Peter Lorre em “M!"

10 filmes a não perder na Cinemateca Portuguesa em março

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Eis a nossa recomendação, dos grandes filmes que serão exibidos na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no terceiro mês de 2018. 

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“O Homem Que Sabia Demasiado” + “O Homem Que Sabia Demais”, 3-1-15H30

Cinemateca Portuguesa
Doris Day e James Stewart em “The Man Who Knew Too Much” (1956)

Durante todo o mês de março, a Cinemateca Portuguesa propõe, ao sábado na habitual rubrica “Double Bill”, filmes originais e remakes dirigidos pelos mesmos realizadores. No primeiro sábado vale a pena descobrir as versões de “The Man Who Knew Too Much”, rodadas por Alfred Hitchcock. A primeira é de 1934, a segunda de 1956. Mas se os dois “The Man Who Knew Too Much” partem da mesma narrativa de base, são na realidade dois objetos muito diferentes e as suas qualidades intrínsecas fazem deles um caso paradigmático deste universo dos “auto-remakes”. A primeira versão é britânica. Na segunda versão, americana e a cores, o jovem casal de ingleses em férias na Suíça que se confronta com um misterioso assassinato que envolve os serviços secretos britânicos, dá lugar a novos protagonistas. Nela, um pacato casal de americanos vê-se envolvido numa história de espionagem aquando das suas férias em Marrocos, e é envolvido numa intriga política que visa o assassinato do primeiro-ministro de um país não identificado durante uma visita oficial a Londres.




“A Incrível Susana”, 6-3-15h30

Cinemateca Portuguesa
Ray Milland e Ginger Rogers em “A Incrível Susana”

Segundo filme de Billy Wilder (o primeiro foi “Mauvaise Graine”, realizado em França) e o primeiro que realizou nos Estados Unidos, “A Incrível Susana”, ou “The Major and the Minor” é uma comédia atrevidíssima que, nas barbas do Código Hays e das ligas de moral, mostra uma relação entre um homem maior de idade e uma adolescente, como a coisa mais normal deste mundo. Naturalmente, trata-se de uma adulta que se disfarça de criança para fugir de alguém e o homem nunca se dá conta disso… O título é um trocadilho entre o major (ele é oficial do exército), que é maior de idade e a menor (idem), que são felizes amantes, e também joga com as diferenças entre o tom maior e o tom menor em música, que aqui representam as oposições entre o eterno feminino e o eterno masculino, além da diferença de idade.



“True Crime”, 9-3-18h30

Cinemateca Portuguesa
Clint Eastwood e Mary McCormack em “True Crime” (1999)
Na véspera da execução de Isaiah Washington, um afrodescendente condenado por ter assassinado uma mulher grávida, a repórter que iria entrevistar o réu no dia da sua morte e também presenciar a execução, morre num acidente. Em seu lugar, é colocado outro jornalista, Steve, que logo desconfia que o condenado é inocente, mas tem poucas horas para suspender a execução. Steve luta contra o tempo tentando evitar que uma injustiça possa ser cometida.




“Setembro A Vida Inteira”, 14-3-21H30

Cinemateca Portuguesa
Making of do filme

Ana Sofia Fonseca é jornalista e em “Setembro A Vida Inteira” propõe um olhar documental sobre o mundo vinícola português. “Um país. 700 milhões de garrafas. Mais de 2000 anos de história. Todos os calendários, a sorte jogada em setembro. Homens, mulheres e crianças contam a vida pelas vindimas. Quantas histórias cabem numa garrafa? Numa altura em que o mundo começa a descobrir o vinho português, este documentário é o seu retrato pessoal. Dá voz ao vinho na primeira pessoa. Viaja pela intimidade das vinhas, das adegas e das almas, descobrindo paixões, crimes e aventuras. Um tema universal com a alquimia local. As gentes do vinho são passaporte para entender Portugal. Porque nada fermenta como uma boa história.” O filme tem estreia marcada este mês.




