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A Corrida Mais Louca da Europa | Entrevista com Jessica Athayde e Diogo Amaral

Os atores Jessica Athayde e Diogo Amaral dão voz às personagens principais do novo filme de animação “A Corrida Mais Louca da Europa”.

No novo filme de animação, “A Corrida Mais Louca da Europa”, Edda sonha em poder participar no Grande Prémio. No entanto, a oportunidade surge quando conhece Ed, um dos melhores pilotos que acaba por sofrer um imprevisto. Assim, disfarçada de Ed, a jovem consegue inscrever-se na corrida. Contudo, ao longo do percurso, Edda depara-se com vários desafios e armadilhas que testam as suas capacidades.

É esta a premissa de “A Corrida Mais Louca da Europa”, a longa-metragem que conta com as vozes de Jessica Athayde (“Hotel Amor“) e Diogo Amaral (“O Pai Tirano“). Além disso, também Filipe Albuquerque emprestou a sua voz a uma das personagens. Entretanto, a Magazine.HD esteve à conversa com Jessica Athayde e Diogo Amaral. Numa divertida conversa, o casal falou sobre a sua paixão pelas dobragens e como a sua família acabou por se envolver em “A Corrida Mais Louca da Europa”.

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Jessica Athayde e Diogo Amaral participam em “A Corrida Mais Louca da Europa”

A Corrida Mais Louca da Europa 4
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Magazine.HD: Para começar, “A Corrida Mais Louca da Europa” chegou aos cinemas no dia 4 de setembro. Falem-me um bocadinho sobre as vossas personagens.

Jessica Athayde: A Edda é um rato, mas uma miúda cheia de ambição que quer muito fazer parte do mundo das corridas. Mas, ainda não surgiu essa oportunidade e ela está desejosa que chegue. Ela consegue através do Ed ter essa oportunidade e… a partir daí vão ter que ver o resto do filme que eu não posso fazer spoilers [risos].

Diogo Amaral: O Ed é o melhor piloto de corridas da Europa [risos]. Se calhar, é um bocadinho convencido… um bocadão convencido e arrogante.

Jessica Athayde: E acha se incrível! É um bocado parecido com o Diogo [risos].

Diogo Amaral: Acha-se incrível, e a personagem tem tudo a ver comigo [risos]. Estou a brincar! De repente, o Ed tem um pequeno acidente e vai precisar de uma ajuda e a Edda entra em ação para o ajudar.

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Os filhos dos atores também participam em “A Corrida Mais Louca da Europa”

A Corrida Mais Louca da Europa
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Magazine.HD: Para além da voz, o que é que vocês emprestaram à vossa personagem e que com o que é que se identificam mais?

Diogo Amaral: Olha, emprestámos também a nossa família. Tivemos o prazer de emprestar os nossos filhos, porque achámos que era engraçado e era uma coisa que eles também acharam quando nós lhes propusemos. Mas, mais o Mateus do que o Oliver. O Mateus tem 10 anos e o Oliver tem 6 anos, só para contextualizar. E, acho que o Oliver quis mais fazer porque o Mateus também tinha ido. Portanto, achámos engraçado haver esta possibilidade. Mas, fizeram umas coisas pequenininhas.

Jessica Athayde: É assim, falando de uma forma muito real, quando nós damos as vozes em Portugal, nós não vemos o filme todo. Nós fazemos pelos segundos que nós estamos a fazer. Portanto, aquilo que nós emprestamos é a emoção. Nós, no fundo, estamos a copiar aquilo que já foi feito e tentamos dar um lado português, porque, neste caso, o filme vem já com o humor britânico, que é sempre um bocadinho diferente. E tentar transformar esses pequenos segundos naquilo que nós conseguimos transmitir da melhor forma aos miúdos e aos portugueses, com as expressões que depois bata com as bocas que já estão feitas.

Portanto, é um trabalho que é muito ingrato fazer porque é muito pequenino. É muito espetacular fazer, só que as pessoas não têm consciência. Nem toda a gente tem essa oportunidade em Portugal, mas é um trabalho mesmo complexo, porque nós estamos a copiar, mas a tentar passar uma coisa que faça sentido para o nosso país, com muito pouco tempo, e não vemos o filme na totalidade. Normalmente, as pessoas não têm essa consciência e acham que é só entrar num estúdio, copiar e está feito, mas não! É preciso acertar nos tempos, nas traduções, etc. Há muito mais atrás de uma dobragem.

Diogo Amaral: Nós fazemos uma dobragem, não fazemos uma interpretação. Ou seja, não fazemos a voz como eles fazem no original, em que, normalmente, dão a voz e o boneco vai ser animado a seguir a isso. Portanto, nós não fazemos uma interpretação, nós fazemos uma dobragem.

Jessica Athayde: É muito desvalorizado o trabalho da malta que faz dobragens neste país e é um trabalho que é mal pago, tendo em comparação a dimensão que existe nos originais.

