Alan Rickman foi Severus Snape | ©Warner Bros.

As mortes mais memoráveis da saga Harry Potter

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Harry Potter“, uma saga que foi parte integrante da infância de todos os millennials. O franchise continua bem vivo, com os filmes da prequela “Monstros Fantásticos“. Agora, focamo-nos na série original, e nas mortes que mais nos marcaram. 

Este artigo centra-se essencialmente na forma como estas mesmas mortes são ilustradas nos filmes. Testemunhámos alguns destes momentos, e outros foram-nos narrados e aconteceram fora do enquadramento. Sem uma ordem fixa, vamos contudo recuperar as mortes mais memoráveis da saga Harry Potter considerando uma lógica de crescendo.

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LAVENDER BROWN 

JESSIE CAVE
Jessie Cave deu vida a Lavender Brown | ©Warner Bros.

Lavender foi a primeira namorada de Ron, e proporcionou diversos momentos cómicos. “Harry Potter e o Príncipe Misterioso” (2009) focou-se mais nas relações pessoais dos protagonistas. Esta aluna serviu como um obstáculo na atribulada relação de Ron e Hermione. Lavender Brown não era uma personagem particularmente relevante, e não esteve presente na maioria dos filmes da saga. Ainda assim, era carismática e a visão do seu corpo sem vida deixou-nos com um mal estar generalizado, que simbolizou bem o que foi perdido na batalha final.




MOANING MYRTLE (MURTA QUEIXOSA) 

Shirley Henderson
Shirley Henderson foi Moaning Myrtle ou, em português, Murta Queixosa |©Warner Bros.

A morte de Moaning Myrtle, ou Murta Queixosa no português, foi central para a narrativa do segundo capítulo de Harry Potter – “Harry Potter e a Câmara dos Segredos “(2002). Shirley Henderson interpretou a fantasma adolescente pela primeira vez aos 37 anos, mas tendo em conta a sua natureza fantasmagórica, não foi particularmente notório.

A sua morte foi-nos apresentada em jeito de analepse, mas contribuiu muito para o enredo, e para desvendar o passado da infame Câmara dos Segredos.  Uma vítima de Voldemort antes deste voltar a ameaçar o mundo dos feiticeiros, a saga não seria a mesma sem esta morte ter ocorrido.




NAGINI 

NAGINI
Nagini em “Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2” (2011) | ©Warner Bros.

Nagini foi uma presença imprescindível nesta saga, acabando por se revelar como uma parte da alma de Voldemort. Foi também uma das peças centrais da batalha final de Hogwarts, e a sua morte assinalou mais um momento de bravura para Neville Longbottom. No seu caminho para honrar/ vingar a morte dos pais, decapitar um dos Horcruxes de Lord Voldemort foi sem dúvida uma parte essencial. Talvez não seja uma morte particularmente emotiva, mas, pelo menos, foi gloriosa.




LORD VOLDEMORT 

vilões
Lord Voldemort foi interpretado por Ralph Fiennes | ©Warner Bros.

Em tempos foi Tom Riddle, um jovem ambicioso em Hogwarts. Para o mundo da feitiçaria foi o temível “He Who Must Not Be Named”, o Lord Voldemort, o purista do sangue de feiticeiro. Quem sabe, o Hitler do mundo da feitiçaria. À medida que a saga começou a ter um carácter um pouco mais negro, também Voldemort começou a mostrar toda a potencialidade da sua malvadez.

Ainda assim, Voldemort é parte integral do coração da saga, o motivador da acção. Por isso, é inevitável sentir emoções poderosas aquando da sua morte. Talvez não tenham existido lágrimas, mas existiu a insegurança, a dúvida e, por fim, o sentimento de missão cumprida.




MAD-EYE MOODY

Brendan Gleeson
Brendan Gleeson foi Mad-Eye Moody | ©Warner Bros.

Brendan Gleeson deu vida a  Alastor “Mad-Eye” Moody. Verdade seja dita, acabámos por não ter direito a conviver muito com este personagem nos filmes. O carinho que temos por Mad-Eye vem essencialmente da saga literária, pois a maior parte do tempo que o vimos no ecrã era de facto um outro personagem, a fazer-se passar por ele, através do uso de uma poção de Polyjuice. Na realidade, o seu corpo foi como que emprestado ao devorador da morte Barty Crouch Jr.

A sua morte ocorreu fora de ecrã, e nunca chegámos a ver sequer o seu corpo. Assim, não foi uma morte emotiva ou memorável, mas merece ser assinalada por nos termos despedido de um dos personagens secundários, e professores de Hogwarts, mais memoráveis.




REMUS LUPIN 

DAVID THEWLIS
David Thewlis deu vida a Remus Lupin | ©Warner Bros.

Lupin é mais um personagem querido do público cuja morte ocorreu fora do ecrã, embora tenhamos tido a oportunidade de ver o seu corpo, junto ao de Tonks, já sem vida. Mais uma baixa que surgiu na sequência da batalha final, vencida mas ainda assim bastante agridoce. Ao contrário de Mad Eye, Remus Lupin foi um personagem que muito gracejou o ecrã e ao qual os fãs da saga se afeiçoaram tremendamente.

