversos eventos e experiências didáticas e psicológicas, Best Boy viria mesmo a receber o Óscar de Melhor Documentário no seu ano.




Momentos de Glória (1981)

Como o seu maior legado ficará para sempre a banda-sonora de todas as corridas gloriosas em slow-motion das nossas vidas, mas Momentos de Glória – ou Chariots of Fire como é mais conhecido – também teve, no seu tempo, os seus grandes… momentos de glória. Baseado na inspiradora história verídica de Harold Abrahams e Eric Liddell – um judeu e um cristão devoto – e da equipa que levou a Inglaterra a uma das suas maiores vitórias no desporto, Momentos de Glória não só arrecadou o prémio máximo no TIFF em 1981, como ainda levou para casa quatro Óscares da Academia, incluindo o de Melhor Filme e Melhor Argumento Original.




Um Lugar no Coração (1984)

Apesar de não ter arrecadado um dos principais Óscares de Melhor Filme ou Realização, o drama que levou Sally Field ao segundo Óscar na carreira acabou por levar para casa duas estatuetas douradas – além da da atriz, também a de Melhor Argumento Original. O enredo versa sobre uma viúva que, nos anos 30, luta contra todas as adversidades para criar os filhos e tratar da sua fazenda de algodão no Texas, que está prestes a ser tomada por um banco.




La historia oficial (1985)

Depois do final da Guerra Suja na Argentina, uma professora procura a verdadeira origem da sua filha adotiva em La Historia Oficial, o drama que venceu o People’s Choice Award no TIFF e triunfou nos Óscares da Academia, vencendo na categoria de Melhor Filme Estrangeiro (Argentina) e sendo ainda nomeado na categoria de Melhor Argumento Original.




Cyrano de Bergerac (1990)

O cruzamento seguinte entre a glória de TIFF e dos Óscares teve de esperar cinco anos, pela chegada de Cyrano de Bergerac em 1990, a comédia dramática e histórica sobre o sentimental poeta e soldado Cyrano, perdidamente apaixonado pela bela Roxanne, mas que tem vergonha de perseguir a sua grande paixão por causa do seu enorme nariz. O filme de Jean-Paul Rappeneau e protagonizado por Gérard Depardieu acabaria mesmo por vencer o Óscar de Melhor Guarda-Roupa, sendo nomeado em mais quatro categorias, incluindo a de Melhor Filme Estrangeiro.




O Rei Pescador (1991)

Terry Guilliam juntou Jeff Bridges e Robin Williams na comédia fantástica que fez delirar o TIFF em 1991. No enredo, Parry, um professor de história sem-abrigo, vive num reino de fantasia povoado de castelos, cavaleiros e damas em apuros. Jack, um dos DJ’s de rádio mais aclamados de Nova Iorque, cai em desgraça após provocar uma tragédia devido à sua arrogância. Sem dinheiro ou perspectivas de futuro, Jack acaba por ser salvo pela pessoa mais improvável…Parry. Em contrapartida, Jack vai ajudar Parry na sua busca pelo Santo Graal e na conquista de Lídia, a sua paixão. O Rei Pescador venceu o Óscar de Melhor Atriz Secundária (Mercedes Ruehl) e foi nomeado em mais quatro categorias, incluindo a de Melhor Argumento Original




Antonia (1995)

Diretamente da Holanda para o grande prémio do TIFF e, de seguida, para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro: Antonia conta-nos, em diversos flashbacks, a história de uma matriarca holandesa que volta à cidade natal com a filha depois da Segunda Guerra Mundial e que, ao longo de 50 anos, constrói uma vida de força, beleza e generosidade ao lado da sua família pouco tradicional.




