Alan Tudyk, o nosso Alien favorito, em entrevista
Alan Tudyk esteve em Portugal enquanto convidado da Comic Con, e a MHD não perdeu a oportunidade de conversar com o ator sobre o seu mais recente projeto.
Nascido em El Paso, Texas, Alan Tudyk é mais facilmente conhecido pelas suas interpretações vocais. No entanto, o ator de 51 anos confessou-nos que prefere os live-actions, porque lhe dá uma maior sensação de “estar realmente a fazer alguma coisa.” Convidado pela Comic Con Portugal para vir falar sobre o seu mais recente projeto “Resident Alien,” Tudyk contou-nos que, para além do evento, reservou uns dias para conhecer Lisboa – estando a agenda a cargo da sua esposa.
Em exibição no SYFY Portugal, “Resident Alien” é uma adaptação da banda-desenhada da Dark House com o mesmo nome, que acompanha Harry, um alien interpretado por Tudyk que se despenhou na Terra e faz-se passar por um médico humano de uma pequena cidade. Com a missão secreta de matar todos os humanos, Harry começa por viver uma vida simples… mas as coisas complicam-se quando se vê envolvido numa investigação de um assassinato local, levando-o a perceber que tem de se integrar neste novo mundo. À medida que o faz, começa a lutar com o dilema moral da sua missão e a fazer as grandes perguntas da vida como: “Serão que vale a pena salvar os seres humanos?” Fica a conhecer o protagonista desta hilariante série!
MHD: Como entrou para este projeto?
Alan Tudyk: Na realidade, foi uma audição normal. Recebi o guião por parte da minha agência, e disse que tinha uma ideia de como queria fazer isto. Já tinham escolhido todos os outros membros do elenco, menos eu. Chris Sheridan, responsável pela série, e o David Dobkin, diretor de produção, estavam numa chamada de Skype ou Zoom já em Vancouver, onde se estavam a prepara para “Resident Alien.” Por isso, fiz a audição para computadores e a partir daí aconteceu tudo de forma muito rápida.
MHD: Estamos habituados a vê-lo dar vida a uma grande variedade de personagens e vozes, como desenvolveu a personagem do Harry?
Alan Tudyk: Comecei com a ideia de que ele não sabe como falar ou andar como um humano. No primeiro episódio, quando ele está a ver “Lei & Ordem” e a tentar falar, há uma fala que diz qualquer coisa como “estás em apuros” e o Harry tenta imitá-la. Sabia que teria de começar daí, por isso ele começa a dizer pa-la-vras [soletra de forma lenta como o Harry] da mesma forma que tu o farias se tivesses aprendido uma linguagem através da televisão. Ele não tem qualquer ligação emocional, limita-se a repetir palavra atrás de palavra.
MHD: Viu algum filme de aliens para se preparar para a série?
Alan Tudyk: Não… Ainda não consegui ver “O Homem Que Veio do Espaço” [“The Man Who Fell to Earth”], com o David Bowie, já o deveria ter feito! Houve um filme que eu vi em criança que se chamava “Starman”, penso eu, com o Jeff Bridges. Mas o alien dele falava de uma forma que era realmente perturbadora para mim, porque ele respirava para dentro antes de falar e era como se estivesse a mastigar de boca aberta. Era difícil de ver. Mas é isso, não sou grande ajuda no tema.
MHD: Na segunda temporada de “Resident Alien”, temos o bebé e uma presença muito maior do polvo. Qual foi o maior desafio de filmar com efeitos visuais?
Alan Tudyk: Foi muito divertido. O polvo tinha a voz do meu amigo Nathan Fillion. Eles colocavam a voz dele em colunas durante as filmagens e o polvo era um boneco de borracha neste segundo ano – o primeiro ano foi tudo digital, efeitos especiais. Mas no segundo ano, era um polvo de borracha que tinha fios de pesca nos tentáculos como se fosse uma marioneta para o fazer mexer. Eu adoro marionetas, por isso foi uma espécie de teatro, o que foi muito divertido! Conseguimos ter essa perceção quando ele está a morrer – é tão ridículo – e coloca o tentáculo na minha cara, conseguimos ver que a ponta está dobrada porque o fio está lá [risos]. Parece tão barato e totó, mas eu adoro!
Quanto ao bebé, ele começou por ser invisível, efeitos especiais, mas depois fizeram um. De forma que tive a oportunidade de brincar com ele, atirá-lo ao ar e contra lâmpadas e brincar com ele, o que foi divertido. Havia duas pessoas a fazer com que os seus braços se mexessem e os olhos piscassem e tudo isso.
MHD: Como disse, já trabalhou com o Nathan em projetos anteriores. Como foi trabalhar com ele num cenário tão diferente?
Alan Tudyk: Foi ótimo! O Nathan e eu somos muito próximos. Falamos sobre as cenas e desenvolvemos algumas piadas. Foi mesmo muito divertido. Foi simplesmente ridículo, porque eu conheço-o há tanto tempo, conhecemo-nos em “Firefly” [série], e depois destes anos todos, estou a falar com ele e ele é um polvo e eu sou um alien [risos]. Deixou-me realmente feliz.
MHD: Pode dizer-nos alguma coisa sobre a terceira temporada de “Resident Alien”?
Alan Tudyk: Bom, não posso adiantar muito. Irá retomar os eventos do final da segunda temporada, por isso, tudo o que acontece nos últimos episódios – os aliens cinzentos a infiltrarem a cidade, o novo delegado que é na realidade um alien híbrido, e eles querem dominar a Terra, e o Harry não voltou para casa, decidiu ficar e lutar, e está a trabalhar em conjunto com o governo. Portanto, todas estas coisas estão a acontecer, e a terceira temporada irá voltar poucas semanas depois destes eventos.
MHD: Partindo para outro espaço… Em Portugal, existem muitos fãs de “Star Wars,” como foi trabalhar nesse universo?
Alan Tudyk: Adorei fazer esse filme. Adorei o elenco, os atores eram mesmo excelentes. Gareth Edwards realizou o filme e ele era muito aberto às nossas interpretações, encontramos as nossas personagens juntos, o que foi ótimo. K-2SO tornou-se uma personagem que eu criei, mas que a criei tanto como o Gareth, como o Diego Luna ou a Felicity [Jones].
MHD: Muitas pessoas conhecem-no pelos seus trabalhos de voice-over, prefere estes projetos ou gosta mais de live-actions?
Alan Tudyk: Estar em frente a uma câmara é mais difícil. Por isso, creio que gosto mais, porque é mais desafiante. Se o resultado for bom, sentimo-nos realizados. Por vezes, quando fazemos voice-overs, fazemo-lo de forma tão rápida que nos esquecemos. E depois as pessoas dizem “vi-te naquele filme” e eu respondo “não sei o que é,” depois dizem-me o nome do filme e eu digo “mais, diz-me mais, qual era o cenário, quem era eu?” e por fim eu digo “ah sim, já me lembro, isso foi divertido.” Mas, quando estou à frente de uma câmara nunca me esqueço, porque vais até algum lado. Quando fizemos o “Star Wars” fomos até à Jordânia, vivi em Londres, quando gravamos o “Resident Alien” morei em Vancouver, estivemos na floresta, junto ao lado, por isso estamos cientes que estamos a filmar algo.
MHD: Muito obrigada!
Alan Tudyk: Obrigado eu.
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