Estes 10 filmes já são fortes candidatos à conquista dos Óscares 2025
Está na hora de olhar para dez dos filmes que podem dar que falar nos Óscares em 2025, incluindo “Dune: Parte Dois”.
Depois de mais de um mês de pausa, é chegada a hora de olhar para o que nos espera na corrida aos Óscares 2025. Ao contrário do ano anterior, em que havia opções praticamente confirmadas como “Oppenheimer” de Christopher Nolan e “Assassinos da Lua das Flores” de Martin Scorsese, o cenário aqui apresenta-se mais recheado de incertezas.
Não é que os cineastas a concurso não sejam brilhantes, mas falta aquele projeto que dê para dizer com total certeza “está garantido nos Óscares 2025”. Isto não é nada negativo, muito pelo contrário, pois alimenta as possibilidades e alarga os horizontes das conversas.
Uma das primeiras características deste ano é a abundância de sequelas a filmes que venceram Óscares: “Dune: Parte Dois”, “Furiosa: Uma Saga Mad Max”, “Joker: Loucura a Dois” e “Gladiador 2”. Irão ser todos bem-sucedidos? Provavelmente não. Para já, foquei-me em apenas dois destes títulos, acreditando que todos terão algum tipo de presença nas categorias técnicas ainda assim.
A outra questão prende-se com o regresso de cineastas previamente oscarizados que têm andado numa maré de azar como Robert Zemeckis que se reúne a Tom Hanks e Robin Wright (“Forrest Gump”) para o drama “Here” que usará tecnologia para rejuvenescer o elenco ou Clint Eastwood e “Juror No.2”, supostamente o seu último filme, um thriller em que um jurado (Nicholas Hoult) num crime de assassinato se apercebe que pode ser o culpado do mesmo. Há ainda a incógnita associada a “Megalopolis”, de Francis Ford Coppola, que estará em competição no festival de Cannes.
Por falar em Cannes, Yorgos Lanthimos e Emma Stone estão em competição depois do sucesso de “Pobres Criaturas” com “Kinds of Kindness”. Ao contrário dos seus dois filmes anteriores, o argumento não conta com a assinatura de Tony McNamara, mas sim do próprio Lanthimos e Efthimis Filippou, a dupla que escreveu também “A Lagosta”, “O Sacrifício de Um Cervo Sagrado” e “Canino”. Isto pode ser um factor negativo no desempenho deste filme nos Óscares, assim como o facto de ser uma antologia, já que historicamente a Academia não costuma abraçar estas narrativas.
Tendo em conta todas estas questões, a seguinte lista explora algumas opções menos convencionais e dá a conhecer alguns cenários para criar um grupo diversificado e interessante.
DUNE: PARTE DOIS, DE DENIS VILLENEUVE
“Dune: Parte Dois” traz a continuação da jornada mítica de Paul Atreides (Timothée Chalamet ), que se une a Chani (Zendaya) e aos Fremen durante um golpe de vingança contra os conspiradores que destruíram a sua família. Ao enfrentar uma escolha entre o amor da sua vida e o destino do universo, ele lutará para evitar um futuro terrível que só ele pode prever. A Timothée Chalamet, juntam-se Rebecca Ferguson, Josh Brolin, Javier Bardem, Dave Bautista, Stellan Skarsgård, Christopher Walken, Florence Pugh, Austin Butler, e Léa Seydoux.
Até ao momento, este é o único grande concorrente que já foi visto pela generalidade do público. Sabemos então que foi mais abraçado pela crítica e pelo público do que o primeiro, o que nos indica que pode ter um bom caminho para ir além das 10 nomeações recebidas nos Óscares 2022. A grande questão do ano será perceber se Denis Villeneuve conseguirá vingar a sua chocante omissão em Melhor Realizador e quem sabe, transformar isso numa narrativa para conseguir a tão cobiçada estatueta.
CONCLAVE, DE EDWARD BERGER
O Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) é incumbido de liderar um dos eventos mais secretos e antigos do mundo, selecionar um novo Papa. Ali, Lawrence irá ver-se no centro de uma conspiração que pode abalar os próprios alicerces da Igreja. A Fiennes, juntam-se nomes como Stanley Tucci, John Lithgow e Isabella Rossellini.