Simplesmente Genial (1996)

Simplesmente Genial é o filme que nos deixa dormir noites tranquilas porque sabemos que o talento do grandioso Geoffrey Rush foi, um dia, reconhecido pela Academia. O vencedor do TIFF de 1996 conta-nos a história verídica do prodígio David Helfgott, levado ao desequilíbrio mental pela rejeição do pai e a pressão para que seus concertos fossem perfeitos, e de como conseguiu voltar a mostrar o seu talento ao mundo graças ao Amor. Vencedor do Óscar de Melhor Ator Principal (Geoffrey Rush) e nomeado em mais seis categorias, incluindo a de Melhor Filme, Realizador e Argumento Original.




A Vida É Bela (1997)

 

Este quase dispensa apresentações, até porque se falarmos demasiado… a voz começa a tremer e as lágrimas a cair. Ambientado à amarga realidade da Segunda Guerra Mundial, A Vida é Bela constrói uma belíssima fábula de amor e fantasia que conta a história de um homem que usa sua imaginação para salvar aqueles que mais ama do sofrimento do terror nazi. Vencedor de três Óscares, incluindo o de Melhor Ator Princpal (Roberto Benigni) e Melhor Filme Estrangeiro e nomeado em mais quatro categorias, incluindo Melhor Filme, Realizador e Argumento Original.




Beleza Americana (1999)

Belos tempos esses, em que podíamos babar os talentos de Kevin Spacey sem que isso nos desse a volta ao estômago ou à cabeça. Para sempre ficará, no entanto, o seu legado cinematográfico, e com Sam Mendes fez-se magia.  Com uma sátira cortante e uma alegoria titânica que abraça diversas metáforas, Beleza Americana desenvolve a história de Lester Burnham, um pai de família em plena crise, que se vê confrontado com um casamento que sobrevive apenas para criar a filha Jane, que parece odiá-lo, e a mulher Carolyn que só pensa no seu próprio trabalho. Ao conhecer Angela, uma colega da filha, Lester fica imediatamente atraído pela rapariga e inspirado por esta nova “musa” decide romper com a vida que levava até então. Esta pérola do cinema contemporâneo, mesmo a fechar o milénio, venceu cinco Óscares, incluindo Melhor Filme, Realizador e Argumento Original, e foi nomeado em mais três categorias.




O Tigre E o Dragão (2000)

Costuma dizer-se que “quando o burro fala, os outros baixam as orelhas”, mas neste caso, quando Ang Lee lança um filme, nós pasmamos em admiração. Na dinastia chinesa Qing do século 19, um guerreiro entrega a sua espada à amante para que a leve a um lugar seguro, mas a arma é roubada, e assim começa uma grande perseguição para encontrá-la de novo. O inebriante O Tigre e o Dragão foi um dos grandes temas cinematográficos do início do novo milénio e com muita razão: venceu quatro Óscares, incluindo o de Melhor Filme Estrangeiro, e foi nomeado em mais seis categorias, incluindo de Melhor Filme, Realizador e Argumento Adaptado.




Tsotsi (2005)

Em 2005, o grande vencedor do TIFF foi o sul-africano Tsotsi, um drama ambientado às violentas ruas  de Joanesburgo, onde a sobrevivência é o principal objectivo de Tsotsi, um jovem marginal de 19 anos, órfão, sem memória do seu passado, incluindo o seu próprio nome, que vive na absoluta miséria social e psicológica de um gueto. Um dia, sem qualquer compaixão, Tsotsi, dispara sobre uma mulher para lhe roubar o carro. Mais tarde, depois do pânico da fuga, descobre que no banco de trás está um bebé… Confrontado com a sua natureza brutal, “Tsotsi” começa a acreditar numa vida diferente e num mundo com esperança. O simples mas poderoso Tsotsi venceu, nesse ano, o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro.