Talvez não tenha sido uma morte com muito relevo no filme, mas este foi o nosso melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Para além disso, deixou para trás um pequeno rebento, o que torna a sua morte ainda mais lamentável.




NYMPHADORA TONKS

Natalia Tena
Natalia Tena em “Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2” (2011) | ©Warner Bros.

Quanto a Tonks, o que tínhamos a dizer em relação a Lupin também a ela se aplica. Tonks é uma personagem que teve muito mais tempo de antena nos livros do que nos filmes, mas ainda assim não deixou de nos partir o coração por ter partido. Também ela deixou o mesmo filho pequeno, também ela desapareceu entre as gotas da chuva, sem que pudéssemos ver como partiu. Ora, partiu cedo de mais – isso é certo.




LILY POTTER 

Lily Potter | © Warner Bros.

Lilly Potter é uma das mais imprescindíveis chaves para determinar a história da ascensão e queda de Lord Voldemort. Através da força do amor, e de um feitiço de protecção, a mãe de Harry foi capaz de o salvar de uma morte certa. Por outro lado, fez também com que o jovem bebé ficasse para sempre ligado ao Senhor das Trevas. Uma faca de dois gumes, sem dúvida.

Voltamos uma e outra vez à morte de Lilly Potter. Devido ao seu carácter seminal para diversos personagens. Por um lado, quando o feitiço de protecção ataca Voldemort e destrói o seu poder, há algo novo que surge. Surge medo num personagem que se considerava indestrutível. Por outro lado, Harry ganha a reputação de ser imbatível, especial, algo que sabemos que não era bem verdade. Contudo, aquele momento, proporcionado por Lilly ligou para sempre o seu filho a Tom Riddle, e aí está a verdadeira peça derradeira do puzzle.

A morte de Lilly é-nos apresentada através de diversos ângulos, surge como um flashback autónomo, mas também como uma emotiva memória de Snape. Este evento é também imprescindível por moldar a personalidade de Severus Snape e as suas interacções com Harry Potter. Enquanto James estava apenas morto no corredor, sem grande cerimónia, sentimos a dor de Lilly, e especialmente a dor de Snape face ao sucedido.




FRED WEASLEY

ames Phelps e Oliver Phelps
James Phelps e Oliver Phelps deram vida, respetivamente, a Fred e George Weasley |©Warner Bros.

Fred Weasley foi, durante toda a saga Harry Potter, um dos personagens mais amados deste universo. Assim, não é surpreendente que a maior parte dos fãs considere a sua morte como a mais dramática e triste da saga. Ora, esta é uma lista de mortes memoráveis, e a sua não o foi, porque não tivemos direito a testemunhar como e quando aconteceu. Verdade seja dita, esta foi mais uma oportunidade perdida, num momento que poderia ter enriquecido a batalha final com a carga dramática devida.




ALBUS DUMBLEDORE

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Michael Gambon foi o segundo ator a interpretar Albus Dumbledore | ©Warner Bros., Pottermore

Albus Dumbledore viu mais do que um interprete ao longo dos 10 anos de duração da saga Harry Potter. O primeiro ator a dar vida ao diretor de Hogwarts, Richard Harris, morreu em 2002 aos 72 anos, tendo tido tempo para concluir o segundo filme, mas já não estando vivo aquando o seu lançamento.

Nos restantes capítulos, Michael Gambon interpretou o feiticeiro. Assim, acabou por ficar inevitavelmente mais associado ao papel. A morte de Dumbledore é para lá de importante, porque marca uma certa transição nos filmes e na vida de Harry. Por um lado, foi uma morte não muito dramática mas, acima de tudo, tensa. Tensa pois muito estava em causa. Em primeiro lugar, Malfoy tinha aqui uma prova importante pela frente. Será que era desta que passava do fogo de vista às acções maléficas? Parece que não.

Por outro lado, a culpa ou não de Snape, a sua capacidade de se infiltrar junto dos Devoradores e Voldemort depois de matar Dumbledore, a percepção limitada de Harry e do espectador em relação a estes segredos e acontecimentos, são todos pontos a favor da importância destes instantes.

Por fim, a morte de Dumbledore foi também estrutural para que Harry transformasse as suas visões do mundo. Em primeiro lugar, deixou de venerar o diretor de Hogwarts. Começou a compreender as suas falhas, e acima de tudo os muitos segredos que escondia. Tanto no momento como no rescaldo, poucas morte nesta saga tiveram tamanha intencionalidade.




HEDWIG

Hedwig
Hedwig | ©Warner Bros., Reuters

Hedwig foi, durante 7 anos, a companheira fiel de Harry Potter. Morreu durante um transporte mais do que arriscado, na chamada “Batalha dos Sete Potters”. Partiu sem pompa ou circunstância, sem grande alarido, mas a sua memória assombrou-nos ainda assim, na cena do rescaldo da sua morte. Nem que seja por partilharmos a dor de Harry.




