76º Festival de Cannes | Na Grelha de Partida (Dia 1)
O mundo do cinema estará a partir de hoje de olhos postos na 76ª edição do Festival de Cannes, até 27 de Maio: quais os filmes mais importantes, estrelas, jurados, presença do cinema português? E claro também, as habituais polémicas que sempre rodeiam, o maior festival de cinema do mundo.
O Grande Prémio de Mónaco realiza-se normalmente por esta altura, mas nesta 76ª edição, do Festival de Cinema Cannes, não muito longe, já estamos em plena grelha de partida. Começa hoje ao final da tarde! Esta é efectivamente a primeira e a completamente aberta edição do Festival de Cannes, pós-pandemia e sem limitações sanitárias. Embora, hajam outras limitações que explicarei mais tarde por causa das questões sociais em França. Contudo, o Festival parece querer reconectar-se com as suas estrelas, com o seu glamour habitual, reforçando igualmente a sua marca de sempre de grande montra cinéfila, para a revelação de novos talentos, consagração de grandes cineastas. Este ano junta-se-lhe, um exemplo de diversidade de género, com uma forte presença de mulheres-cineastas na sua Competição Oficial. Está prestes a começar e novamente, pela Croisette vão passar uma selecção de grandes filmes, que oscilam entre a tradição e a modernidade, entre o brilho e a homenagem, entre a ousadia e a polémica, entre o mainstream e o exótico e longínquo. Quase duas semanas de grande intensidade e um verdadeiro Festival das mulheres.
Um recorde de mulheres-cineastas presentes na Competição Oficial: nunca estiveram tantas realizadoras presentes nas Competições Oficiais do Festival de Cannes. Para esta 76ª edição do Festival, são 7 cineastas que vão concorrer à Palma de Ouro: Jessica Hausner (Áustria), Alice Rohrwacher (Itália), Kaouther Ben Hania (Tunísia), Ramata-Toulaye Sy (Senegal) e as três francesas: Justine Triet, Catherine Breillat e Catherine Corsini. Uma delas pode tornar-se a terceira mulher a ganhar uma Palma de Ouro, depois de Julia Ducournau em 2021.
Catherine Deneuve é o rosto do cartaz do Festival: A filha será a dona-de-casa, a mãe está no cartaz! Catherine Deneuve está pois no cartaz numa foto tirada em junho de 1968, durante as rodagens de ‘La Chamade’, um filme de Alain Cavalier, adaptado de um romance da famosa escritora Françoise Sagan. De cabelo ao vento, Deneuve ‘é o que o cinema deve lembrar de ser: esquivo, ousado, irreverente’, segundo as palavras da própria organização do Festival de Cannes, para justificar esta imagem, tirada pelo fotógrafo Jack Garofalo.
A actriz francesa Chiara Mastroianni será a apresentadora das Cerimónias de Abertura e Encerramento: Depois de Virginie Efira, no ano passado, é a vez da simpática e sobretudo carismática Chiara Mastroianni — a filha de Catherine Deneuve e Marcello Mastroianni, que mistura o melhor dos dois — a ser a ‘mestra de cerimónias’, desta 76ª edição do Festival de Cannes.
O primeiro Festival de Iris Knobloch como Presidente: A executiva de origem alemã, torna-se assim a primeira mulher presidente do Festival de Cinema de Cannes. Iris Knobloch, foi ex-presidente da Warner Bros France, substituindo o ex-jornalista e crítico Pierre Lescure, cujo mandato durou oito anos e terminou no ano passado. A alemã foi eleita para um mandato de três anos, acompanhando o director-artístico Thierry Frémaux, que se mantém orgulhosamente no seu posto, há mais de vinte anos.
‘Jeanne du Bary’, da realizadora Maiwenn na Abertura do Festival e uma das polémicas: a realizadora francesa Maïwenn apresentará a sua nova longa-metragem, ‘Jeanne du Bary’, na sessão oficial de abertura hoje ao final da tarde, dia 16 de maio. Maïwenn realizou o grande actor Johnny Depp, que se tornou parece, uma persona non grata no cinema de Hollywood, desde as acusações de violência doméstica de Amber Heard, a sua última companheira. A realizadora parece também não estar imune a polémicas: o jornalista Edwy Plenel, fundador da Médiapart, — um órgão de comunicação independente, que se dedica ao jornalismo de investigação — apresentou uma queixa contra ela em fevereiro passado, acusando a cineasta de o ter agredido num restaurante.
