© MotelX

MOTELx’20 | Host, em análise

O Motelx está de regresso para a sua 14ª edição, entre 7 e 14 de setembro, no Cinema São Jorge. Na secção retrospetiva “Serviço de Quarto” encontramos uma longa-metragem da autoria de Rob Savage, um repetente na programação do festival. O realizador britânico oferece-nos com “Host” uma sessão espírita para o mundo digital. 

O MOTELx – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisvoa está de volta em 2020 e estivemos presentes na sessão da meia-noite de “Host”, no dia 10 de setembro, numa sessão única no Festival. A longa-metragem conta apenas 57 minutos e foi antecedida pela exibição de duas curtas-metragens que encaixam na perfeição no espírito deste “Host”.

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Antes desta sessão espiritual em âmbito de quarentena tivemos direito a ver duas curtas-metragens bastante díspares. A primeira, “A Grande Paródia” (5′), integrada na Competição Nacional de Curtas-Metragens, é uma obra da autoria de André Carvalho que pensa a própria natureza do mundo do espectáculo. Segundo a sinopse, a narrativa centra-se num realizador que “adormece enquanto vê televisão e sonha sobre vender a alma a troco de fama e glória”.

“2050” | © MotelX

Tempo ainda para ver uma pequena curta-metragem deliciosa de apenas quatro minutos de duração, “2050”, um filme russo da autoria de  Aleksandra Lupashko. A curta passa-se num futuro com robôs super sofisticados mas utilizados com o intuito mais maçador possível: vendas porta-a-porta. O que acontece quando um cidadão “old school” se cruza com estes vendedores robóticos? Algo de hilariante e perverso…

Já de gargalhada preparada e assento quente chega-nos “Host”, um filme que tanto é capaz de fazer rir com criar uma tensão quase sufocante e assustar mesmo que através de um meio improvável – uma janela da aplicação de videochamadas “Zoom”.

O MOTELX aproveita para enquadrar este filme na sua programação como um antídoto perfeito em tempos de paranóia e preocupação coletiva. “Host” foi inteiramente gravado durante a quarentena, com o realizador Rob Savage a dar indicações de representação e cénicas à distância. A história reconhece e brinca com esta situação. Assumidamente o nosso ponto de partida partilha semelhanças com o 2020 real, o 2020 pandémico.

Na obra seis amigos contratam uma médium para que esta guie uma sessão espírita via zoom durante a quarentena. Quando alguns participantes levam a sessão com mais seriedade do que outros, as consequências tornam-se imprevisíveis. Eis que um espírito maléfico consegue estabelecer comunicação através da chamada, ameaçando a sobrevivência do grupo de amigos.

Host motelx 2020
“Host” | © MotelX

 

Este filme de terror com atores dirigidos à distância, à medida que asseguravam as suas próprias luzes, câmaras e décors, é capaz de fazer muito com muito pouco. Por mais expectável que a narrativa seja, a verdade é que esta sessão espiritual via zoom consegue criar, de forma surpreendente, um clima crescente de terror e tirar proveito das particularidades inerentes a este formato digital.

“Host” vai-se tornando cada vez mais tenso, como qualquer jornada rumo a um nó narrativo assim o pede.  A experiência torna-se progressivamente envolvente e os efeitos práticos são até bastante satisfatórios se consideramos as condições que envolveram a sua criação.

A longa-metragem engloba-se numa programação dedicada aos efeitos das pandemias, numa sequência de filmes programada com abundante ironia.

“Host”, um inteligente aproveitamento de um período concreto no tempo, pode ser encontrado para aluguer, em Portugal, nos canais associados à plataforma Amazon Prime Video. Recomenda-se! 

TRAILER | “HOST” DE ROB SAVAGE

Host, em análise
host poster

Movie title: Host

Date published: 11 de September de 2020

Country: Reino Unido

Director(s): Rob Savage

Actor(s): Haley Bishop, , Jemma Moore,, Emma Louise Webb

Genre: Terror

  • Maggie Silva - 80
80

CONCLUSÃO

“Host” faz o melhor que pode para inovar num contexto perfeitamente atípico. Consegue maximizar as suas circunstâncias e colocá-las a trabalhar em favor da narrativa.

 

O MELHOR: A incorporação bem-sucedida de filtros na narrativa.

 

O PIOR: A inevitável falta de criatividade e previsibilidade expectável dentro do género;

MS

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