SIRIUS BLACK

Gary Oldman
Gary Oldman interpretou Sirius Black | ©Warner Bros.

Foi vampiro, foi Churchill, foi espião e, entre tantos outros papéis, o camaleão Gary Oldman foi também Sirius Black, o padrinho de Harry Potter. Sirius Black foi introduzido no terceiro filme da saga, “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (2004). Em “Harry Potter e a Ordem da Fénix” (2007) perdemo-lo para sempre, no quinto capítulo da saga. Foi assim uma presença fugaz, mas muito marcante.

Sirius Black, para Harry Potter, era acima de tudo um símbolo de esperança, daquilo que podia ser, de uma vida familiar finalmente satisfatória. Não passou de uma promessa, graças à sua prima, Bellatrix Lestrange. Em termos da cena em si, a sua morte não foi muito emotiva nem satisfatória. De alguma forma, um Avada Kedavra virou um feitiço que faz as pessoas desvanecerem numa névoa estranha. Enfim, por vezes caiem roxas, por vezes desfazem-se no que parecem confettis e, no caso de Sirius, tornam-se um espectro. Insatisfação à parte, Sirius é um dos personagens mais queridos da saga e continuamos a não aceitar a sua partida.




SEVERUS SNAPE

vilões
Severus Snape é um dos papéis mais memoráveis do falecido Alan Rickman | ©Warner Bros.

Snape é um dos personagens, senão o personagem mais rico do universo do Harry Potter. Um típico anti-herói, muitas vezes tido por vilão, mas que nada fez senão zelar pela segurança alheia e pelo bem geral. Foi um Devorador da Morte disfarçado, foi leal a Harry Potter até ao fim, mas sempre nas sombras, o seu reino por excelência.

Snape não é um vilão ou um herói, é algo mais complexo, uma junção de ambos. A sua morte, às mãos de Voldemort, não só teve direito a uma cena no filme como foi um momento bastante devastador. Especialmente devido à interacção repleta de significado que teve com Harry, mesmo antes do fim. Aquela em que o laço entre os dois se torna notório.

“Always” tornou-se a expressão por excelência, sempre associada ao personagem. Alan Rickman, o talentoso ator britânico que lhe dava vida, morreu cedo demais, em 2016. Por isso, aumentando a angústia e com algum egoísmo à mistura, sabemos que nunca teremos Snape de volta na prequela. Fica para sempre Snape, os seus arrependimentos, segredos e momentos de ouro.




DOBBY

DOBBY
Toby Jones deu voz a Dobby | ©Warner Bros.

Agora sim, altura de abrir a mangueira. Dobby é um elfo livre, e livre morreu. Uma vez mais, Bellatrix, a aparente semente de todo o mal, foi responsável pelo fim trágico de Dobby. Não foi tão pouco um feitiço que o matou, como é costume, mas antes uma faca deveras afiada. Com Dobby, tivemos a manifestação de uma morte mais prolongada e dolorosa. Desde o segundo filme, Dobby foi um dos personagens mais amados da saga. Morreu a defender Harry, um fim poético, tendo sido este o seu libertador.

O enterro de Dobby foi, sem dúvida, uma das cenas mais difíceis de testemunhar em todos os filmes. Vai ficar com todos nós, tal como Dobby e o seu espírito tenaz.




CEDRIC DIGGORY

ROBERT PATTINSON
Antes da saga Crepúsculo, Robert Pattinson foi Cedric Diggory | ©Warner Bros.

Porquê tanto destaque para a morte de um personagem tão secundário? Cedric Diggory, um corajoso e charmoso Hufflepuff, foi o primeiro da sua equipa a merecer verdadeiro destaque nos filmes. Foi no quarto capítulo, “Harry Potter e o Cálice de Fogo” (2005) que Pattinson teve o seu momento para brilhar, ao interpretar um dos “campeões” do Torneio dos Três Feiticeiros (neste caso quatro).

A morte de Cedric Diggory é importantíssima por marcar um momento de transição na saga. As “brincadeiras de criança” terminaram. Quando Voldemort mata Cedric o terror está de volta, quando Voldemort confronta Harry Potter, quando os seus apoiantes se reúnem de novo, todas as peças se alinham para o final de um período de paz. O ajuste de contas aproxima-se, e embora inicialmente o regresso do Senhor das Trevas seja negado pelo Ministério da Magia, a verdade é que não conseguimos esquecer o choro angustiado do pai de Cedric.

Antes de “Crepúsculo” (2008), antes de Robert Pattinson ser um galã de Hollywood, a oscilar entre o indie e o mainstream, ele fora Cedric Diggory, um dos personagens secundários mais carismáticos da saga. Antes de toda esta identificação, lembro-me do quanto chorei com esta morte na sala de cinema, o quanto continuo a chorar quando revejo o filme. Nenhuma outra nesta saga produz o mesmo efeito, e nenhuma assinalou tão claramente uma mudança estrutural.

E por aí, qual é a morte em Harry Potter que vos continua a atormentar?

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