Ruben Östlund é o Presidente do Júri Oficial: O realizador sueco, Ruben Ostlund, vencedor duas vezes da Palma de Ouro, no ano passado com ‘O Triângulo da Tristeza’ e em 2017 com ‘O Quadrado’, presidirá ao júri do Festival de 2023. Quatro mulheres e cinco homens de diferentes nacionalidades terão a pesada tarefa de decidir o vencedor e os outros prémios entre os 21 filmes da competição oficial: Paul Dano, ator norte-americano, Julia Ducournau, realizadora e argumentista francesa, Brie Larson, atriz e realizadora norte-americana, Denis Ménochet, ator francês, Rungano Nyoni, realizador e argumentista zambiano-galês, Atiq Rahimi, realizador e argumentista afegão, Damián Szifrón, realizador e argumentista argentino.
Johnny Depp, The Weeknd, Margot Robbie, entre outras grandes estrelas, vão estar na Croisette: Este ano, novamente, o Festival terá sua cota parte de estrelas na passadeira vermelha. A começar logo com Johnny Depp, o protagonista de ‘Jeanne du Barry’, de Maïwenn, filme que abre hoje o Festival. Poucos dias depois, é sua filha, Lilly-Rose Depp, quem vai subir os degraus, pelo seu papel na série ‘The Idol’, de Sam Levinson. O cantor canadiano The Weeknd, co-criador e actor desta série, estará também na passadeira vermelha com os Depp. Margot Robbie (‘Barbie’), protagonista de ‘Asteroid City’, o último filme de Wes Anderson, também vai estar aqui e a subir as escadaria do Palais du Festivals, ao lado de um extraordinário elenco: Tom Hanks, Tilda Swinton e Scarlett Johansson.
Um filme de animação da Pixar na Sessão de Encerramento: trata-se de uma mudança radical para fechar o Festival de Cannes 2023. ‘Elemental’, a mais recente longa-metragem de animação, dos estúdios Pixar, será exibido na última sessão, no dia 27 de maio. Os atores Vicent Lacoste e Adèle Exarchopoulos emprestam as suas vozes à versão francesa desta animação realizada por Peter Sohn, que estreará em breve em Portugal.
Os filmes portugueses estreiam quase todos para a semana: os dias 22 e 23 (segunda e terça da semana que vem, são basicamente os dias fortes para as apresentações dos filmes portugueses: ‘A Flor do Buriti’ é o regresso de João Salaviza e Renée Nader Messora à secção Un Certain Regard, onde há cinco anos ganharam o Prémio Especial do Júri com “A Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”; Pedro Costa regressa após ‘Ne Change Rien’ (2009, apresentado na Quinzena), agora nas Sessões Especiais com ‘As Filhas do Fogo’, uma curta-metragem interpretada pelas cantoras Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes, com Os Músicos do Tejo, dirigidos pelo maestro e cravista Marcos Magalhães. ‘Corpos Cintilantes’, é uma primeira-obra de Inês Teixeira, uma curta-metragem de uma realizadora que tem trabalhado como anotadora, estreia na Semana da Crítica, uma secção competitiva dedicada a jovens promessas; “Légua”, de Filipa Reis e João Miller Guerra, uma crónica social passada no Norte de Portugal, estreia na Quinzaine des Cinéastes, talvez a mais ousada das sessões paralelas de Cannes. A Quinzena comemora os 30 anos de estreia de ‘Vale Abraão’, de Manoel de Oliveira, com o cartaz da edição deste ano, com o rosto de Leonor Silveira. O trigésimo aniversário da presença do filme na Quinzena será assinalado com uma sessão especial com a projeção de uma nova cópia, no dia 22, às 14h30. Pela segunda vez, a Quinzena apresenta também a secção que chama a Fábrica dos Cineastas, desta feita com a produtora portuguesa Bando à Parte. Assim, os realizadores portugueses André Guiomar, Mário Macedo, Melanie Pereira e Mariana Bártolo serão acompanhados, respetivamente, por Mya Kaplan (Israel), Dornaz Hajiha (Irão), Alexandru Mironescu (Roménia) e Guillermo García Lopex (Espanha), na realização dos filmes ‘Maria’, ’Espinho’ e ‘As Gaivotas Cortam os Céus’, que serão apresentados amanhã 17 de Maio no Théâtre Croisette, sede esta sessão paralela. Por último, o diretor de fotografia português Rui Poças (‘Alma Viva’), faz parte do júri da Semana da Crítica, presidido pela realizadora francesa Audrey Diwan.
