Alfred Hitchcock arrependeu-se da cena mais polémica da sua carreira
O lendário realizador Alfred Hitchcock arrependeu-se de ter realizado uma cena do filme “Sabotage”, de 1936.
Sumário
- Alfred Hitchcock é reconhecido como um dos grandes nomes da história do cinema, com obras primas a partir da década de 1930;
- Em 1936, Hitchcock realizou “Sabotage”, uma adaptação de um romance de Joseph Conrad que contém uma polémica e violenta cena;
- Hitchcock, mais tarde, expressou o seu arrependimento numa entrevista à BBC.
Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, começou a construir a sua reputação em meados da década de 1930 com uma série de filmes aclamados pela crítica, como “O Homem Que Sabia Demais”, “Os 39 Degraus” e “Rebecca”.
Obras primas mais tardias como “Vertigo“, “The Birds” e “Psycho” solidificaram ainda mais o seu estatuto como um visionário no cinema.
Em 1936, Hitchcock adaptou o romance “O Agente Secreto”, de Joseph Conrad, resultando no filme “Sabotage”. Com Sylvia Sidney, Oskar Homolka e Desmond Tester, “Sabotage” conta a história de um homem envolvido com um grupo terrorista, tentando desesperadamente ocultar as suas atividades da sua esposa. A narrativa toma um rumo trágico quando ele, sem saber, envolve o irmão mais novo da sua esposa, Stevie, num plano de atentado.
O momento mais controverso do filme apresenta o jovem Stevie, de 12 anos, a entrar num autocarro com uma bomba disfarçada de lata de filme. A explosão subsequente, resultando na morte da criança, gerou uma indignação significativa. Hitchcock expressou mais tarde profundo arrependimento pela cena.
Alfred Hitchcock expressou arrependimento depois do filme “Sabotage” ter tido uma receção dividida
“O relógio está a andar, a bomba vai explodir a uma certa hora, e eu estiquei toda a cena, deixei-a correr. Alguém no filme devia ter dito ‘oh, meu Deus, há uma bomba’, pegado nela e atirado pela janela fora. Bang! E toda a gente fica aliviada”, disse ele à BBC. “Mas cometi o erro, deixei a bomba explodir e matar alguém. Má tática. Nunca mais repeti.”
O remorso de Hitchcock sobre a cena provavelmente resultou da receção morna que o filme recebeu na altura. Alguns especulam que a representação chocante da morte de uma criança contribuiu para a resposta negativa. No entanto, o realizador manteve que estava a seguir o material de origem, o romance de Conrad, que também retrata este evento trágico, com o objetivo de transmitir as consequências devastadoras do terrorismo em vidas inocentes.
Já viste “Sabotage”, de Alfred Hitchcock? O que tens a dizer sobre esta polémica cena?