Será este o próximo filme Religioso a ganhar o Óscar de Melhor Filme?
“Conclave” transforma a eleição de um novo Papa num thriller que questiona as intenções da Igreja Católica, mas será que apela à Academia?
Sumário:
- “Conclave” estreia nos cinemas portugueses já no dia 7 de novembro. Este filme transforma a eleição de um novo Papa num thriller que questiona as ambições e intenções da Igreja Católica;
- Tendo passado por grandes festivais internacionais como o BFI ou o TIFF, “Conclave” tem ganho uma grande atenção e elogios, tanto do público, como dos críticos;
- Mas, analisando o desempenho de filmes com temáticas religiosas na história dos Óscares, será que “Conclave” tem hipótese de vencer um prémio da Academia? A história diz que sim.
Baseado na obra de Robert Harris, de 2016, “Conclave” transporta-nos para os bastidores da eleição de um novo papa, com todas as intrigas, mistério e alianças presentes. O filme realizado por Edward Berger, que também foi responsável por “A Oeste Nada de Novo”, questiona as polémicas da igreja, a ambição desmedida, a fé e o lugar das mulheres na instituição.
“Conclave” é contado em formato thriller, tendo Ralph Fiennes como personagem principal. Isabella Rossellini, Stanley Tucci e John Lithgow também interpretam personagens importantes no filme.
O filme já fez a sua passagem por vários festivais, como o London Film Festival (BFI), o Festival de San Sebastián ou o Toronto International Film Festival (TIFF), onde tem sido muito elogiado pelos críticos. No agregador de críticas Rotten Tomatoes, “Conclave” conta com uma aprovação de noventa e oito por cento.
“Conclave” está, então, encaminhado para fazer o seu caminho até aos Óscares, mas será que o tema da religião pode ser um entrave para chegar aos prémios da Academia?
O que dita para Conclave o desempenho dos temas religiosos na história dos Óscares?
Filmes com temática religiosa já tem um grande historial nos Óscares. A forma como estes filmes exploram questões morais e espirituais, atraem a atenção do público, dos críticos e, consequentemente, dos Óscares.
Em 1973, o clássico de terror “O Exorcista”, sobre uma criança que é possuída por um demónio e tenta ser salva por dois padres, foi um grande fenómeno na época, tendo feito mais de quatrocentos milhões de dólares em box office. Além disso, sendo um género que não é o favorito da Academia, “O Exorcista” foi nomeado para dez Óscares e venceu dois, nas categorias de Melhor Argumento e Melhor Som.
Em 1986, “The Mission”, com Robert De Niro, que segue a missão de um padre jesuíta, durante o século dezoito, na América do Sul, foi nomeado para sete Óscares, incluindo o de Melhor Filme.
“Chariots of Fire”, que acompanha a história real de dois atletas britânicos, Eric Liddell, um cristão devoto que corre para honrar a sua fé, e Harold Abrahams, um judeu determinado a acabar com o preconceito, nos Jogos Olimpicos de 1924, venceu quatro Óscares em 1982, incluindo o de Melhor Filme.
Em 2015, “Spotlight”, de Tom McCarthy, que conta a história real da investigação do Boston Globe sobre abusos sexuais na igreja católica, venceu o Óscar de Melhor Filme e Melhor Argumento Original.
Mais recentemente, em 2019, estreou o filme “Dois Papas“, que retrata a amizade entre o, então, Papa Bento XVI (interpretado por Anthony Hopkins) e o futuro Papa Francisco (papel de Jonathan Pryce). “Dois Papas” foi bastante elogiado pela crítica e, apesar de não ter vencido em nenhuma categoria, foi nomeado para os Óscares de Melhor Ator, Melhor Ator Secundário e Melhor Argumento Original.
A história dos Óscares está, então, a favor de “Conclave”. Este thriller misterioso sobre uma das tradições mais antigas da história, estreia nos cinemas portugueses já no dia 7 de novembro. Vais comprar o teu bilhete?
The Mission decorre na América do Sul, também com o Jeremy Irons. Faltou mencionar Silence do Scorcese embora só tenha tido uma nomeação técnica.