Cinemateca Portuguesa | O que ver em setembro 2020

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A Cinemateca Portuguesa reabre as suas portas em setembro com destaque para uma homenagem a um dos grandes géneros da história: a comédia. 

Um ano particularmente diferente e difícil para a cultura e para a maior casa do cinema em Portugal: a Cinemateca Portuguesa. Apesar de todas estas adversidades, o Museu do Cinema continua a projetar o melhor da sétima arte. O extraordinário trabalho dos seus profissionais – projetistas e programadores – é pouco falado nos meios de comunicação, mas na Magazine.HD queremos agradecer todo o trabalho desta instituição, que continuaremos a divulgar.

A Cinemateca de regresso em setembro

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Jornal da Cinemateca em Setembro © Cinemateca Portuguesa

Para o mês de setembro a Cinemateca traz uma série de rubricas imperdíveis, seja o especial dedicado ao IndieLisboa como a homenagem sentida à obra de Ennio Morricone, o grande maestro do cinema que faleceu no passado mês de Julho. São estas as rubricas da Cinemateca Portuguesa para setembro:

  • A Cinemateca com o IndieLisboa
  • In Memoriam: Ennio Morricone
  • A Cinemateca com o IndieLisboa: Ousmane Sembène 50 anos Forum Berlinale
  • Revisitar os Grandes Géneros (Parte II): A Comédia

Fica ainda a nossa prévia da Cinemateca sobre o retomar da atividade tendo em conta as medidas de segurança e higiene face à pandemia COVID-19:

Depois de um interregno de verão mais curto do que o habitual, a Cinemateca retoma no dia 24 de agosto a sua programação nas salas na Rua Barata Salgueiro (e a partir de 5 de setembro também no Palácio Foz com a Júnior) ainda sujeita aos condicionamentos e exigências das medidas de segurança e higiene ditadas pela COVID-19, mas aproximando-se um pouco mais daquele que era o seu modelo de programação habitual. Depois de em julho termos regressado de três meses (…), voltamos agora aos vários ciclos que se cruzam ao longo do mês (…). Não é ainda o retomar pleno da nossa actividade de programação (a Sala Luís de Pina continuará encerrada enquanto vigorarem as restrições de lotação […]), mas com o reforço de mais uma sessão diária e a continuação da utilização mais intensa da Esplanada ao longo do mês depois da muito bem sucedida experiência de julho (em que praticamente todas as sessões ao ar livre esgotaram) será possível, esperamos, aproximarmo-nos um pouco mais do ritmo e da diversidade de programação que era a “normalidade” da Cinemateca antes da pandemia.

Conhece o horário dos filmes da Cinemateca em setembro, bem como a respetiva sala de exibição. 




“Little Fugitive” (1953)

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Richie Andrusco e Richard Brewster em “Little Fugitive” (1953) © Little Fugitive Production Company

Admirado por François Truffaut, que teria citado uma das suas cenas em OS QUATROCENTOS GOLPES, LITTLE FUGITIVE é considerado por alguns como um elo perdido entre duas épocas do cinema americano. Esta pequena produção independente, inteiramente rodada nos cenários naturais nas ruas de Brooklyn e na praia de Coney Island durante um dia de verão, mostra- -nos a fuga de um rapaz de sete anos, que vai divertir-se sozinho durante vinte e quatro horas, longe da família. O filme mais americano e menos hollywoodesco que se possa imaginar.

Quando posso ver? – Sábado, 19 de setembro às 15:00 no Salão Foz da Cinemateca Júnior (Restauradores)




“O Mundo Maluco” (1963)

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Spencer Tracy em “O Mundo Maluco” © Metro-Goldwyn-Mayer Studios

Nome associado a dramas sérios, de forte mensagem social ou política, Stanley Kramer liderou uma produção recheada de estrelas que aspirava a ser uma comédia para acabar com todas as comédias. Depois de saber da existência de 350 000 dólares enterrados algures em Santa Rosita, um grupo de motoristas parte à procura da fortuna roubada. Eis uma chase comedy épica (em Cinerama, com mais de três horas), que redundou num gigantesco sucesso popular e que envolveu exuberantes meios de produção. Trata-se também de uma homenagem à grande comédia slapstick americana, assinalada pelas presenças no elenco, entre outros, de Buster Keaton e dos Three Stooges (conhecidos em Portugal por Os Três Estarolas). Bosley Crowther, do New York Times, apelidou-a de “uma parada de celebridades”. Primeira exibição na Cinemateca. A apresentar em cópia digital.