Palma de Ouro Honorária para Michael Douglas: Todos os anos, o Festival de Cannes concede uma Palma de Ouro Honorária a um cineasta ou a uma figura do cinema. Depois de Forest Whitaker no ano passado, Michael Douglas, de 78 anos, será este ano o homenageado. O lendário ator e produtor de Hollywood, Michael Douglas participou na segunda metade do século XX em filmes que se tornaram verdadeiras obras de culto: ‘Atracção Fatal’ (1987), ‘Wall Street’ (1987), ’Instinto Fatal’ (1992), entre outros. O filho do ator Kirk Douglas e marido de Catherine Zeta-Jones, será logo homenageado na cerimónia de abertura do Festival.
Martin Scorsese apresenta o seu segundo filme mais longo de sempre: intitulado ‘Killer of the Flower Moon’ (3h26) este novo filme de Martin Scorsese, da chancela da Apple TV será apresentado fora de competição e tem o compromisso de passar também pelas salas de cinema. É protagonizado por Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, entre outros e contra a história dos misteriosos assassinatos que aconteceram na tribo indígena de Osage, em Oklahoma, uma terra rica em petróleo, nos anos 20. O caso foi investigado pelo FBI, a agência que tinha acabado de ser criada na época, o projecto é baseado no best-seller de David Grann. O filme será apresentado a 20 de maio e já está a criar grande entusiasmo, pelo regresso daquele que recebeu a Palma de Ouro em 1976 com Taxi Driver. De qualquer modo desta vez não é candidato.
Wes Anderson na Competição Oficial: houve alguma incerteza entre estar aqui ou Veneza, porém mais uma vez, este é um regresso há muito esperado, de um realizador com uma obra muito particular. Wes Anderson apresenta aqui ‘Asteróide City’, na competição oficial, um filme que se passa na década de 1950 numa cidade fictícia do deserto norte-americano, durante uma convenção organizada para unir alunos e pais numa competição académica. Porém, o caos instala-se à medida que ocorrem eventos capazes de mudar o mundo. O elenco é impressionante: Tom Hanks, Adrian Brody, Margot Robbie, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Byran Cranston, Steve Carell, entre outros.
Três veteranos na Competição Oficial: Ken Loach poderá tornar-se o primeiro realizador a receber três Palmas de Ouro? Aos 86 anos, este gigante do cinema social inglês volta pela décima quinta vez a competir em Cannes, com ‘The Old Oak’: a história de TJ Ballantyne, dono de um pub ameaçado de encerramento, após a chegada de refugiados sírios ao vilarejo. Entre esses refugiados, TJ conhece uma jovem síria, Yara, que tem uma câmara. Uma amizade inesperada nasce entre as duas personagens, apesar das tensões e preconceitos que pesam sobre a vila. Vencedor da Palma de Ouro em 2006 e 2017 por ‘The Wind Rises’ e ‘Eu, Daniel Blake’, o realizador britânico não é o único habitual da Croisette a regressar à competição oficial. O italiano Nanni Moretti, conta com a nona seleção, apresentando ‘Il Sol Dell’Avvenire’, uma comédia italiana ambientada na Roma dos anos 50, no mundo do circo e da indústria cinematográfica; e Wim Wenders, com a décima participação, exibirá ‘Perfect Days’, um filme que acompanha a história de Hirayama, um homem que limpa sanitários em Tóquio. A sua vida é revelada ao espectador através da música que ouve, dos livros que lê e das fotos que tira das árvores. O filme explora temas como a solidão, fuga e busca de sentido na vida moderna.
O regresso de Indiana Jones a Cannes: É o fim de quinze anos de espera, temos o regresso de Indiana Jones às suas aventuras. Após a última obra em 2008, a saga de Indiana Jones retorna com ‘Indiana Jones e o Marcador do Destino’, apresentado a 18 de maio no Festival de Cinema de Cannes, antes de seu lançamento nos cinemas em 28 de junho. Para este novo capítulo, Steven Spielberg deixou a realização para James Mangold, mas ainda com Harrison Ford, (80 anos), em Indiana Jones: o filme acontece em 1969, com a corrida espacial em pano de fundo. Indiana Jones, à beira da reforma, fica desconfortável com o governo dos EUA, que está tão desesperado para derrotar a União Soviética na competição para chegar à Lua, que recruta antigos elementos nazi, os seus inimigos da Segunda Guerra Mundial. Existe também um prólogo em 1944 (com Ford rejuvenescido graças à tecnologia de VFX) que apresenta Jurgen Voller (Mads Mikkelsen), um antigo nazi que foi trabalhar para a NASA, onde continua a querer tornar o mundo um lugar melhor, mas à sua maneira. Ó tempo volta para trás!