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A Corrida Mais Louca da Europa
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Magazine.HD: Nenhum de vocês é novo nas dobragens. Aliás, temos aqui a Smurfina original [risos]. O Diogo também não é novo nas dobragens. Mas, enquanto atores, este é um desafio ainda maior, tendo em conta que vocês se expressam só através da voz e das emoções, sem emprestarem o corpo à personagem?

Jessica Athayde: Eu adoro fazer dobragens e, por acaso, desde o início em que eu comecei a trabalhar como atriz, porque comecei a fazer uma voz diferente da minha, na altura, que foi nos “Morangos com Açúcar“, abriu-me logo a oportunidade de fazer dobragens. Na altura, fazia a série do “Winnie-the-Pooh”. Ou seja, tive acesso muito rapidamente, na minha carreira, a poder fazer dobragens. Eu fico muito orgulhosa de fazer, porque a minha voz chateia muita gente por ser um bocadinho característica, mas não chateia nada a animação, e acho sinceramente, que a minha voz funciona sempre muito bem com desenhos animados. Portanto, eu tenho sempre muito orgulho quando vejo os projetos e o produto final, acho que funciona bem. E pronto, agora fiz este projeto com o meu marido, que tem uma belíssima voz [risos].

Diogo Amaral: Fazem-se coisas incríveis em Portugal. Ou, começaram-se a fazer a partir de certa altura, com estes ingredientes todos que nós estamos a dizer. Acho que há um esforço enorme das produtoras para as coisas ficarem com maior qualidade. O melhor exemplo disso é o filme “À Procura de Nemo“. Acho que toda a gente se lembra da Rita Blanco a fazer de Dory. Agora, imagina isso ter sido feito por outra pessoa e tu conseguires conseguires fazer com que a coisa fique marcante. O “Rei Leão” também é super marcante.

Jessica Athayde: Eu acho que é giro, porque são coisas que ficam. Os filmes de animação, os miúdos vão sempre ver, agora ou daqui a dez ou vinte anos, não é? Nós continuamos a ver filmes que foram feitos há vinte anos atrás e gostamos. É um trabalho que fica e, claro que sendo filmes para famílias e para crianças, principalmente sendo pais, toca-nos no coração de outra forma [risos].

Diogo Amaral: Eu lembro-me que fiz uma série infantojuvenil e que, às tantas, me aconteceu uma coisa no shopping. Havia crianças que se vinham agarrar à minha perna, mas que não me conheciam de lado nenhum. Conheciam-me de ver na televisão e agarravam-se à minha perna e isso para mim era a cena mais genuína. E esta coisa de trabalhares para crianças é o que me motiva…. Apesar de eu também gostar de ver estes filmes com os meus filhos e gosto de ver estes filmes sozinho. Aliás, quase sempre que viajo de avião, a minha primeira escolha é ver os filmes de animação [risos]. Mas, é sempre bom saber que vão haver crianças a ver e que vão haver crianças a viajar com aquela personagem.

Jessica Athayde: Sim, nós vamos ao cinema com os nossos filhos, e nós vemos os filmes com eles. Portanto, nós sabemos que é um momento familiar e é um momento feliz. Então, obviamente isso é sempre um incentivo.

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“A Corrida Mais Louca da Europa” conta com uma mensagem forte

A Corrida Mais Louca da Europa
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Magazine.HD: E como é que foi trabalharem juntos?

Jessica Athayde: Não trabalhámos juntos, nós não nos cruzámos no estúdio [risos].

Diogo Amaral: Por acaso, tu já tinhas gravado umas partes quando eu fui gravar e eu pedi para tirarem de toda a tua voz [risos]. Estou a brincar! Eu pedi para porem a voz dela, em vez de porem a voz do original.

Jessica Athayde: Eu trabalhei com a voz original e não com o do Diogo [risos].

Magazine.HD: Para terminar, apesar de “A Corrida Mais Louca da Europa” ser um filme de animação e ser um filme para crianças ou para famílias, tem um tema muito forte, porque, ao fim e ao cabo, temos um rato feminino que está a tentar lutar pelo seu lugar, e que vai encontrar muitos desafios. É muito importante também passar esta mensagem para os mais novos?

Diogo Amaral: Olha, por acaso não sei se tínhamos olhado para esse lado!

Jessica Athayde: Mas, é verdade, porque ela tem que se disfarçar de homem para conseguir passar. Eu acho que, obviamente, a única coisa que isso pode passar às miúdas, é que elas não devem desistir dos seus sonhos, seja ou não necessário mascararem-se. As crianças, coitadas, têm tanto tempo para para viver dentro dessa realidade, que eu acho que a animação é mesmo para as tirar de lá. Mas, isso é uma coisa bem feita neste filme, porque não é óbvio para uma criança. Mas os adultos, se calhar, vão reparar ‘olha, a Edna teve que se mascarar de homem para a levarem a sério numa corrida de carros’.

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Assiste ao trailer de “A Corrida Mais Louca da Europa”

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