Quem Quer Ser Bilionário? (2008)

Bollywood was calling, e Hollywood respondeu. A tomar de assalto o ano de 2008 surge-nos a explosão sensorial, deslumbrante e emocionalmente ressonante, de Danny Boyle. O vencedor da edição de 2008 do Tiff conta-nos a história de Jamal Malik, um órfão de 18 anos dos subúrbios de Bombaím, está apenas a uma pergunta de ganhar os espantosos vinte milhões de rupias da versão indiana do concurso “Quem quer ser Milionário”. Apanhado numa suspeita de fraude, ele confessa à polícia a incrível história da sua vida nas ruas e a da rapariga que amou mas que perdeu. Mas o que está a fazer um rapaz sem interesse em dinheiro num concurso televisivo? E como é que ele sabe todas as respostas? O filme sensação de 2008 foi o vencedor de oito Óscares da Academia, incluindo Melhor Filme, Realizador e Argumento adaptado e nomeado em mais duas categorias.




Precious (2009)

Há murros no estômago e murros no estômago. E depois… há Precious, baseado na história de Clareece “Precious” Jones, uma adolescente afro-americana de 16 anos, obesa, iletrada, mãe solteira e grávida do próprio pai, que vive em Harlem. Depois de abanar o mundo e de chegar à glória com o People’s Choice Award no Festival de Toronto, Precious venceu ainda dois Óscares, incluindo o de Melhor Argumento Adaptado, e foi nomeado em mais quatro categorias, incluindo de Melhor Filme e Realizador.




O Discurso do Rei (2010)

Há quem diga que é um dos Óscares de Melhor Filme mais sem-sal da era moderna, mas as valências de O Discurso do Rei permanecem inequívocas, mesmo com o passar dos anos – a performance estrondosa de Colin Firth, a competência técnica e a simplicidade de storytelling. O vencedor do TIFF em 2010 retrata a vida do Rei Jorge VI de Inglaterra e as dificuldades que enfrentou para contrariar a gaguez que o impedia de falar à nação. Realizado por Tom Hooper, O Discurso do Rei venceu quatro Óscares, incluindo o de Melhor Filme, Realizador e Argumento Original e foi nomeado em mais oito categorias.




Guia para um Final Feliz (2012)

Aquela comédia romântica (e dramática) que nos relembrou que as comédias românticas (e dramáticas) podem, afinal, ser Cinema a sério. Guia para um Final Feliz esteve na boca do mundo e do TIFF em 2012. No enredo, depois de uma fase difícil de sua vida, Pat Solitano Jr. está disposto a seguir em frente e reconquistar sua ex-mulher. Através de amigos, ele conhece Tiffany, que lhe promete ajuda na tarefa da reconquista, mas a certa altura, uma inesperada ligação começa a uni-los. Vencedor do Óscar de Melhor Atriz Secundária (Jennifer Lawrence) e nomeado em mais sete categorias, incluindo Melhor Filme, Realizador e Argumento Adaptado.




12 Anos Escravo (2013)

Steve McQueen está muito perto de ser o rei do cinema (mainstream) do desconforto. Depois dos ásperos mas pungentes Fome (2008) e Vergonha (2011), McQueen ataca a jugular do livro de História da América, com um olhar brutal sobre a escravidão numa plantação no Louisiana. Baseado na poderosa história verídica de Solomon Northup, 12 Anos Escravo venceu em TIFF e na Academia, levando para casa três Óscares incluindo Melhor Filme e Argumento Adaptado e tendo sido nomeado em mais seis categorias.




O Jogo da Imitação (2014)

Durante o inverno de 1952, as autoridades britânicas entraram na casa do matemático, criptoanalista e herói de guerra Alan Turing para investigar um assalto. Em vez disso, prenderam Turing por atentado ao pudor, uma acusação que levaria à sua devastadora sentença pela ofensa criminal de homossexualidade – mal sabiam as autoridades que estavam a incriminar o pioneiro da computação moderna. Na liderança de um grupo de académicos, linguistas, campeões de xadrez e analistas, Turing foi reconhecido por quebrar o até aí indecifrável código da Enigma, a máquina utilizada pelos alemães na 2ª Guerra Mundial. A apaixonante biografia orquestrada por Morten Tyldum venceu, no seu ano, o prémio máximo em TIFF e também o Óscar de Melhor Argumento Adaptado, sendo nomeado em mais sete categorias incluindo Melhor Filme e Realizador.