Estreia mundial do último Almodóvar em Cannes: Mais um regresso particularmente examinado e muito esperado à Croisette, mesmo sendo uma curta-metragem de 31 minutos. ‘Extraña Forma de Vida’, de Pedro Almodóvar, terá a sua estreia mundial numa exibição especial, fora de competição obviamente. Nesta curta-metragem, o cineasta espanhol dirige o emergente e muito aplaudido Pedro Pascal (‘The Last of Us’) ao lado de Ethan Hawke, para um western falado em inglês. O fado de Amália Rodrigues é apenas uma inspiração e uma feliz coincidência no titulo deste filme que conta ainda com o actor português José Condessa, a interpretar o personagem de Pascal enquanto jovem.
Um filme póstumo de Godard: Desaparecido no ano passado, Jean-Luc Godard foi um dos grandes nomes do Festival de Cannes, com oito seleções e uma Palma de Ouro especial em 2018 por toda a sua obra. Este monstro sagrado do cinema francês deixa para trás um último filme inédito. Será exibida na secção Cannes Classic, a curta-metragem ‘Funny Wars’, apresentada pela organização como o ‘gesto máximo do cinema’ de Godard.
A realizadora francesa Catherine Corsini na Competição Oficial, mas em mais uma das polémicas do ano: A polémica abalou o mundo do cinema francês nas últimas semanas, com o novo filme da realizadora Catherine Corsini, a ser definitivamente integrado na Competição Oficial, de Cannes 76. No entanto, tinha sido retirado da lista há algum tempo após acusações de assédio sexual, durante a rodagem. ‘Le Retour’, é um drama centrado em Kheìdidja, uma mulher na casa dos quarenta anos, e nas suas duas filhas, Jessica e Farah. Juntas, regressam à Córsega após uma ausência de 15 anos devido a circunstâncias trágicas. Neste filme, Kheìdidja é contratada por uma família parisiense abastada que lhe propõe tomar conta dos seus filhos durante o Verão na Córsega. Esta é uma oportunidade para ela e as suas filhas se confrontarem com o seu passado e se reaproximarem da ilha que deixaram para trás. Enquanto Kheìdidja é assombrada pelas suas memórias, as duas adolescentes aproveitam o Verão para viver novas experiências e conhecer pessoas inesperadas. A longa-metragem também já havia sido privada de um apoio do Centro Nacional de Cinema e Imagem Animada (CNC), devido a uma cena explicitamente sexual, em que teria participado uma atriz menor de idade. Logo veremos as razões para a polémica!
Tarantino conversa e apresenta um filme surpresa na Quinzaine des Cinéastes: Este é também um dos momentos mais esperados desta 76ª edição, embora seja numa das secções paralelas, mas talvez sempre a mais ousada a nível da programação, embora não seja competitiva. Quentin Tarantino, é o convidado de honra da Quinzaine des Cinéastes, e vem apresentar um ‘filme surpresa’ e ‘discutir a sua contra-história do cinema’, entretanto publicada e intitulada ‘Cinema Speculation’ (Harper Collins), ainda inédito em Portugal. O tema base deste novo livro é a história do cinema diferente do romance-argumento ‘Era uma vez… em Hollywood’ editado pela Porto Editora em Outubro de 2021. Segundo a sinopse de ‘Cinema Speculation’, divulgada pela editora americana, ‘além de estar entre os mais celebrados cineastas contemporâneos, Quentin Tarantino é possivelmente o amante de cinema vivo mais alegre e contagiante’. O livro está organizado em torno dos principais filmes norte-americanos da década de 1970, e que o jovem Quentin Tarantino viu pela primeira vez como cinéfilo na época. A obra literária é descrita ainda como ‘Intelectualmente rigorosa, perspicaz e divertida. Ao mesmo tempo que Quentin Tarantino faz crítica de cinema e teoria do cinema’. Portanto como sempre a conversa em Cannes promete.