Depois de ter comandado “A Oeste Nada de Novo” (2022), Edward Berger está de volta com um projeto que junta uma intrigante premissa e um elenco fabuloso. Nem sempre o thriller é um grande atrativo quando estamos a falar de Óscares, porém a temática católica pode entusiasmar. Para além disso, o filme poderá ser uma das prioridades da Focus Features e mostrar ao que veio no Festival de Veneza, Toronto ou Telluride.
THE APPRENTICE, DE ALI ABASSI
A história de como um jovem Donald Trump (Sebastian Stan) iniciou o seu negócio imobiliário nas décadas de 1970 e 1980 em Nova York com a ajuda do infame advogado Roy Cohn (Jeremy Strong). No elenco, está ainda Maria Bakalova, nomeada ao Óscar de Melhor Atriz Secundária por “Borat Subsequent Moviefilm”, no papel de Ivana Trump, a mulher do ex-presidente dos Estados Unidos da América.
Confirmado como um dos títulos em competição no Festival de Cannes, “The Apprentice” tem reunido o ceticismo dos americanos, questionando se este é o momento correto para lançar o filme. Algo que dá alguma força à proposta é o nome Ali Abassi, um cineasta iraniano-dinamarquês responsável pelos muito elogiados “Holy Spider” e “Na Fronteira”. Abassi traz assim uma certa frescura ao projeto, por ter uma visão externa e não tão diretamente ligada aos Estados Unidos da América.
BLITZ, DE STEVE MCQUEEN
O novo filme de Steve McQueen, vencedor do Óscar por “12 Anos Escravo”, acompanha as histórias de um grupo de jovens londrinos durante os eventos do bombardeio da capital britânica na Segunda Guerra Mundial. O elenco de luxo conta com Saiorse Ronan, Harris Dickinson, Stephen Graham, Hayley Squires e Erin Kellyman.
Ainda que existam relatos de que a versão teste não tenha sido bem recebida, não parece haver motivo para descartar já à partida o próximo filme de Steve McQueen, que surge como a grande prioridade da Apple Studios. A temática da Segunda Guerra Mundial costuma ser uma boa fórmula para conseguir atenção da Academia. Cabe-nos esperar pelo lançamento em Veneza, Toronto ou Telluride para avaliar as reações e o quão longe poderá o filme ir.
MARIA, DE PABLO LARRAÍN
Depois de “Jackie” e “Spencer”, Pablo Larraín apresenta a história da maior cantora de ópera do mundo, Maria Callas (Angelina Jolie), durante seus últimos dias em Paris nos anos 70. Steven Knight assina o argumento, sendo que Valeria Golino e Kodi Smit-McPhee estão no elenco.
“Jackie” conseguiu 3 nomeações, Melhor Atriz (Natalie Portman), Melhor Banda Sonora (Mica Levi) e Melhor Guarda-Roupa (Jacqueline Durran). Por sua vez, “Spencer” apenas conseguiu uma para a sua protagonista, Kristen Stewart. Portanto, não tenho ilusões que estaremos perante um candidato para conquistar 10 nomeações. No entanto, num mar de tantas dúvidas e incertezas, “Maria” surge com um forte histórico que aponta para pelo menos uma grande nomeação (Angelina Jolie).
SING SING, DE GREG KWEDAR
Divine G (Colman Domingo), preso em Sing Sing por um crime que não cometeu, encontra um propósito ao organizar um grupo de teatro ao lado de outros homens encarcerados nesta história de resiliência, humanidade e o poder transformador da arte. O nomeado ao Óscar Paul Raci (“Sound of Metal“) está no elenco, assim como o ex-condenado Clarence Maclin que tem recebido fortes elogios pelo seu desempenho.
“Sing Sing” fez a sua estreia no Festival de Toronto em 2023, onde foi recebido com bastante entusiasmo e adquirido pela A24. Descrito como um filme que vai emocionar e fazer muita gente colocar-se na pele do outro, “Sing Sing” tem a desvantagem de ter a estreia nos Estados Unidos programada para julho. Lançar um filme tão minúsculo nesta altura do ano, pode matar as suas chances e fazer com que chegue esquecido às cerimónias de prémios do fim do ano. Ainda assim, se as pessoas certas virem a obra, podemos estar perante um forte candidato a vencer a estatueta de Melhor Filme.