Quando posso ver? – Terça-feira, 8 de setembro às 15:00 na Sala M. Félix Ribeiro




“Por um Punhado de Dólares” (1964)

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Clint Eastwood em “Por Um Punhado de Dólares” © Jolly Film

Quatro anos depois de IL COLOSSO DI RODI, com a sua carreira um pouco parada, diante dos êxitos de dois westerns que adaptavam filmes de Akira Kurosawa (THE MAGNIFICENT SEVEN e THE OUTRAGE, que transpõem OS SETE SAMURAIS e RASHOMON), Sergio Leone decide fazer o mesmo. Escreve uma adaptação para o Oeste americano de YOJIMBO, do mestre japonês, e confia os papéis principais a dois obscuros atores de trinta anos: Clint Eastwood e Gian Maria Volontè. O filme foi modestamente estreado no verão, numa única sala em Florença, perto da estação de comboios e destinava-se a ficar uma semana em cartaz. Mas foi um inesperado e gigantesco triunfo, que mudaria a vida de Leone, a tal ponto que foram feitas duas sequelas, formando a chamada trilogia dos dólares. Esta história de vingança e violência impôs Clint Eastwood e Sergio Leone (que aparece creditado no genérico sobe o pseudónimo de Bob Robertson), naquela que foi a primeira das frutuosas colaborações entre Ennio Morricone e o realizador.

Quando posso ver? – Sexta-feira, 11 de setembro às 21:30 na Esplanada e Terça-feira, 22 de setembro, às 15:30 às Sala M. Félix Ribeiro




“Doutor Estranhoamor” (1964)

presidentes eua peter sellers assalto ao poder
“Doutor Estranhoamor” | © Sony Pictures

Peter Sellers, mestre do disfarce, campeão na arte de acumular personagens num só filme. Aqui são quatro, incluindo uma das mais famosas de toda a sua carreira: a do Doutor Strangelove, o cientista ex-nazi que dá o título ao filme de Kubrick. DR. STRANGELOVE, de resto, é provavelmente a mais corrosiva paródia dos tempos da guerra fria, realizada na ressaca da “crise dos mísseis”, e onde o pessimismo kubrickiano se manifesta num registo quase burlesco, com uns toques de nihilismo. A apresentar em cópia digital resultante do restauro produzido pelo laboratório Cineric para a Sony Pictures Entertainment.

Quando posso ver? Quinta-feira, 10 de setembro às 21:30 na Esplanada e Segunda-feira, 14 de setembro às 15:30 na Sala M. Félix Ribeiro




“The Moon and the Sledgehammer” (1971)

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The Moon and the Sledgehammer © MUBI / Vaughan Films

THE MOON AND THE SLEDGEHAMMER é o quarto dos mais de doze filmes realizados por Philip Trevelyan, antes deste abandonar o cinema pela agricultura sustentável. Trata-se de um documentário sobre um homem e os seus três filhos adultos, que vivem no campo, em Inglaterra, sem água corrente, eletricidade ou gás. Primeira apresentação na Cinemateca.

Quando posso ver? – Sexta-feira, 4 de setembro às 15:30 na Sala M. Félix Ribeiro




“Dias do Paraíso” (1978)

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Dias do Paraíso © Paramount Pictures

Segundo filme de Malick, feito com o mesmo rigor “documental” do primeiro (BADLANDS), e possuído de um lirismo na descrição da vida dos camponeses e do trabalho nas grandes quintas no Texas no começo do século passado (marcado também pela introdução da nova maquinaria) que evoca simultaneamente a pintura de Grant Wood e os filmes clássicos do género, de King Vidor (OUR DAILY BREAD) ou de John Ford (GRAPES OF WRATH). Mas as paixões proibidas atravessam o filme e subvertem a “pastoral”, transformando-a num ritual de violência e erotismo. A apresentar em cópia digital.q

Quando posso ver? – Sexta-feira, 18 de setembro às 19:00 na Sala M. Félix Ribeiro e Quinta-feira, 24 de setembro às 15:30 na Sala M. Félix Ribeiro




“A Missão” (1986)

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Jeremy Irons em “A Missão” © Warner Bros.

