Berlinale 66 (dia 1): Salvé, César!

 

Os irmãos Ethan & Joel Coen, abriram novamente a Berlinale, fora da competição, agora com Salvé, César!, uma deliciosa comédia, sobre os anos mais coloridos (e negros) da história do cinema de Hollywood.

 

FICHA TÉCNICA

Título Original: Hail, Caesar!
Realizador: Ethan Coen e Joel Coen
Elenco: George Clooney, Josh Brolin, Scarlett Johansson
Género: Comédia, Mistério
NOS | 2016 | 106 min[starreviewmulti id=18 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’] 

 

Depois de Um Homem Sério, (2009) e A Propósito de Llewyn Davis, (2013), filmes de temática existencialista, mas com um toque de humor corrosivo, os Imãos Coen regressaram a Berlim com uma comédia desbragada a fazer lembrar Balbúrdia no Oeste de Mel Brooks, (1974).

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No entanto, dupla de realizadores, mesmo já tendo ganho quatro Óscares, nunca quiseram realmente ser uma espécie de realizadores do sistema. Desde Barton Fink (1991), que os Coen sempre tiveram uma certa tendência para se divertirem à custa de Hollywood. Este seu novo filme Salvé, César!, volta a ser um olhar impiedoso (e terno ao mesmo tempo) sobre os bastidores da cinema, e da cidade dos sonhos. Mesmo assim Salvé, César! é um delicioso tributo aos anos dourados de Hollywood dos anos 50 e uma brilhante e divertida crónica sobre o sistema de produção de estúdio: da era das estrelas mimadas, (que só apetece dar uns estalos!) dos musicais, das comédias românticas, dos melodramas pungentes e dos westerns de rodeos, todos carregados pelas cores fortes do technicolor e dos formatos para grandes audiências; mas também dos anos negros do ‘macartismo’, do anticomunismo primário e das listas negras que marcaram muitos actores, a indústria de Hollywood, a política e a sociedade americana da década de 50.

Channing Tatum
Channing Tatum, estrela de musicais.

‘Ave, César! é um delicioso tributo e uma brilhante e divertida crónica sobre o sistema de produção de estúdio’.

Eddie Mannix (Josh Brolin) é um executivo de estúdio, fervoroso católico, um homem capaz de resolver todos os tipos de problemas durante a loucura de várias rodagens ao mesmo tempo a funcionarem. Há momentos no entanto, que até mesmo o ‘cool’ Eddie chega ao limite de suas forças. Quando se prepara o fim das rodagens de um épico bíblico monumental, intitulado Salvé, César!, Baird  Whitlock, (George Clooney), a estrela principal é sequestrada. As filmagens param e não podem obviamente esperar, por que isso custa dinheiro. Enquanto isso, duas (gémeas) jornalistas (Tilda Swinton) andam atrás Mannix, à procura de notícias sensacionalistas. Mannix vai mantendo a calma, mas vai ter que tomar decisões muito difíceis para terminar Salvé, César! e todas as outras complicadas (e que lhe complicam) rodagens a decorrem no estúdio. 

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Salvé, César
George Clooney, a estrela’, de Ave, César!

‘George Clooney, volta agora a ser um parceiro privilegiado e fundamental em Salvé, César!’

George Clooney já trabalhou com os Irmãos Coen Irmão, Onde Estás? e Destruir Depois de Ler, volta agora a ser um parceiro privilegiado e fundamental em Salvé, César! Se Clooney é o cabeça de cartaz e foi centro das atenções na conferência de imprensa do filme em ‘Ave, César’ é de Josh Brolin no abrutalho, mas decidido Mannix, que faz um brilhante interpretação. Isto num filme que é um fantástico festival de actores que se sujeitam a fazer pequenos, mas expressivos papeis como: Channing Tatum na vedeta de musicais (faz lembrar Um Dia em Nova Iorque), gay e comunista; Tilda Swinton, nas gémeas jornalistas de escândalos, Scarlett Johansson, na estrela mimada, Ralph Fiennes num espalhafatoso realizador, Frances McDormand na enigmática montadora e por último, uma descoberta Alden Ehrenreich no cowboy-actor transformado em actor de melodramas.

JVM

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