Quarto (2015)

Liderado por performances inacreditáveis de Brie Larson e do jovem Jacob Tremblay, Quarto traz-nos a história de Jack, uma criança de cinco anos que vive com a sua mãe, que sempre o manteve feliz e seguro, alimentando-o, dando-lhe calor e amor, contando-lhe histórias e brincando com ele. Uma vida normal em quase todos os aspetos, menos um: ambos sempre viveram confinados dentro de um quarto, sem qualquer janela para o mundo exterior. Esta é a história desse momento de passagem para um perigoso admirável mundo novo. Quarto é uma adaptação profundamente comovente e rara em Hollywood, e talvez por isso tenha ganho tantos corações no TIFF e, eventualmente, nos Óscares, onde arrecadou a estatueta dourada na categoria de Melhor Atriz Principal (Brie Larson) e foi nomeado em mais três categorias – Melhor Filme, Realizador e Argumento Adaptado.




La La Land: Melodia de Amor (2016)

E eis que chegamos à história de amor e conflitualidades numa relação entre dois aspirantes a fazer carreira artística em Los Angeles que fez com que meio mundo se voltasse a apaixonar pelo Musical. La La Land, o grande vencedor de TIFF em 2016 sofreu um grande percalço nos Óscares, com o anúncio equivocado da categoria máxima dos prémios da Academia, mas não foi para casa de mãos vazias, arrecadando umas bastante simpáticas seis estatuetas, incluindo de Melhor Realizador e Melhor Atriz (Emma Stone), tendo sido nomeado em mais oito categorias incluindo Melhor Filme e Argumento Original.




Três Cartazes à Beira da Estrada (2017)

Depois de Em Bruges e Sete Psicopatas, Martin McDonagh chega finalmente ao reconhecimento com Três Cartazes à Beira da Estrada, uma brilhante comédia negra e dramática a fazer lembrar o melhor dos irmãos Coen sobre uma mulher inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha. Depois de vencer o People’s Choice no TIFF, Trêz Cartazes não conseguiu bater a “eficácia romântica” de A Forma da Água nas principais categorias dos Óscares, mas não deixou fugir as estatuetas de Melhor Atriz (Frances McDormand) e Melhor Ator Secundário (Sam Rockwell), sendo ainda nomeado em mais cinco categorias incluindo Melhor Filme e Melhor Argumento Original.




Porque nem só de grandes vencedores se faz a história, 8 dos grandes vencedores do TIFF People’s Choice Award vieram mesmo a ser nomeado para um ou mais Óscares, mesmo que, no final de contas, não tenham levado nenhum para casa. Fica a conhecê-los!

O Fabuloso Destino de Amélie (2001)

 

Os Amigos de Alex (1983)

Nomeado para três Óscares, incluindo de Melhor Filme e Argumento Original.

 

O Declínio do Império Americano (1986)

Nomeado ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro

 

A Princesa Prometida (1987)

Nomeado ao Óscar de Melhor Canção Original, com “Storybook Love”

 

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988)

Nomeado ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (Espanha)

 

O Fabuloso Destino de Amélie (2001)

Nomeado para cinco Óscares, incluindo de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Argumento Original

 

A Domadora de Baleias (2002)

Nomeado para o Óscar de Melhor Atriz Principal

 

Hotel Ruanda (2004)

Nomeado para três Óscares, incluindo o de Melhor Argumento Original

 

Promessas Perigosas (2007)

Nomeado para o Óscar de Melhor Ator Principal (Viggo Mortensen)

 

 

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Quem pensas que será o grande vencedor do TIFF 2018? Será que irá arrecadar algum Óscar?

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