Com KILLING FIELDS, THE MISSION forma o mais célebre par de filmes de Roland Joffé, que lhe valeu episódica fama (e duas nomeações para o Oscar de Melhor Realizador) em meados dos anos 1980, sem que nada do que Joffé fez depois disso tenha tido eco aproximável. Com uma grande dupla de atores – De Niro e Irons – THE MISSION leva-nos à selva paraguaia do século XVIII, seguindo as aventuras de um padre jesuíta (Irons) apostado em converter uma tribo de índios guaranis. O argumento faz eco, com bastante rigor, das condições históricas e políticas do período. E a partitura de Ennio Morricone é um dos seus trabalhos mais elogiados. Primeira exibição na Cinemateca.

Quando posso ver? – Segunda-feira, 7 de setembro às 21:30 na Esplanada




“Disposta a Tudo” (1995)

Disposta a Tudo
Acreditamos que, com um gesto de conforto, conseguiríamos convencer este jovem a destruir o mundo em nosso nome: Joaquin Phoenix em “Disposta a Tudo” © Columbia Pictures

Com argumento de Buck Henry (THE GRADUATE) baseado num romance de Joyce Maynard, este filme representou um importante “furo” para o seu realizador, Gus Van Sant, então ainda muito associado ao cinema independente americano e ao culto em torno de MY OWN PRIVATE IDAHO, mas acima de tudo foi como uma rampa de lançamento para a jovem estrela australiana Nicole Kidman, tal como serviu para apresentar ao grande público os rostos – indissociáveis do actual “star system” – de Joaquin Phoenix e Casey Affleck. Mordaz comédia negra sobre uma mulher consumida pelo sonho tornado obsessão dese tornar uma celebridade televisiva e que não olhará a meios na hora de afastar quem vier atrasar a realização desse objectivo. Primeira exibição na Cinemateca.

Quando posso ver? – Segunda-feira, 28 de setembro às 15:30 na Sala M. Félix Ribeiro




“No Quarto de Vanda” (2000)

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Vanda Duarte em “No Quarto de Vanda” © Contracosta Produções

NO QUARTO DA VANDA é uma extraordinária experiência de cinema, absolutamente ímpar no panorama do cinema mundial. Reencontro com lugares e personagens de OSSOS (em especial a protagonista, Vanda Duarte), NO QUARTO DA VANDA foge da ficção tanto quanto foge do documentário para se instalar num território inventado por si, feito de luz, de carne e de pedra. Foi também o filme em que Pedro Costa reinventou a sua maneira de estar no cinema, filmando pela primeira vez em digital e, praticamente, sozinho. A exibir em cópia digital.

Quando posso ver?  – Segunda-feira, 7 de setembro, às 18:00 na sala Sala M. Félix Ribeiro




“Moolaadé” (2004)

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Moolaadé © Filmi Doomireew

No seu derradeiro filme, Ousmane Sembène aborda o polémico tema da excisão feminina. A história passa-se numa aldeia, no dia em que várias crianças vão sofrer a horrível mutilação. Duas delas suicidam-se e as quatro sobreviventes pedem proteção, através da magia, a uma mulher. No passado, esta recusara que a sua própria filha sofresse a excisão e, agora, a sua filha é recusada como noiva do filho do chefe da aldeia, pois foi descoberto que não tinha sido “purificada” pela excisão. A mulher é a única a poder suspender a proteção mágica (a “mooladé” do título) e sofre violentas pressões no meio de um choque de gerações. No seu testamento cinematográfico, o patriarca do cinema africano demonstra que nem todas as tradições são positivas.

Quando posso ver? – Terça-feira 1 de setembro às 15:30 na Sala M. Félix Ribeiro e Sábado, 5 de setembro, às 21:30 na Esplanada

Mais informações sobre a programação podem ser consultadas aqui. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira da Cinemateca Portuguesa ou em bol

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