“Stellar” + “Dog Star Man”, 15-3-21h30

Cinemateca Portuguesa
“Dog Star Man”

“Dog Star Man”, um dos mais célebres filmes de Brakhage, é um trabalho lírico com fortes relações com a autobiografia, no qual o cineasta transforma velhos sistemas simbólicos, tecendo um “novo mito da criação para os tempos modernos”. Filmado na zona montanhosa do Colorado, onde viveu com a sua primeira mulher, Jane, e os filhos até meados dos anos oitenta, “Dog Star Man” é um épico composto por uma montagem densa e uma progressiva acumulação de imagens sobrepostas num número crescente de camadas ao longo das várias partes, a que se acrescenta a intervenção direta sobre a superfície do filme. Posteriormente, Brakhage realizaria uma versão alargada do filme com quatro horas e meia de duração a que sintomaticamente daria o título “The Art of Vision”(1965). A abrir a sessão, um trabalho de uma fase posterior que prolonga o universo do primeiro. “Stellar” é um extraordinário filme pintado à mão dominado por um azul profundo, cujos motivos adquirem uma impressiva fluidez, reenviando-nos para distantes constelações.




“Nasceu uma Estrela”,  19-1-19h

Cinemateca Portuguesa
Janet Gaynor e Fredric March em “Nasceu uma Estrela”

Esta obra-prima de William Wellman, que foi um dos primeiros filmes feitos em Technicolor tricrómico, costuma ficar na sombra da versão da mesma história, realizada por George Cukor em 1954, com Judy Garland. Na verdade, os filmes são tão diferentes quanto o cinema americano dos anos trinta o é do dos anos cinquenta. Trata-se da história de uma jovem que chega a Hollywood com o sonho de ser estrela, o que acaba por conseguir, graças à ajuda de um ator alcoólico, em declínio. A estrutura do filme é extremamente moderna, com uma narrativa circular e diversos elementos de “distanciação”, que nos lembram que estamos num filme, que tem um olhar ao mesmo tempo crítico e fascinado pelo sistema de Hollywood. Este ano chegará aos cinemas a mais recente versão desta história com Lady Gaga e Bradley Cooper.




“Matou”, 19-1-21h30

Cinemateca Portuguesa
Peter Lorre em “M!”

Nesta poderosa obra-prima, Fritz Lang, no seu primeiro filme sonoro, mais do que a descrição de um “caso autêntico” (o “vampiro” de Dusseldorf, um assassino de crianças), fez o retrato de uma Alemanha mergulhada na depressão económica e nas vésperas da chegada dos nazis ao poder. O filma assinala também uma importante viragem na obra de Lang, que abandona com ele, e por muito tempo, os argumentos “folhetinescos” que tinham estado na origem de tantas das suas obras-primas. Peter Lorre no papel da sua vida.




“Into The Abyss”, 22-3-21h30

Cinemateca Portuguesa
Michael Perry em “Into the Abyss”

Um dos melhores filmes de Werner Herzog do período recente. O “abismo” do título – que tem por subtítulo “Um Conto de Morte, Um Conto de Vida” – é tanto a “death row” de uma prisão americana, onde Herzog encontra um condenado à morte para várias sessões de conversa, como o próprio ato de matar – incluindo o ato “oficial” e judicialmente sancionado de executar um homem. Herzog mergulha nesse abismo de forma exemplar, levantando toda a sorte de questões éticas e metafísicas.




“A Sangue Frio”, 24-3-21h30

Cinemateca Portuguesa
In Cold Blood

Adaptação de Truman Capote, “In Cold Blood” segue os passos de dois jovens assassinos (Blake, Wilson), a violência dos seus crimes e as suas consequências. Um argumento excelente, filmado por Richard Brooks numa adaptação inspirada e a fabulosa fotografia a preto e branco de Conrad Hall. Primeira exibição na Cinemateca.




“Intolerância”, 29-3-21h30

Cinemateca Portuguesa
“Intolerância”, de D.W. Griffith

Filmado como resposta aos que acusavam o reacionarismo do anterior “The Birth of a Nation”, “Intolerance” foi a todos os níveis um desafio para Griffith, ficando para a história do cinema como um dos seus títulos maiores. Partindo da ideia de uma história contemporânea (“The Mother and the Law”, que foi também o título de trabalho do filme), o projeto evoluiu para uma ambiciosa narrativa em quatro andamentos: quatro histórias que decorrem em épocas diferentes (episódio moderno; episódio bíblico; episódio medieval e episódio babilónico), intercalam-se e progridem ao mesmo nível até atingirem o clímax. Além da complexidade narrativa, das experiências e inovações ao nível das filmagens, os grandiosos cenários marcaram todo o cinema de reconstituição histórica do futuro. A apresentar em cópia digital.

Mais informações sobre a programação podem ser consultadas aqui

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