Buzz Lightyear © Disney/Pixar

Buzz Lightyear, em análise

Comando Estelar, temos um problema! “Buzz Lightyear” não vai até ao infinito e nem sequer alcança as estrelas. Cumpre apenas uma missão de diversão direta, mas não memorável.

Buzz Lightyear para o Comando Estelar (…) Despenhei-me num estranho planeta”. Foi em 1995 que ouvimos as primeiras palavras do peculiar ranger do espaço, o rival que se tornaria o melhor amigo do cowboy, num dos mais emblemáticos filmes da Pixar, de animação e da vida de tantos que viram e reviram “Toy Story” pela milésima vez.

A Pixar Animation Studios em conjunto com a Walt Disney Pictures conseguiram minar ouro por quatro vezes, numa das sagas de maior sucesso da história do cinema. Depois de “Toy Story 4” (2019) ter sido mais focada no amado boneco xerife Woddy, o próximo projeto seguiu por uma abordagem direcionada para a outra metade do coração de “Toy Story” – Buzz Lightyear.

O novo filme, “Buzz Lightyear”, surge assim como um spin-off da série de filmes “Toy Story”, servindo como uma história de origem para o personagem de Buzz. Mais concretamente, esta nova aventura é-nos apresentada como o filme que Andy Davis assistiu em criança e que o deixou apaixonado pelo ranger do espaço.

A Pixar Animation Studios produziu e a Walt Disney Studios Motion Pictures tratou da distribuição do filme americano de ação, aventura e de ficção científica, animado por computador, que depois de ter ido a sua estreia em Portugal a 15 de Junho de 2022 tem agora a estreia marcado no Disney+ para o próximo dia 3 de Agosto.

Co-escrito e realizado por Angus MacLane, escrito também por Matthew Aldrich e Jason Headley e produzido por Galyn Susman, a ideia do projeto surgiu em 2016 depois de MacLane terminar “Finding Dory”. Fã de ficção científica desde a infância e com “Star Wars” (1977) eleito como o seu filme favorito, MacLane interessou-se pela ideia de se explorar o filme original que deu origem à figura de ação de Buzz na saga “Toy Story”. Outro dos aspetos que o cineasta quis aprofundar com o spin-off foi a personalidade de Buzz e a sua discordância entre a natureza da realidade e os ideais heroicos, que MacLane pretendeu levar além de apenas o teor cómico e dos clichés sci-fi.

Buzz Lightyear
Buzz Lightyear © Disney/Pixar

Com a luz verde para o projeto em 2020 foi confirmado o casting da primeira e única opção de MacLane para a voz a Buzz, a estrela Chris Evans. Juntamente com o ator foram escolhidos para o elenco Keke Palmer no papel de Izzy Hawthorne (a neta de Alisha), Peter Sohn como o gato robótico Sox, Taika Waititi na voz de Mo Morrison, Dale Soules interpreta Darby Steel, James Brolin dá vida a Zurg e Uzo Aduba é Alisha Hawthorne. Na versão portuguesa contamos com a voz de Tiago Retrê no papel de Buzz, e ainda Sabri Lucas e Angie Costa.

Para a trilha musical do filme a Pixar escolheu um seu recorrente compositor, Michael Giacchino, marcando a sua oitava colaboração com a Pixar. Giacchino revelou que a faixa intitulada “Mission Perpetual” é a sua favorita, mas que esta se mostrou ser um desafio pois foi preciso fazer com que ela transmitisse todas as emoções de Buzz – frustração, tristeza e determinação.

Com um orçamento de produção de $200 milhões, o filme até ao momento não mostra número impressionantes, sendo a faturação a nível mundial de apenas $214 milhões. “Lightyear” é o filme com a classificação mais baixa da franquia “Toy Story” no Rotten Tomatoes – 75%. No Metacritic a pontuação atribuída é de 60/100. De um modo geral, a aventura de Buzz contenta-se em ser uma história de origem bastante convencional, mas sem nunca alcançar as estrelas.

Buzz Lightyear
© Disney/Pixar

“Buzz Lightyear” era uma estreia com elevada expectativa e que realmente queríamos ter gostado, no entanto terminado o filme fica uma completa sensação de vazio e a satisfação conseguida é a de um simples entretenimento.

Nos pontos positivos destaca-se o elenco de vozes, onde Chris Evans consegue suportar o peso da personagem de Buzz e honra o legado de Tim Allen (a voz original de Buzz). Já Peter Sohn dá vida aquela que é de longe a personagem mais interessante e divertida do filme – se “Lightyear” tem sucesso com alguma coisa é com Sox. O último holofote vai para o trabalho de James Brolin a interpretar Zurg, e também há que elogiar nesta parte o argumento pelo twist dado à construção do vilão e a forma como esta encaixa com as informações que sabemos do resto da saga de “Toy Story”.

De forma a evocar a sensação dos filmes de ficção científica com os quais MacLane cresceu, o departamento de animação quis que o filme tivesse um aspeto cinematográfico e quase real – uma espécie de live-action a contrastar com o resto do mundo de “Toy Story” e a série televisiva “Buzz Lightyear of Star Command” – segundo MacLane a série animada encaixa após os eventos deste filme. Para isso os animadores coreanos Chun Sung-uk e Lee Chae-yeon visitaram a NASA para pesquisar sobre naves, fatos espaciais e cenários gerais, de maneira a que “tudo parecesse um filme de ação ao vivo em vez de uma animação”. Esta nova entrada da Pixar também entra para a história por ser o seu primeiro filme a ser filmado para IMAX.

Buzz Lightyear
“Buzz Lightyear” ©Disney/Pixar

Tirando a aventura maravilhosamente animada, que cumpre a missão de diversão direta, o novo filme da Pixar não tem muito mais a dar. É um falhanço em termos de filme de ficção científica, abusa da ação e do humor perdendo-se o impacto e a linha principal da narrativa. E a história, que num primeiro plano parece bastante interessante, acaba por ser quase completamente desperdiçada.

Quem entre 2000-2001 seguiu a série animada “Buzz Lightyear of Star Command”, apesar do claro baixo orçamento, vai melhor servido do que com a adaptação da história do Ranger do Espaço de 2022. MacLane tem previsto uma trilogia de filmes focados nas aventuras de Buzz como Ranger do Espaço.

Merece Buzz uma sequela?

Buzz Lightyear, em análise
Lightyear

Movie title: Buzz Lightyear

Movie description: Assiste ao filme que Andy viu e o fez apaixonar-se por Buzz Lightyear e comprar a sua figura de ação. A aventura original da história de origem do mais famoso Ranger do Espaço!

Date published: 15 de June de 2022

Country: EUA

Duration: 100 minutos

Director(s): Angus MacLane

Actor(s): Chris Evans, Keke Palmer, Dale Soules

Genre: Animação, Ação, Aventura

  • Emanuel Candeias - 60
  • Manuel São Bento - 75
68

CONCLUSÃO

Se Andy tivesse assistido a esta versão de “Buzz Lightyear” o mais provável seria nunca ter comprado a figura de ação e a saga de “Toy Story” não existiria. Sox, Zurg e a animação cinemática não são suficientes para irmos mais além.

Pros

  • Animação cinemática;
  • Elenco de vozes;
  • Personagem de Sox;
  • Twist com o vilão Zurg.

Cons

  • O argumento não é cativante, contentando-se com uma narrativa cheia de buracos e cenas de ação em excesso a tentar tapar tudo.
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