Michel Gondry também na Quinzaine des Cinéastes: O seu novo filme ‘Le livre das solutions’ é também é aguardado com grande ansiedade. Oito anos depois do seu último filme, ‘Microbe and Gasoil’ (2015), o francês Michel Gondry apresenta agora em estreia mundial este ‘Le livre des solutions’ na Quinzaine des Cinéastes: A trama segue a linha insólita dos seus trabalhos anteriores: Marc (Pierre Niney) foge com a sua equipa para uma pequena aldeia no Cévennes para terminar o seu filme na casa da sua tia Denise. Enquanto lá, a sua criatividade manifesta-se num milhão de ideias que o mergulham num estranho caos. Marc começa então a escrever ‘O Livro das Soluções’, um guia de conselhos práticos que poderia muito bem ser a solução para todos os seus problemas… O realizador de ‘Eternal Sunshine of the Spotless Mind’, um grande nome da indústria audiovisual, está felizmente de regresso ao Festival de Cannes 2023.
O Júri e oito primeiras obras na secção Un Certain Regard: Se a competição oficial dá lugar de destaque maioritariamente aos cineastas já acostumados à Croisette, a secção Un Certain Regard proporciona-nos oito primeiros filmes na sua seleção, que entretanto tornou-se também competitiva. Entre estas primeiras longas-metragens, três foram realizada por mulheres-cineastas: as francesas Delphine Deloget — vencedora do prémio Albert-Londres em 2015 —, Stéphanie Di Giusto e a britânica Molly Manning Walker. Depois da realizadora e actriz italiana Valeria Golino, o ano passado, o actor norte-americano será o Presidente do Júri Un Certain Regard do Festival de Cannes 2023. Afim de estabelecer também um palmarés desta secção que celebra o jovem cinema de autor, o restantes jurados serão a realizadora e argumentista francesa Alice Winocour, a atriz alemã Paula Beer, o realizador e produtor franco-cambodejano Davy Chou e a actriz belga Émilie Dequenne.
A CGT ameaça boicotar o Festival: Em 21 de abril, a central sindical CGT anunciou ‘100 dias de ação e luta’ para protestar contra as alterações na segurança social, no que diz respeito à idade da reforma. Em comunicado, o sindicato prometeu mesmo ‘interrupções de energia’ em eventos na França, incluindo no Festival de Cannes. Cerca de mil policias e forças militares parecem garantir a segurança local, para além das habituais medidas e revistas, para entrarmos nas salas de cinema e no Palais der Festivals. Jean-Claude Geney, vice-presidente da câmara de Grasse, encarregado de coordenar o sistema de segurança em Cannes, explica que ‘será dada atenção especial a possíveis aglomerações de pessoas’. Mas vai ser difícil conseguir isso durante o Festival de Cannes.
Anaïs Demoustier presidente do júri Camera d’or: dando continuidade à revelação de novos talentos e novos cineastas, e à sua promoção, a actriz francesa vai presidir ao júri da Caméra d’or, um prémio que atribuído a um primeiro filme (uma primeira obra em longa-metragem) apresentado na Selecção Oficial ou nas secções paralelas da Semana da Crítica ou da Quinzena dos Cineastas. Anaïs Demoustier, vencedora do César de Melhor Atriz em 2020, está à frente de um júri de profissionais do cinema, todos franceses, por sinal.
Souleymane Cissé homenageado com a Carosse d’or: Aos 83 anos, o realizador maliano Souleymane Cissé será premiado com este galardão atribuído anualmente pela Quinzaine des Cinéastes — anteriormente Quinzaine des Réalisateurs — que procura distinguir um realizador ‘pelas qualidades inovadoras dos seus filmes, pela sua coragem e intransigência na realização e na produção’. Além disso, este ano, o Festival de Cannes dá lugar de destaque ao cinema africano, com treze filmes do continente na sua seleção. Outro ponto importante desta Selecção Oficial 2023.
O compositor Howard Shore dá uma aula de música: O lendário compositor Howard Shore dará uma aula de música, organizada pela Sacem como parte do 76º Festival de Cinema de Cannes na segunda-feira, 22 de maio. Autor das bandas-sonoras dos filmes de David Cronenberg, também trabalhou para muitos outros realizadores: Martin Scorsese, David Fincher, Tim Burton…por isso bem a propósito!
JVM