THE SUPREMES AT EARL’S ALL-YOU-CAN-EAT, DE TINA MABRY
Esta é a história de um trio de melhores amigos conhecidos como “The Supremes” que, durante décadas, resistiram juntas às tempestades da vida, verão agora a sua amizade testada. O trio principal é composto por Uzo Aduba, Sanaa Lathan e a nomeada ao Óscar Aunjanue Ellis-Taylor.
Trata-se de um projeto da Searchlight Pictures que pode conseguir deslumbrar o público com a sua premissa voltada para uma comédia dramática sobre amizade entre mulheres. O melhor cenário para o sucesso do filme nos Óscares seria seguir as pisadas de “American Fiction” e vencer em Toronto.
NOSFERATU, DE ROBERT EGGERS
Um conto gótico de obsessão entre Ellen Hutter (Lily-Rose Depp), uma jovem assombrada na Alemanha do século XIX, e o antigo vampiro da Transilvânia (Bill Skarsgård) que a persegue, trazendo consigo um horror incalculável. No elenco, estão ainda Nicholas Hoult, Emma Corrin, Aaron Taylor-Johnson, Simon McBurney e Willem Dafoe.
Robert Eggers, “Nosferatu”, Terror… Eu sei, não é o tipo de filme que vemos os Óscares a abraçar. Mas este pode ser o ponto de viragem, até porque a Focus Features mostra confiança na longa-metragem ao posicioná-la para uma estreia a 25 de dezembro de 2024 nos Estados Unidos. Imaginando um cenário em que “Nosferatu” conquista um forte buzz com um forte lançamento em festivais, podemos ter aqui o caminho para um sucesso inesperado. Improvável, é verdade, mas a esta altura do ano, vale a pena olhar para além do típico “oscar bait”.
THE PIANO LESSON, DE MALCOLM WASHINGTON
Depois de “Vedações” e “Ma Rainey: A Mãe do Blues”, chega-nos mais uma adaptação de August Wilson. O filme segue a vida da família Charles enquanto eles lidam com temas do legado familiar e muito mais, ao decidir o que fazer com uma herança, o piano da família. No elenco, estão John David Washington, Samuel L. Jackson, Danielle Deadwyler, Stephan James, Ray Fisher, entre outros.
Quando o assunto é Óscares, não dá para descartar a Netflix que tem conseguido posicionar um dos seus filmes, desde “Roma” em 2019, na corrida para Melhor Filme. A esta altura do ano, há ainda a opção de “Hit Man”, de Richard Linklater, porém vamos focar-nos em “The Piano Lesson” que traz novamente uma adaptação de Wilson produzida por Denzel Washington. O histórico das anteriores é forte o suficiente, para nos indicar que no pior das hipóteses, teremos um candidato nas categorias de representação. Samuel L. Jackson, por exemplo, surge já na frente como um dos favoritos em Melhor Ator Secundário, numa narrativa que poderá ser demasiado irresistível para os votantes da Academia.
JOKER LOUCURA A DOIS, DE TODD PHILLIPS
Depois do fenómeno “Joker”, Joaquin Phoenix está de volta ao papel para o que promete ser uma sequela musical que incluirá a reintrepretação de pelo menos 15 canções conhecidas. O filme será também uma história de amor já que ao lado de Joker, estará a Harley Quinn de Lady Gaga. O elenco conta ainda com Steve Coogan, Catherine Keene, Zazie Beetz e o recém nomeado ao Óscar Brendan Gleeson.
Amado por uns, odiado por outros o primeiro “Joker” conquistou 11 nomeações, resultando na vitória de Joaquin Phoenix como Ator e de Hildur Guðnadóttir em Banda Sonora Original. Com uma proposta arrojada, “Joker Loucura a Dois” já está a causar muito burburinho, resta só perceber se o sucesso do primeiro será uma vantagem ou uma cruz que a sequela de Todd Phillips terá de carregar.
Quais são as tuas apostas para os Óscares 2025?