LEFFEST’15 | Trois souvenirs de ma jeunesse, Mini-Crítica

 

Trois souvenirs de ma jeunesse, a mais recente obra de Arnaud Desplechin, é uma nostálgica e luminosa memória de uma juventude passada.

 

trois soivenirs de ma jeunesse leffest Título Original: Trois souvenirs de ma jeunesse
Realizador: Arnaud Desplechin
Elenco: Quentin Dolmaire, Lou Roy-Lecollinet, Mathieu Amalric
Género: Drama
Leopardo Filmes | 2015 | 123 min[starreviewmulti id=18 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

 

 

Em Trois souvenirs de ma jeunesse, Desplechin regressa a uma narrativa em volta de Paul Dédalus, uma personagem originada no seu filme de 1996, Comment je me suis disputé… (ma vie sexuelle). Paul é um antropólogo de regresso a França no início deste filme, acabando por ser interrogado devido a um problema com o seu passaporte. Dessa interrogação, Desplechin parte para uma viagem pelas memórias de infância e juventude do seu protagonista, sendo que a maioria do filme se foca na relação de Paul com Esther, uma caprichosa jovem com quem o protagonista estabeleceu uma relação que dura vários anos durante a sua juventude.

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Esther também teve a sua origem no filme de 1996, mas aqui toda a sua existência é filtrada através da apaixonante nostalgia conjurada por Desplechin. A atriz Lou Roy-Lecollinet é como que transmutada numa jovem Brigitte Bardot nas suas primeiras cenas como Esther, transpirando uma juventude apaixonante e sedutora que é maravilhosamente capturada pela câmara. Também o jovem Quentin Dolmaire brilha como a versão adolescente de Paul, sendo que os dois atores e a história de amor tempestuoso entre as duas personagens oferecem ao filme os seus mais gloriosos momentos.

trois souvenirs de ma jeunesse LEFFEST

Tal como é comum nos filmes de Desplechin, Trois Souvenirs de ma jeunesse tem aspetos que lembram um romance literário, apesar do seu argumento ser original. Tais características literárias são tão benéficas como malignas para o desenvolver do filme, aprisionando a obra numa estrutura problemática e ao mesmo tempo conferindo aos últimos capítulos de Trois Souvenirs de ma jeunesse a melancolia proveniente de um intelectual a tentar racionalizar as paixões do seu passado.

Trois Souvenirs de ma jeunesse integra a competição do LEFFEST’15, sendo que apenas na cerimónia de encerramento a decorrer dia 15 de novembro no CCB, é que se saberá se o júri desta secção se deixou seduzir pelo romantismo nostálgico, apaixonante banda-sonora e interpretações luminosas que caracterizam este recente trabalho de Arnaud Desplechin.

Para saberes mais sobre as várias secções desta edição do Lisbon & Estoril Film Festival, consulta o LEFFEST’15 | Programa completo.

trois souvenirs de ma jeunesse LEFFEST

 

O PIOR – Apesar de ser uma presença usual na filmografia de Desplechin, Mathieu Amalric e toda a sua porção da narrativa parecem apenas distrair dos prazeres e sofrimentos do passado, conseguindo, no entanto, justificar a sua existência no filme aquando do seu epílogo.

O MELHOR – A paixão e juventude da história de amor central, que nunca nega a imaturidade e arrogância das suas personagens mas que também não é por isso menos magnífica no seu romantismo.

 

CA

 

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