Arcade Paradise, em análise

A indústria dos jogos começou num salão de arcadas. Em “Arcade Paradise” vais ter a oportunidade de construir o teu salão.

No início dos anos 80 do século passado, o mundo descobriu uma nova fonte de entretenimento, os jogos. Antes de chegarem ao ponto atual, em que cada um de nós, tem ou teve uma consola, só encontrávamos os melhores jogos nos salões de arcadas. Dezenas de máquinas faziam as delícias de miúdos e graúdos, no meio do som de milhares de botões a serem premidos ao mesmo tempo. Contudo, com a evolução tecnológica, as máquinas de arcada caíram em desuso, e hoje em dia têm um valor consideravelmente alto entre os colecionadores.

Entre a curiosidade e a nostalgia, as arcadas continuam a ser um símbolo de uma era, mesmo não existindo (quase) nenhum salão. Apesar disso, há um jogo que vai saciar as vontades dos jogadores.

Desenvolvido pela Nosebleed Interactive, e distribuído pela Wired Productions, “Arcade Paradise” é um jogo de simulação em primeira pessoa, onde temos a oportunidade de transformar um pequeno anexo de um lavandaria no melhor salão de jogos de todos os tempos. A história é simples, controlamos um jovem adulto que acabou de se tornar dono de um dos negócios mais antigos do seu pai, uma lavandaria. Com o intuito de colocar o seu filho a ganhar o seu dinheiro honestamente, e também para ganhar responsabilidade, ao início, vamos ter de lavar muita (mas mesmo muita) roupa suja.

Dentro do edifício da lavandaria existe um pequeno anexo com máquinas de arcadas. Com a ideia de criar o seu salão de jogos, e com a estatística que comprova que as máquinas de arcada lucram mais que as máquinas de lavar roupa, vamos contra a vontade paternal para perseguir o sonho. Por isso, ao início, enquanto estamos a tratar da roupa, existem alguns clientes que experimentam as arcadas. Aos poucos, começa a tornar-se rentável. Assim assim, existe um longo caminho a percorrer. 

É neste ponto que encontramos o pior aspeto do jogo, a demora. Ou seja, com um grande esforço de gestão para não gastarmos de imediato os recursos, é necessário quase uma semana de trabalho dentro do jogo, para o anexo tornar-se (minimamente) num salão de jogos. Pelo meio, ainda faltam imensas funções para serem desbloqueadas, entre as melhorias disponíveis para a lavandaria e salão até às personalizações. Para lá chegarmos, e como é preciso juntar dinheiro, só nos resta continuar a lavar roupa.

No entanto, nem tudo é mau. As máquinas de arcada são jogáveis, ou seja, podemos experimentar todas, sozinhos ou com amigos. Cada uma delas tem missões e objetivos para completar, que posteriormente dão nos recompensas para o nosso negócio. Além disso, no que diz respeito à gestão das máquinas, podemos escolher a dificuldade e o preço por jogo, para assim obter o maior lucro possível. Igualmente, existe uma taxa de popularidade. Cada máquina tem a sua, por isso convém colocar as máquinas mais atrativas junto das menos populares, para aumentar a sua rentabilidade. Aliado às máquinas está uma banda sonora excepcional. Os jogadores, sobretudo aqueles que vivenciaram e passaram horas a fio em salões de jogos, vão ser transportados para outra era, ao ritmo de músicas que conseguem ser sinónimo dos jogos dos anos 80.

No final do dia, “Arcade Paradise” não é um jogo que surpreende, mas que entretém e mantém viva uma era incrível da história dos jogos. Apesar do elevado tempo que é necessário para alcançar os objetivos, e também da repetição das tarefas, acaba-se por retirar um momento agradável, sobretudo a cada máquina adquirida, com um novo jogo para experimentar, e um passo mais próximo do objetivo final.

TRAILER | CONSTRUÍ O TEU IMPÉRIO DE JOGOS EM ARCADE PARADISE